DIÁCONO ROBERTO BOCALETE
COMO FOI VIVER OS ÚLTIMOS MESES COMO DIÁCONOS?
A experiência do diaconato é muito bonita e nos coloca
diariamente como instrumentos de Deus no serviço da evangelização. Bênçãos nas
casas e nos estabelecimento comerciais, celebração das exéquias, a proclamação
do Evangelho e o serviço do Altar na liturgia, a caridade (trabalho na Casa
Abrigo e no Lar São Vicente de Paulo), nos motiva a abraçar o serviço da Igreja
com entusiasmo. Trarei recordações muito positivas desses meses!
QUE EXPERIÊNCIA DESTACA DE SUA VIDA DIACONAL NA PARÓQUIA
ONDE TRABALHOU?
A Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Votuporanga tem sido
uma grande escola de aprendizagem, comunhão e experiência pastoral. Destaco
como profunda a experiência de ter presidido pela primeira vez o sacramento do
batismo e ter assistido o matrimônio, o trabalho realizado na Casa Abrigo de
espiritualidade e Pastoral da escuta: foram experiências que acrescentaram
muito em minha caminhada. Destaco também a motivação de fazer parte da história
da Paróquia no momento em que celebra 70 anos de história: na preparação da
ordenação a presença dessa comunidade tem sido sempre fecunda.
COMO ESTÁ A PREPARAÇÃO PARA A VIDA SACERDOTAL?
A preparação tem sido tranquila e frutuosa, profunda nas
dimensões humana, espiritual, intelectual, pastoral e também na convivência com
presbitério e o bispo, com quem fazemos comunhão. Tenho tirado as dúvidas
administrativas e práticas da vida da paróquia; estudamos e fizemos revisão do
Direito Canônico para o matrimônio; estudamos textos da moral cristã para o bom
atendimento das confissões e direção espiritual, e ainda debatemos temas
urgentes da pastoral, revendo nosso Plano diocesano, que toma nova perspectiva
a partir do próximo ano. Ainda faremos o retiro espiritual em preparação à
ordenação, dos dias 14 a 17 de novembro, em Itaici, e contamos com a oração do
povo de Deus para nossa santificação.
QUE LEMA ESCOLHEU PARA A SUA VIDA SACERDOTAL? O QUE ELE
SIGNIFICA?
Em comunhão com diácono Rafael, escolhemos um trecho do
Salmo 39(40): “Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor”. Em
minha vida esta frase esteve muito presente quando decidi discernir meu
chamado, ingressando no Seminário. Ao sair de minha casa, levei comigo e em meu
coração tal lema: vou seguir Jesus com alegria, fazendo sua vontade e lendo a
cada dia seu projeto. Assim, ao ser ordenado presbítero, assumo e reitero o
trecho do salmo: é com alegria e motivação que assumo este ministério na Igreja
de Jesus Cristo, como discípulo apaixonado, seguidor desejoso de fazer a
vontade do Senhor!
QUANDO SERÁ A ORDENAÇÃO E A PRIMEIRA MISSA?
A Ordenação Presbiteral será no dia 06 de dezembro, às 20h,
na Catedral de São José. A Primeira Missa será celebrada na minha comunidade de
origem, Paróquia Nossa Senhora da Abadia de Icém, dia 08 de dezembro, às 10h,
na Igreja Matriz. Todos estão convidados.
O QUE DIZ AOS JOVENS SOBRE A VOCAÇÃO SACERDOTAL?
A vocação a vida presbiteral é um dom, uma graça e um
chamado. É dom e graça porque a vocação é Deus e ele dá suporte para que
amadureçamos em nosso caminho: a presença de Deus é saborosa. É chamado, porque
pressupõe resposta e disponibilidade. Tudo isso é felicidade, porque vocação
quando bem vivida, nos direciona para realização! Vamos dizer sim ao projeto de
Deus! Vamos nos lançar para as águas mais profundas!
COMO PERCEBEU A VOCAÇÃO SACERDOTAL?
Minha vocação foi compreendida na comunidade, nos trabalhos
pastorais, na vida da paróquia, no desejo de ser discípulo e anunciar o meu
amor por Jesus Cristo, por quem me apaixonei. O chamado acontece no cotidiano,
no qual nos percebemos como instrumento de Deus. O chamado acontece quando
olhamos a necessidade do outro e da Igreja e fazemos opção em servir. Percebi a
vocação quando entendi que minha vida teve novo sentido a partir de Jesus
Cristo.
UM RESUMO DE SEUS DADOS
DIÁCONO ROBERTO DA SIVA BOCALETE
Nascido aos 20 dias do mês de fevereiro de 1982, filho de
José Roberto Bocalete e Ana Maria Bocalete, foi batizado dia 21 de março de
1982 na Paróquia Nossa Senhora da Abadia de Icém, na qual vivenciou também
sacramentos da Eucaristia e Crisma após o período de Catequese e fez sua
caminhada de discernimento vocacional em meio aos trabalhos da comunidade.
Ingressou no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz em 2004, no Seminário
Maior Sagrado Coração de Jesus fez o Curso de Filosofia de 2006 a 2008 e o
Curso de Teologia de 2009 a 2012; cursou Letras na UNORP (2001-02 e 2006-07) e
também fez especialização “lato sensu” em Pedagogia Catequética pela Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC) de 2008 a 2010.
Ministério de Leitor: 12 de outubro de 2011 (Capela do
Seminário Sagrado Coração de Jesus)
Ministério de Acólito: 18 de fevereiro de 2013 (Capela do
Seminário Sagrado Coração de Jesus)
Ordenação Diaconal: 04 de agosto de 2013 (Catedral de São
José), com o lema: “Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7)
Os trabalhos pastorais foram realizados:
Desde 2007: Pastoral Bíblico-Catequética diocesana
2007: Paróquia Nossa Senhora da Abadia de Icém (Pe José
Eduardo Vitoretti)
2008-09: Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em São
José do Rio Preto (Pe Cleomar Bessa)
2010-11: Paróquia São Pedro de Ubarana (Pe Lorival
Marques e Pe José Eduardo Vitoretti)
2012: Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e
Capelas, em São José do Rio Preto (Pe Fábio Paganin)
2013: Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Votuporanga (Pe
Gilmar Margotto)
2013: Pastoral da Comunicação diocesana
_________________________________________________________________________
A catequese mistagógica
Pe. Roberto Nentwig e Regina Menon
1. Por que falar de mistagogia?
O tema mistagogia aparece em um momento de urgência de
renovação da Igreja e de nossas práticas evangelizadoras. As vozes do documento de Aparecida ainda ecoam em nossos
ouvidos, proclamando a necessidade de deixar uma pastoral de mera conservação,
avançando para a renovação das estruturas eclesiais (DAp 366-368). Diante do
indiferentismo religioso, da falta de consciência cristã dos batizados e da
grande massa de católicos que buscam nossas comunidades como “fregueses” dos
serviços eclesiais, faz-se necessária uma renovação de métodos. Na catequese,
não podemos mais nos contentar com a falta de engajamento dos muitos que
recebem os sacramentos de iniciação e depois somem da Igreja.
Diante de tal realidade com a qual se depara nossa prática
pastoral, precisamos tomar consciência de que estamos em tempos de
evangelização. Tempos em que urge o primeiro anúncio da alegre boa nova,
levando nossos interlocutores ao encontro pessoal com Jesus Cristo, na adesão
ao seu Reino. É urgente uma catequese mistagógica que resgate os tempos áureos
dos primeiros séculos para renovar a prática catequética.
2. O que é mistagogia?
Mistagogia é um termo grego que significa “conduzir ao
mistério”. Segundo Pe. Gilson Camargo, é possível traduzir o termo por “ter
domínio” do mistério. É evidente que esta expressão precisa ser bem
interpretada, já que Deus não é alguém que dominamos, além do que a vida nele é
uma graça, não depende somente de nossos esforços. Um cristão mistagogo tem
intimidade com o mistério divino e deixa transparecer Deus de modo simples e
fácil.
Cabe explicitar que este “mistério” não é um segredo
inatingível. O Novo Testamento define “mistério”como o desígnio divino oculto
em Deus desde todos os séculos (Ef 3,9), agora revelado em Jesus Cristo (Cl
1,26-27). Portanto, ser conduzido ao mistério é encontrar-se com a pessoa de
Jesus Cristo, acolhendo o desígnio do Pai (a salvação) na força do Espírito
Santo. A experiência cristã, portanto, não é um sentimentalismo vazio, nem um
mero aprendizado teórico, mas a experiência viva que leva o fiel a aderir ao
Reino de Deus, o projeto do Pai, em comunidade, assumindo a dinâmica renovadora
da Páscoa: o mistério de morte e ressurreição (Rm 6,8-11; Fl 3,10-11).
O termo mistagogia designa o último tempo do processo
catecumenal. Trata-se de um tempo que valoriza muito a liturgia do Tempo
Pascal, com a finalidade de fazer o neófito experimentar a Páscoa do Senhor e
sentir-se acolhido pela comunidade da qual começou a fazer parte pelos
sacramentos. Na Igreja antiga, as catequeses mistagógicas tinham a finalidade
de levar os neófitos a aprofundar os sinais que foram manifestos na recepção dos
sacramentos da iniciação.
Ao tratarmos de mistagogia na catequese, no entanto, não
estamos falando de um tempo determinado, pois todo o processo catequético deve
ser permeado pela mistagogia, ou seja, deve ter a finalidade de levar Deus ao
coração e à vida dos interlocutores.
3. Caminhos mistagógicos
Destacamos três caminhos que contribuem para uma catequese
mistagógica: a Palavra, a liturgia e a oração.
a) Palavra. Tanto a tradição da Igreja como as Escrituras
são fontes da Palavra de Deus. Sobretudo, destaca-se a Bíblia, “livro por
excelência da catequese”, como fonte primordial da atividade catequética. Ainda
carecemos de uma catequese mais bíblica, do uso frequente da Escritura nos
encontros, de uma intimidade maior no uso da Bíblia por parte do povo católico.
Os documentos da Igreja têm insistido sobre a prática da
leitura orante, como um caminho eficaz para o uso da Escritura na pastoral. A
lectio divina destaca-se como um método de leitura orante em consonância com a
grande tradição da Igreja. Inspirada na oração dos monges, conserva quatro
passos que remontam ao monge Guido (séc. XII), escritor do livro A escada dos
monges (BOFF, 2006):
- Ler: leitura calma, pausada, procurando saborear cada
palavra;
- Meditar: como a Palavra aplica-se na vida da pessoa;
- Orar: deixar a oração, a prece, o louvor brotar da
Palavra;
- Contemplar : sentir-se amado por Deus. Os místicos falam
deste estágio como o mais elevado, como total entrega a Deus.
Esses degraus não precisam ser necessariamente justapostos
(vir um após o outro). É importante que primeiro se faça a leitura e, depois,
deixe brotar a oração de acordo com a inspiração do Espírito e as
características próprias do grupo.
b) Liturgia. A liturgia, por si só, tem uma dimensão
catequética. As celebrações, com sua riqueza de palavras e ações, são uma
verdadeira “catequese em ato” (CR 89).“Embora a sagrada Liturgia seja
principalmente culto da majestade divina, é também abundante fonte de instrução
para o povo fiel” (SC 33). Uma celebração bem preparada, participada e adaptada
à realidade com verdadeira dignidade e cheia do verdadeiro sentido litúrgico,
educa na fé, recorda os seus conteúdos centrais, renova o ideal de vida cristã e incrementa a consciência de pertença eclesial.
Pela ação do Espírito Santo, a liturgia alimenta e estimula ao compromisso com
a vida.
Há uma contínua união entre Palavra e símbolo, colaborando
para que o conteúdo da fé seja interiorizado, não permanecendo como uma mera
teoria: “O rito, ao envolver a pessoa por inteiro, marca mais profundamente do
que uma simples instrução e interioriza o que foi aprendido e proclamado,
realçando a dimensão de compromisso” (IVC 44). Na liturgia há o envolvimento
corporal por cantos, gestos, vozes, silêncio, de modo que a união entre
atitudes do corpo, símbolo e Palavra contribuam para uma experiência mais
concreta do mistério: Na liturgia conjuga-se ‘o que se diz’ e a ‘maneira de
dizer’. Gestos e palavras transmitem seu sentido no próprio ato. Por isso mesmo
são até mais expressivos do que discursos e ensinamentos. (…) Mais do que
compreender por intelecção o importante é que se experimente algo do mistério
pascal de Cristo. Se celebrado com intensidade e profundidade não haverá risco
da banalização repetidora (PERUZZO, 2010, p. 33).
O Diretório Nacional de Catequese corrobora esta ideia,
afirmando a necessidade de um itinerário catequético que inclua um itinerário
celebrativo como componente indispensável (DNC 118): As festas e as celebrações
são momentos privilegiados para a afirmação e interiorização da experiência da
fé. ORICA é o melhor exemplo de unidade entre liturgia e catequese. Celebração e festa contribuem para uma catequese prazerosa,
motivadora e eficaz que nos acompanha ao longo da vida. Por isso, os autênticos
itinerários catequéticos são aqueles que incluem em seu processo o momento
celebrativo como componente essencial da experiência religiosa cristã. É esta
uma das características da dimensão catecumenal que hoje a atividade
catequética há de assumir.
Toda a atividade da Igreja tem suas forças arraigadas na
liturgia. A catequese deve conduzir à vivência litúrgica, pois esta sintetiza a
experiência cristã. Sobretudo aqui, destaca-se o uso de símbolos e gestos
litúrgicos, pois estes afetam áreas do ser humano que o conteúdo racional não
alcança. Uma catequese mais celebrativa e orante traz a força do significado
dos ritos, conduzindo os
interlocutores, de modo eficaz, à vivência do Evangelho.
c) Oração. A catequese deve ser “permeada por um clima de
oração” (DGC 85). O encontro catequético não deve parecer uma aula ou palestra,
mas ser um espaço aberto para o diálogo com Deus. Qualquer conteúdo exposto
deve ser interiorizado pela prece, sobretudo valorizando a espontaneidade e a
criatividade. Hoje muitos cristãos rezam somente fazendo pedidos. É preciso que nossos catequizandos exercitem a oração como meio para
experimentar o amor de Deus, acolhendo o mistério divino de um modo afetivo.
Já falamos da importância da Sagrada Escritura como caminho
mistagógico. A Bíblia é a principal fonte da oração: o fundamental é partir da
leitura do texto sem a pretensão de encontrar verdades, mas para acolher o
sentido espiritual. Depois da leitura, muitos são os caminhos que nos ajudam a
orar: repetir as frases do texto pausadamente (pedir que o grupo repita), cantar
refrões, fazer preces espontâneas… Convém, seguindo a tradição da Igreja,
concluir o momento orante com um Pai-Nosso, reunindo todas as preces. Um
caminho por vezes esquecido é o silêncio. É preciso deixar Deus falar,
imaginando-se, por exemplo, no cenário do texto lido (método Jesuíta). Enfim, o
importante é que a Palavra seja o guia mestre de nossa oração.
4. O catequista mistagogo
O catequista mistagogo é um instrumento que facilita o
encontro dos seus catequizandos com o mistério divino. A Palavra tem forte relação com o seu proclamador. No contexto da
revelação, não basta saber com exatidão o que é pronunciado, mas é preciso
conhecer quem comunica, pois quem enuncia é também mensagem.
A força reveladora e realizadora da Palavra de Deus são
evidenciadas na catequese. Também o catequista, seguindo a lógica da revelação,
não apenas transmite verdades, mas revela o próprio Deus. Para que este
mistério aconteça com eficácia, o catequista não fala de si mesmo, mas a partir
do seu encontro com o Senhor, de sua experiência, de sua vida.
Catequese significa fazer ecoar. Ela será um verdadeiro eco
da Palavra de Deus se o catequista deixar transbordar do seu interior aquilo que nele está repercutindo. Aquele que ouve, por sua
vez, acolhe em seu coração este transbordamento e passa a também ser um eco da
mesma Palavra.
São Paulo nos diz que somos um texto vivo da Palavra; “Sois
uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta,
mas com o Espírito de Deus Vivo” (2Cor 3,3). O catequista, portanto, é uma
carta de Deus, em texto vivo. Fala mais pela sua vida do que por suas palavras,
comunica mais com o seu jeito de ser, com sua alegria e amor do que com suas
ideias. Por isso, para catequizar, o catequista deve se deixar escrever pelo
Espírito Santo. Deixará que o amor seja impregnado em seu coração, lembrando
que este é um mistério para os simples: “Eu te louvo, ó Pai, porque escondestes
estas coisas dos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt
11,25).
Portanto, o catequista mistagogo é aquele que se encontrou
com o Senhor, assumiu o seu projeto em sua prática de vida e deseja, por um
ímpeto interno, anunciar a experiência realizada (1Cor 9,16), além de não
descuidar da formação continuada. Não basta mudar os métodos se não houver
catequistas que transmitam a verdadeira experiência de encontro com Cristo.
5. Elementos para uma catequese mistagógica
Não se pode falar de mistagogia sem abordar o processo
catecumenal. O catecumenato foi resgatado como forma ordinária de iniciação de
adultos, seguindo a metodologia do RICA. Sua eficácia evangelizadora fez dele
um modelo inspirador para outros processos catequéticos, como afirma oDiretório
Geral para a Catequese: “Dado que a missão ad gentes é o paradigma de toda a
missão evangelizadora da Igreja, o Catecumenato batismal, que lhe é inerente, é
o modelo inspirador da sua ação catequizadora” (DGC 90). O Diretório Nacional
também afirma: “é a inspiração catecumenal que deve iluminar qualquer processo
catequético” (DNC 45). Assim, é nossa missão construir itinerários de educação
na fé de inspiração catecumenal. Deste modo, estaremos favorecendo uma
catequese mistagógica
Para alcançar este objetivo, é preciso conhecer a
metodologia catecumenal. São características essenciais da metodologia
catecumenal: seu caráter cristocêntrico e gradual, a função eclesial, a
centralidade do mistério pascal, a inculturação, a formação intensa e integral
vinculada a ritos e símbolos (IVC 72-73).
Portanto, um itinerário catequético catecumenal e,
consequentemente mistagógico, não é uma repetição do que nos é proposto pelo
RICA, mas a aplicação criativa da metodologia catecumenal. Seguem algumas
pistas que podem nos ajudar.
- Realizar encontros celebrativos: os gestos, os ritos, os
sinais da liturgia são bem vindos na catequese. Comunicamos mais dos mistérios
divinos pelo uso de sinais do que pelo enunciado de teorias.
- Aproximar os catequizandos da liturgia: é preciso que
compreendam e se apaixonem pela liturgia, sobretudo pela participação ativa das
celebrações eucarísticas.
- Realizar celebrações catequéticas. É muito oportuno fazer
com os catequizandos algumas celebrações da Palavra, convidando os familiares,
reunindo outras turmas. Os próprios catequistas podem conduzir estes momentos,
inspirando-se nos conteúdos catequéticos, valorizando e partindo sempre da
Proclamação da Palavra – da palavra brota a oração em comunidade.
- Realizar celebrações de entrega e ritos de passagem. É
preciso resgatar o sentido da gradualidade do processo catequético presente no
catecumenato. O catequizando deve sentir que ele avança a cada dia no caminho.
A realização de algumas celebrações de passagem pode ajudar neste sentido. Aqui
merecem destaque as entregas, tão valorizadas no catecumenato: pode haver uma
celebração festiva, com toda a comunidade, com a entrega de um símbolo para
cada etapa do itinerário: a Bíblia, o Pai Nosso, o Credo, a Cruz, as Bem
Aventuranças… Outras celebrações também são carregadas de significado:
celebração de acolhida (no início das atividades catequéticas, com as
famílias), celebração de envio… Convém que as celebrações de entrega aconteçam
na celebração eucarística, com a assembleia reunida. Deste modo, intensifica-se
a consciência da participação comunitária.
- Valorizar o tempo litúrgico.
É preciso retomar toda a riqueza do Ano litúrgico e a
centralidade do Mistério Pascal. O tempo da Quaresma, com sua riqueza, é um
forte momento para se vivenciar a fé por gestos concretos, principalmente
aproveitando-se a Campanha da Fraternidade. Não esqueçamos também do apelo à
oração, das celebrações penitenciais, via sacras… O Tempo Pascal é o centro do
Ano Litúrgico. Convém que a iniciação eucarística e a Confirmação sejam
celebradas neste tempo, vinculando-os ao sentido da vida nova que brota da
Ressurreição do Senhor.
- Conduzir os catequizandos para a participação em
atividades evangélico-transformadoras.
Não podemos nos esquecer de que a mistagogia é uma educação
para o viver cristão. Não basta a Palavra, a liturgia e a oração se não nos
convertemos. Assim, é muito oportuno que os catequizandos realizem atividades
que os eduquem para a caridade e o compromisso social, como atividades em prol
da ecologia, visitas em instituições sociais, campanhas, etc.
Uma catequese mistagógica necessita de agentes mistagogos.
Que pela graça do Espírito, sejam suscitados pessoas que deixem transbordar do
seu interior o encontro decisivo com o Cristo, Senhor, na adesão ao seu Reino.
Só assim, teremos uma catequese viva, mais querigmática, bíblica, celebrativa,
orante e mistagógica!
** FONTE: http://imaculadacintra.blogspot.com.br/ (BLOG DA IMACULADA)