terça-feira, 22 de outubro de 2013

SINAL DA CRUZ NO MOMENTO DO ANÚNCIO DA PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO

O que significa o sinal da cruz feito sobre a testa, os lábios e o coração na Santa Missa?
Aprendemos este gesto desde crianças, mas realmente conhecemos seu verdadeiro significado?

Nas normas expostas no Missal Romano, quando se explica o comportamento indicado para o momento da proclamação do Evangelho, estabelece-se que o diácono ou o sacerdote que anuncia a Palavra, depois de ter feito o sinal da cruz sobre a página do Lecionário/ Evangeliário, deve fazê-lo também sobre a testa, sobre os lábios e sobre o coração.

O sinal da cruz triplo também é feito pela assembleia. E tudo isso não pode ser considerado como mero ritual, mas um forte convite que a Igreja faz, sublinhando a grande importância dada ao Evangelho.

A Palavra de Deus, que é sempre a luz que ilumina o caminho dos fiéis, precisa ser acolhida na mente, anunciada com a voz e conservada no coração. Tudo isso nos recorda que é necessário nos empenharmos em compreender a Palavra de Deus com atenção e inteligência iluminada.

Esta Palavra deve ser anunciada e proclamada por todo cristão, porque a evangelização é um dever de todos os batizados. Precisa ser amada e guardada no coração, para tornar-se depois norma de vida.

Todos nós somos convidados a examinar-nos sobre como acolhemos o Evangelho, como nos comprometemos no anúncio desta mensagem, como conformamos nossa vida segundo suas indicações. Somos convidados a ser um "Evangelho ilustrado", o "quinto Evangelho", não escrito com tinta, mas com a nossa própria vida.

Acolhamos com a mente, anunciemos com os lábios, conservemos no coração o tesouro da Palavra de Deus e, ao longo deste caminho, confiemos nossas vidas ao Senhor, para sermos reflexo da verdadeira luz em meio às trevas do mundo de hoje.


**Artigo do Pe. Antonio, monge no Mosteiro de São Bento, de Monte Subiaco, Itália

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ENCONTRO IV:
“Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”

PREPARANDO O AMBIENTE
Colocar em destaque sobre uma mesa um crucifixo, a Bíblia aberta, com flores e uma vela acesa. Escrever em uma cartolina: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”

Caminhamos nos caminhos do evangelista Lucas, com sua proposta de seguimento a Jesus e vamos concluir nossa caminhada refletindo o lema proposto para o estudo do Evangelho: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”. O capítulo 15 do Evangelho de Lucas apresenta três parábolas que tratam sobre o tema da alegria por encontrar o que havia perdido. As três parábolas estão intimamente vinculadas pelo mesmo objetivo, que é responder as murmurações dos que se colocam contra Jesus e contestam a sua convivência com os pecadores. No coração do Evangelho de Lucas, Jesus nos esclarece sua atitude: “o Filho do homem veio buscar o que estava perdido”, e quando encontra, é preciso celebrar com júbilo.


I - ORAÇÃO INICIAL
Vamos nos preparar para refletirmos com profundidade e saborearmos a Palavra de Deus, neste mês em que nos dedicamos a aprofundar a Bíblia, pedindo as luzes do Espírito Santo para nos ajudar a compreendermos nossa missão, trilhando os caminhos do evangelho de Lucas:
Canto: A nós descei divina luz, a nós descei divina luz, em nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus, o amor, o amor de Jesus!(2x)

 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Que graça de Deus nosso Pai, o amor de Jesus, o Filho Senhor que nos chama a partilhar a vida, a unção e o poder do Espírito Santo estejam sempre conosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Leitor 1: Deus é bondade e misericórdia; luta para resgatar uma ovelha perdida. As noventa e nove permanecem no deserto, por onde Deus conduziu o povo em segurança até que encontrasse repouso na terra prometida, e quando encontra sua ovelha, leva sobre os ombros e sente uma imensa alegria, porque lhe tem afeto!
Todos: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!” (Lc 15,6)
Leitor 2: A mulher procura sua moeda perdida: ela acende a lâmpada, varre a casa, procura cuidadosamente a décima parte de seu dinheiro. Busca com dedicação e no fim, chama as amigas para celebrar o fato de ter encontrado a moeda.
Todos: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!” (Lc 15,9) 

II – DEUS NOS FALA - LEITURA ORANTE DA PALAVRA
 O texto que vamos ouvir apresenta-nos a figura do pai misericordioso, símbolo do amor de Deus para conosco. A leitura orante vai nos ajudar a ler, meditar, rezar, contemplar e a agir a partir das palavras de Jesus. Vamos mergulhar no evangelho, deixando que a Palavra ecoe em nossos corações:

Canto: Deixa-me ficar em paz, Senhor para ouvir tua Palavra! No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!

Leitura do texto: Lc 15, 11-32

LEITURA: O que diz o texto? Perguntas para ajudar na leitura
1)Quem são os personagens principais da narrativa?
2)O que o filho mais novo pediu ao pai?
3)Qual a reação do pai ao pedido do filho?
4)Como foi a experiência do filho mais novo fora de sua casa?
5)Como ele se sentiu quando não tinha nem o que comer? O que decidiu?
6)Como foi seu retorno à casa paterna?
7)Como o Pai o acolheu? Como foi o reencontro do pai com o filho que estava perdido?
8)Qual o sentimento do filho mais velho? Por que agia daquela forma?
9)Qual a resposta do pai ao filho mais velho?

PISTAS PARA LEITURA
Na parábola do Pai bondoso percebemos que sua figura é dominante do começo ao fim: está presente na decisão do filho mais novo e na conduta do filho mais velho. É amoroso: o filho mais novo lembra que o pai trata bem seus empregados, o filho mais velho critica o fato do pai matar o melhor novilho para festejar! E no meio disso tudo há uma ordem do Pai: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”, “meu filho que estava morto reviveu”.

O filho mais novo quer levar a sua própria vida e por isto pede ao pai que lhe dê a parte de sua herança. Em Israel o filho mais novo tinha direito a um terço da herança, e o filho mais velho por ter o direito da primogenitura recebia o dobro (Dt 21,17). O Pai reparte a herança e o jovem parte para um lugar distante. No novo estilo de vida aquele jovem não soube bem usar sua liberdade e acabou perdendo tudo, até chegar a fazer a experiência da penúria e da fome. Conseguiu um emprego para tratar de porcos, e nem podia comer o alimento daqueles animais. O filho mais novo conheceu o sofrimento, mas também se lembrou de que na casa de seu pai havia partilha.

O arrependimento penetrou então em seu coração, e teve a coragem de empreender o caminho de volta. Diz o texto que o jovem partiu e voltou para seu pai, “voltar para o Pai” é o mesmo que se converter ao amor profundo de seu pai. Ele redescobriu a misericórdia do pai, que era maior do que ele imaginava!

Quando o filho mais novo volta arrependido, encontramos o sinal grandioso do amor paterno que o acolhe sem lhe perguntar absolutamente nada. O pai quando viu de longe o filho sentiu compaixão, e correu ao seu encontro. Sabemos que “compaixão” é sentir com, e aí encontramos o pai que se colocou no lugar do filho, procurando sentir o que ele estava sentindo para ajudá-lo.  Ele redescobriu a misericórdia do pai, que era maior do que ele imaginava!

Segue-se então uma série de gestos concretos de amor: o filho foi abraçado e coberto de beijos! Ao receber o sincero pedido de perdão o pai manda que seja dada ao filho a melhor veste, símbolo da igualdade. O pai também lhe dá um anel, sinal de ser herdeiro do pai, manda que ele receba um calçado, o que distinguia o escravo do livre, e manda que se faça uma grande festa, sinal de amor e fraternidade. “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”, “meu filho que estava morto reviveu”.

O filho mais velho, não realizado por aquilo que fazia, age com amargura, exclui o irmão. Ele espera recompensa do pai em vista dos próprios méritos; pratica a observância da lei, mas desconhece a gratuidade e a misericórdia! Com carinho o pai argumenta que tudo o que possui é também do filho mais velho, e o convida a aceitar novamente o filho mais novo que volta arrependido: “ seu irmão estava perdido e foi encontrado”. Certamente o filho que se perdera foi encontrado pelo amor do pai, que nunca o deixou de amar! “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”

Canto: É uma luz, tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor! Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor!!
MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:

Vamos agora ouvir essas perguntas e meditá-las com tranquilidade e sinceridade. Para isso, entre uma pergunta e outra, vamos fazer um instante de silêncio e responder para nós mesmos, para nosso coração:
1) Temos nos comportado como filho mais novo, mais velho ou como pai?
2)Como estamos agindo diante de nossos erros e limitações?
3)Nosso arrependimento tem sido sincero quando erramos?
4)Como tem sido nossa experiência com a misericórdia do Pai?
5)Temos agido com amargura diante do processo de conversão dos outros? Como temos acolhido aqueles que voltam as nossas comunidades?
6)Temos nos alegrado por aqueles que estavam perdidos e foram encontrados?

Canto: A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus passos e luz para o meu caminho
ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.

Em um instante de silêncio, vamos fazer nossa oração! Qual a resposta que damos a Deus diante da Palavra lida e meditada?
Rezemos juntos: Senhor, desejo fazer a experiência do encontro pessoal contigo para saborear de sua infinita misericórdia, da gratuidade que tanto ensinaste em sua missão e abrir o coração para olhar o outro com ternura e com amor sincero. Senhor, o amor do Pai se tornou claro em ti, que entregou sua vida para reconciliar-nos. O Pai continua a amar e por meio de seu amor, conhecemos a nova vida. És tu que vem ao nosso encontro em sua misericórdia: nunca desiste de nos amar, e com seu amor divino nos conduz para o caminho da felicidade. Que nosso amor, Senhor, seja inspirado na lógica de tua bondade e nunca deixemos de celebrar a conversão de nossos irmãos. Que sua bondade nos alcance para sermos sinal de bondade aos outros. Que nos alegremos por aqueles que estavam perdidos e foram encontrados! Amém!

Canto: Muito alegre eu te pedi o que era meu, partir, um sonho tão normal. Dissipei meus bens e o coração também, no fim meu mundo era irreal.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar, eu gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.
 Nem deixaste-me falar da ingratidão, morreu no abraço o mal que eu fiz. Festa, roupa nova, anel, sandália aos pés. Voltei a vida, sou feliz.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar, eu gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.

Canto: Guarda a Palavra, guarda no coração. Que ela entre em tua alma e penetre os sentimentos. Busca noite e dia, a luz do amor de Deus, se guardares a Palavra, ela te guardará!
 CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?

Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar as palavras de Jesus em nosso interior. Busquemos fazer um exercício concreto de misericórdia para com nossos irmãos, sendo para eles, por meio de nossas atitudes, um sinal de que Deus sempre os acolhe e os ama muitíssimo.  Interiorizemos a mensagem de hoje. Digamos no silêncio de nosso coração:

Senhor, desejo fazer a experiência do encontro pessoal contigo.
Senhor, que eu posso ser acolhido com seu abraço.
Que sua ternura me acompanhe, Senhor.
Que eu celebre o retorno dos que estavam perdidos.

Canto: Que a Palavra esteja em minha boca, a tua Palavra. Para anunciar ousadamente o Evangelho: o mistério do Evangelho!
AGIR: renovar nosso compromisso de seguir Jesus

Nosso agir, que brota da oração, tem duas dimensões: primeiro precisamos experimentar a misericórdia do Pai, sentindo seu amor e sua ternura sempre que for necessário; e também precisamos nos alegrar com o retorno da ovelha perdida ou do filho pródigo, sem amargura ou ciúmes, mas celebrando a bondade de Deus para conosco, que não quer que nenhum de nós se perca no caminho! Que eu tenha parte no retorno dessas ovelhas, que eu contribua para que seja encontradas por Deus, que seu seja um discípulo preocupado em formar discípulos!

III –  PRECES E ORAÇÃO FINAL
 Aninados pela Palavra, que deve ser assumida por nós como alimento em nossas pequenas comunidades, elevemos nossas preces e oração a Deus, dizendo a cada prece: Deus de misericórdia e de ternura, escutai nossa oração!

Leitor 1: Iluminai nossos caminhos, Senhor, para não nos perdermos no caminho, nos desviando de seus projetos ou nos esquecendo de sua misericórdia, nós vos pedimos:
Leitor 2: Dai-nos um coração purificado, capaz de viver a graça da misericórdia com aqueles que dela necessitam, nós vos pedimos:
Leitor 1: Orientai nossas escolhas, Senhor, para que nossos caminhos não terminem em decepções e tristezas, nós vos pedimos: 
Leitor 2: Em vossa misericórdia, sustentai aqueles que decidiram voltar para a casa do Pai com alegria, com a paz e com a coragem necessária para retomar o caminho, nós vos pedimos:
Leitor 1: Para que nosso projeto de evangelização seja um instrumento de resgate daqueles que estão afastados, nós vos pedimos:
Leitor 2: Para que nos alegremos e façamos uma festa quando alguém que estava perdido foi encontrado e retornou para nossas comunidades, nós vos pedimos:

No Ano da fé, nosso coração se alegra por podermos professar nossa fé com consciência cristã! Que a porta da fé nos conduza ao Pai e que por meio do creio, vivamos como discípulos missionários comprometidos com o Reino. Rezemos...

Todos: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. Amém.

Que o caminho de Lucas tenha nos conduzido a uma fé mais amadurecida e favorecido a experiência com Jesus Cristo! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Vamos nos saudar com a paz que vem de Deus! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

*Diácono Roberto Bocalete