quarta-feira, 20 de novembro de 2013

PAPA FRANCISCO E A RECONCILIAÇÃO

O Pontífice começou sua catequese recordando que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo. No cenáculo, quando apareceu aos Apóstolos, Jesus soprou sobre eles e disse “Recebeis o Espírito Santo”, indicando a transmissão da vida, da nova vida regenerada pelo perdão. Mas antes deste gesto de doar o Espírito, Jesus mostra suas feridas nas mãos e nas costas, que representam o preço de nossa salvação. “O Espírito Santo nos traz o perdão de Deus passando através das chagas de Jesus”, completou Francisco.

Como segundo elemento, o Papa acrescentou que “Jesus deu aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados; e a Igreja é a depositária do poder das chaves. Deus perdoa o homem na sua soberana misericórdia, mas Ele mesmo quis que as pessoas que pertencem a Cristo e à sua Igreja recebessem o perdão através dos ministros da Comunidade”.

Através do ministério apostólico, a misericórdia de Deus chega a nós, perdoa nossas culpas e proporciona a alegria. É deste modo que Jesus nos chama a viver a reconciliação nas dimensões eclesial e comunitária – “o que é muito bonito”, considerou o Papa.

Francisco fez, no entanto, uma ressalva: “A Igreja não é senhora do poder das chaves, mas serva do ministério da misericórdia, e fica feliz sempre que pode oferecer este dom divino. Muitas pessoas hoje não entendem a dimensão eclesial do perdão em meio ao individualismo e ao subjetivismo, e por vezes até nós, cristãos, sofremos por isso. “É claro”, explicou o Papa, “Deus perdoa pessoalmente todo pecador arrependido”.

Enfim, o Pontífice ressaltou um último quesito: o sacerdote como instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus que nos é dado pela Igreja é transmitido pelo ministério de um nosso irmão, o sacerdote; um homem que, como nós, precisa de misericórdia e se torna instrumento de misericórdia doando-nos o amor ilimitado de Deus Pai.

“Às vezes, ouve-se dizer: “Eu confesso-me diretamente a Deus”. É verdade que Deus sempre te ouve, mas, no sacramento da Penitência, manda um irmão trazer-te o perdão. O sacerdote confessor deve estar ciente de que o irmão ou irmã que se aproxima dele procura o perdão e o faz como tantas pessoas que procuravam Jesus para que as curasse. Os fiéis penitentes têm o direito de encontrar, nos sacerdotes, servidores do perdão de Deus”, afirmou.

A este ponto, Francisco revelou aos fiéis que ele também pede perdão a Deus; se confessa a cada quinze dias. "O Papa também é um pecador", disse, sorrindo. “O serviço do sacerdote como ministro é muito delicado, exige que seu coração esteja em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja delicado, benevolente e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações. Principalmente, o padre deve saber que o irmão ou irmã que se aproximam do sacramento da Reconciliação buscam o perdão. “É melhor – advertiu Francisco – que os sacerdotes que não têm esta disposição não administrem este Sacramento, até conseguirem mudar”.

Como faz habitualmente, o Papa terminou sua catequese com um convite à reflexão: “Como membros da Igreja, somos conscientes deste dom que Deus nos oferece? Sentimos a alegria da atenção materna que a Igreja tem por nós? Sabemos valorizá-la com simplicidade e assiduidade? Não devemos esquecer que Deus nunca se cansa de nos perdoar e que mediante o ministério do sacerdote nos envolve em um abraço que nos regenera e nos ajuda a levantarmos e recomeçar um novo caminho”.

sábado, 16 de novembro de 2013


DIÁCONO ROBERTO BOCALETE

COMO FOI VIVER OS ÚLTIMOS MESES COMO DIÁCONOS?
A experiência do diaconato é muito bonita e nos coloca diariamente como instrumentos de Deus no serviço da evangelização. Bênçãos nas casas e nos estabelecimento comerciais, celebração das exéquias, a proclamação do Evangelho e o serviço do Altar na liturgia, a caridade (trabalho na Casa Abrigo e no Lar São Vicente de Paulo), nos motiva a abraçar o serviço da Igreja com entusiasmo. Trarei recordações muito positivas desses meses!

QUE EXPERIÊNCIA DESTACA DE SUA VIDA DIACONAL NA PARÓQUIA ONDE TRABALHOU?
A Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Votuporanga tem sido uma grande escola de aprendizagem, comunhão e experiência pastoral. Destaco como profunda a experiência de ter presidido pela primeira vez o sacramento do batismo e ter assistido o matrimônio, o trabalho realizado na Casa Abrigo de espiritualidade e Pastoral da escuta: foram experiências que acrescentaram muito em minha caminhada. Destaco também a motivação de fazer parte da história da Paróquia no momento em que celebra 70 anos de história: na preparação da ordenação a presença dessa comunidade tem sido sempre fecunda.

COMO ESTÁ A PREPARAÇÃO PARA A VIDA SACERDOTAL?
A preparação tem sido tranquila e frutuosa, profunda nas dimensões humana, espiritual, intelectual, pastoral e também na convivência com presbitério e o bispo, com quem fazemos comunhão. Tenho tirado as dúvidas administrativas e práticas da vida da paróquia; estudamos e fizemos revisão do Direito Canônico para o matrimônio; estudamos textos da moral cristã para o bom atendimento das confissões e direção espiritual, e ainda debatemos temas urgentes da pastoral, revendo nosso Plano diocesano, que toma nova perspectiva a partir do próximo ano. Ainda faremos o retiro espiritual em preparação à ordenação, dos dias 14 a 17 de novembro, em Itaici, e contamos com a oração do povo de Deus para nossa santificação.

QUE LEMA ESCOLHEU PARA A SUA VIDA SACERDOTAL? O QUE ELE SIGNIFICA?
Em comunhão com diácono Rafael, escolhemos um trecho do Salmo 39(40): “Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor”. Em minha vida esta frase esteve muito presente quando decidi discernir meu chamado, ingressando no Seminário. Ao sair de minha casa, levei comigo e em meu coração tal lema: vou seguir Jesus com alegria, fazendo sua vontade e lendo a cada dia seu projeto. Assim, ao ser ordenado presbítero, assumo e reitero o trecho do salmo: é com alegria e motivação que assumo este ministério na Igreja de Jesus Cristo, como discípulo apaixonado, seguidor desejoso de fazer a vontade do Senhor!

QUANDO SERÁ A ORDENAÇÃO E A PRIMEIRA MISSA?
A Ordenação Presbiteral será no dia 06 de dezembro, às 20h, na Catedral de São José. A Primeira Missa será celebrada na minha comunidade de origem, Paróquia Nossa Senhora da Abadia de Icém, dia 08 de dezembro, às 10h, na Igreja Matriz. Todos estão convidados.

O QUE DIZ AOS JOVENS SOBRE A VOCAÇÃO SACERDOTAL?
A vocação a vida presbiteral é um dom, uma graça e um chamado. É dom e graça porque a vocação é Deus e ele dá suporte para que amadureçamos em nosso caminho: a presença de Deus é saborosa. É chamado, porque pressupõe resposta e disponibilidade. Tudo isso é felicidade, porque vocação quando bem vivida, nos direciona para realização! Vamos dizer sim ao projeto de Deus! Vamos nos lançar para as águas mais profundas!
  
COMO PERCEBEU A VOCAÇÃO SACERDOTAL?
Minha vocação foi compreendida na comunidade, nos trabalhos pastorais, na vida da paróquia, no desejo de ser discípulo e anunciar o meu amor por Jesus Cristo, por quem me apaixonei. O chamado acontece no cotidiano, no qual nos percebemos como instrumento de Deus. O chamado acontece quando olhamos a necessidade do outro e da Igreja e fazemos opção em servir. Percebi a vocação quando entendi que minha vida teve novo sentido a partir de Jesus Cristo.

UM RESUMO DE SEUS DADOS
DIÁCONO ROBERTO DA SIVA BOCALETE

Nascido aos 20 dias do mês de fevereiro de 1982, filho de José Roberto Bocalete e Ana Maria Bocalete, foi batizado dia 21 de março de 1982 na Paróquia Nossa Senhora da Abadia de Icém, na qual vivenciou também sacramentos da Eucaristia e Crisma após o período de Catequese e fez sua caminhada de discernimento vocacional em meio aos trabalhos da comunidade. Ingressou no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz em 2004, no Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus fez o Curso de Filosofia de 2006 a 2008 e o Curso de Teologia de 2009 a 2012; cursou Letras na UNORP (2001-02 e 2006-07) e também fez especialização “lato sensu” em Pedagogia Catequética pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC) de 2008 a 2010.

Ministério de Leitor: 12 de outubro de 2011 (Capela do Seminário Sagrado Coração de Jesus)
Ministério de Acólito: 18 de fevereiro de 2013 (Capela do Seminário Sagrado Coração de Jesus)
Ordenação Diaconal: 04 de agosto de 2013 (Catedral de São José), com o lema: “Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7)

Os trabalhos pastorais foram realizados:
Desde 2007: Pastoral Bíblico-Catequética diocesana
2007: Paróquia Nossa Senhora da Abadia de Icém (Pe José Eduardo Vitoretti)
2008-09: Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em São José do Rio Preto (Pe Cleomar Bessa)
2010-11: Paróquia São Pedro de Ubarana (Pe Lorival Marques  e Pe José Eduardo Vitoretti)
2012: Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e Capelas, em São José do Rio Preto (Pe Fábio Paganin)
2013: Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Votuporanga (Pe Gilmar Margotto)
2013: Pastoral da Comunicação diocesana



_________________________________________________________________________

A catequese mistagógica 
Pe. Roberto Nentwig e Regina Menon

1. Por que falar de mistagogia?
O tema mistagogia aparece em um momento de urgência de renovação da Igreja e de nossas práticas evangelizadoras. As vozes do documento de Aparecida ainda ecoam em nossos ouvidos, proclamando a necessidade de deixar uma pastoral de mera conservação, avançando para a renovação das estruturas eclesiais (DAp 366-368). Diante do indiferentismo religioso, da falta de consciência cristã dos batizados e da grande massa de católicos que buscam nossas comunidades como “fregueses” dos serviços eclesiais, faz-se necessária uma renovação de métodos. Na catequese, não podemos mais nos contentar com a falta de engajamento dos muitos que recebem os sacramentos de iniciação e depois somem da Igreja.

Diante de tal realidade com a qual se depara nossa prática pastoral, precisamos tomar consciência de que estamos em tempos de evangelização. Tempos em que urge o primeiro anúncio da alegre boa nova, levando nossos interlocutores ao encontro pessoal com Jesus Cristo, na adesão ao seu Reino. É urgente uma catequese mistagógica que resgate os tempos áureos dos primeiros séculos para renovar a prática catequética.

2. O que é mistagogia?
Mistagogia é um termo grego que significa “conduzir ao mistério”. Segundo Pe. Gilson Camargo, é possível traduzir o termo por “ter domínio” do mistério. É evidente que esta expressão precisa ser bem interpretada, já que Deus não é alguém que dominamos, além do que a vida nele é uma graça, não depende somente de nossos esforços. Um cristão mistagogo tem intimidade com o mistério divino e deixa transparecer Deus de modo simples e fácil.

Cabe explicitar que este “mistério” não é um segredo inatingível. O Novo Testamento define “mistério”como o desígnio divino oculto em Deus desde todos os séculos (Ef 3,9), agora revelado em Jesus Cristo (Cl 1,26-27). Portanto, ser conduzido ao mistério é encontrar-se com a pessoa de Jesus Cristo, acolhendo o desígnio do Pai (a salvação) na força do Espírito Santo. A experiência cristã, portanto, não é um sentimentalismo vazio, nem um mero aprendizado teórico, mas a experiência viva que leva o fiel a aderir ao Reino de Deus, o projeto do Pai, em comunidade, assumindo a dinâmica renovadora da Páscoa: o mistério de morte e ressurreição (Rm 6,8-11; Fl 3,10-11).

O termo mistagogia designa o último tempo do processo catecumenal. Trata-se de um tempo que valoriza muito a liturgia do Tempo Pascal, com a finalidade de fazer o neófito experimentar a Páscoa do Senhor e sentir-se acolhido pela comunidade da qual começou a fazer parte pelos sacramentos. Na Igreja antiga, as catequeses mistagógicas tinham a finalidade de levar os neófitos a aprofundar os sinais que foram manifestos na recepção dos sacramentos da iniciação.

Ao tratarmos de mistagogia na catequese, no entanto, não estamos falando de um tempo determinado, pois todo o processo catequético deve ser permeado pela mistagogia, ou seja, deve ter a finalidade de levar Deus ao coração e à vida dos interlocutores.

3. Caminhos mistagógicos
 Destacamos três caminhos que contribuem para uma catequese mistagógica: a Palavra, a liturgia e a oração.

a) Palavra. Tanto a tradição da Igreja como as Escrituras são fontes da Palavra de Deus. Sobretudo, destaca-se a Bíblia, “livro por excelência da catequese”, como fonte primordial da atividade catequética. Ainda carecemos de uma catequese mais bíblica, do uso frequente da Escritura nos encontros, de uma intimidade maior no uso da Bíblia por parte do povo católico.

Os documentos da Igreja têm insistido sobre a prática da leitura orante, como um caminho eficaz para o uso da Escritura na pastoral. A lectio divina destaca-se como um método de leitura orante em consonância com a grande tradição da Igreja. Inspirada na oração dos monges, conserva quatro passos que remontam ao monge Guido (séc. XII), escritor do livro A escada dos monges (BOFF, 2006):

- Ler: leitura calma, pausada, procurando saborear cada palavra;
- Meditar: como a Palavra aplica-se na vida da pessoa;
- Orar: deixar a oração, a prece, o louvor brotar da Palavra;
- Contemplar : sentir-se amado por Deus. Os místicos falam deste estágio como o mais elevado, como total entrega a Deus.

Esses degraus não precisam ser necessariamente justapostos (vir um após o outro). É importante que primeiro se faça a leitura e, depois, deixe brotar a oração de acordo com a inspiração do Espírito e as características próprias do grupo.

b) Liturgia. A liturgia, por si só, tem uma dimensão catequética. As celebrações, com sua riqueza de palavras e ações, são uma verdadeira “catequese em ato” (CR 89).“Embora a sagrada Liturgia seja principalmente culto da majestade divina, é também abundante fonte de instrução para o povo fiel” (SC 33). Uma celebração bem preparada, participada e adaptada à realidade com verdadeira dignidade e cheia do verdadeiro sentido litúrgico, educa na fé, recorda os seus conteúdos centrais, renova o ideal de vida cristã e incrementa a consciência de pertença eclesial. Pela ação do Espírito Santo, a liturgia alimenta e estimula ao compromisso com a vida.

Há uma contínua união entre Palavra e símbolo, colaborando para que o conteúdo da fé seja interiorizado, não permanecendo como uma mera teoria: “O rito, ao envolver a pessoa por inteiro, marca mais profundamente do que uma simples instrução e interioriza o que foi aprendido e proclamado, realçando a dimensão de compromisso” (IVC 44). Na liturgia há o envolvimento corporal por cantos, gestos, vozes, silêncio, de modo que a união entre atitudes do corpo, símbolo e Palavra contribuam para uma experiência mais concreta do mistério: Na liturgia conjuga-se ‘o que se diz’ e a ‘maneira de dizer’. Gestos e palavras transmitem seu sentido no próprio ato. Por isso mesmo são até mais expressivos do que discursos e ensinamentos. (…) Mais do que compreender por intelecção o importante é que se experimente algo do mistério pascal de Cristo. Se celebrado com intensidade e profundidade não haverá risco da banalização repetidora (PERUZZO, 2010, p. 33).

O Diretório Nacional de Catequese corrobora esta ideia, afirmando a necessidade de um itinerário catequético que inclua um itinerário celebrativo como componente indispensável (DNC 118): As festas e as celebrações são momentos privilegiados para a afirmação e interiorização da experiência da fé. ORICA é o melhor exemplo de unidade entre liturgia e catequese. Celebração e festa contribuem para uma catequese prazerosa, motivadora e eficaz que nos acompanha ao longo da vida. Por isso, os autênticos itinerários catequéticos são aqueles que incluem em seu processo o momento celebrativo como componente essencial da experiência religiosa cristã. É esta uma das características da dimensão catecumenal que hoje a atividade catequética há de assumir.

Toda a atividade da Igreja tem suas forças arraigadas na liturgia. A catequese deve conduzir à vivência litúrgica, pois esta sintetiza a experiência cristã. Sobretudo aqui, destaca-se o uso de símbolos e gestos litúrgicos, pois estes afetam áreas do ser humano que o conteúdo racional não alcança. Uma catequese mais celebrativa e orante traz a força do significado dos ritos, conduzindo os
interlocutores, de modo eficaz, à vivência do Evangelho.

c) Oração. A catequese deve ser “permeada por um clima de oração” (DGC 85). O encontro catequético não deve parecer uma aula ou palestra, mas ser um espaço aberto para o diálogo com Deus. Qualquer conteúdo exposto deve ser interiorizado pela prece, sobretudo valorizando a espontaneidade e a criatividade. Hoje muitos cristãos rezam somente fazendo pedidos. É preciso que nossos catequizandos exercitem a oração como meio para experimentar o amor de Deus, acolhendo o mistério divino de um modo afetivo.

Já falamos da importância da Sagrada Escritura como caminho mistagógico. A Bíblia é a principal fonte da oração: o fundamental é partir da leitura do texto sem a pretensão de encontrar verdades, mas para acolher o sentido espiritual. Depois da leitura, muitos são os caminhos que nos ajudam a orar: repetir as frases do texto pausadamente (pedir que o grupo repita), cantar refrões, fazer preces espontâneas… Convém, seguindo a tradição da Igreja, concluir o momento orante com um Pai-Nosso, reunindo todas as preces. Um caminho por vezes esquecido é o silêncio. É preciso deixar Deus falar, imaginando-se, por exemplo, no cenário do texto lido (método Jesuíta). Enfim, o importante é que a Palavra seja o guia mestre de nossa oração.
  
4. O catequista mistagogo
 O catequista mistagogo é um instrumento que facilita o encontro dos seus catequizandos com o mistério divino. A Palavra tem forte relação com o seu proclamador. No contexto da revelação, não basta saber com exatidão o que é pronunciado, mas é preciso conhecer quem comunica, pois quem enuncia é também mensagem.

A força reveladora e realizadora da Palavra de Deus são evidenciadas na catequese. Também o catequista, seguindo a lógica da revelação, não apenas transmite verdades, mas revela o próprio Deus. Para que este mistério aconteça com eficácia, o catequista não fala de si mesmo, mas a partir do seu encontro com o Senhor, de sua experiência, de sua vida.

Catequese significa fazer ecoar. Ela será um verdadeiro eco da Palavra de Deus se o catequista deixar transbordar do seu interior aquilo que nele está repercutindo. Aquele que ouve, por sua vez, acolhe em seu coração este transbordamento e passa a também ser um eco da mesma Palavra.

São Paulo nos diz que somos um texto vivo da Palavra; “Sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo” (2Cor 3,3). O catequista, portanto, é uma carta de Deus, em texto vivo. Fala mais pela sua vida do que por suas palavras, comunica mais com o seu jeito de ser, com sua alegria e amor do que com suas ideias. Por isso, para catequizar, o catequista deve se deixar escrever pelo Espírito Santo. Deixará que o amor seja impregnado em seu coração, lembrando que este é um mistério para os simples: “Eu te louvo, ó Pai, porque escondestes estas coisas dos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11,25).

Portanto, o catequista mistagogo é aquele que se encontrou com o Senhor, assumiu o seu projeto em sua prática de vida e deseja, por um ímpeto interno, anunciar a experiência realizada (1Cor 9,16), além de não descuidar da formação continuada. Não basta mudar os métodos se não houver catequistas que transmitam a verdadeira experiência de encontro com Cristo.

5. Elementos para uma catequese mistagógica
 Não se pode falar de mistagogia sem abordar o processo catecumenal. O catecumenato foi resgatado como forma ordinária de iniciação de adultos, seguindo a metodologia do RICA. Sua eficácia evangelizadora fez dele um modelo inspirador para outros processos catequéticos, como afirma oDiretório Geral para a Catequese: “Dado que a missão ad gentes é o paradigma de toda a missão evangelizadora da Igreja, o Catecumenato batismal, que lhe é inerente, é o modelo inspirador da sua ação catequizadora” (DGC 90). O Diretório Nacional também afirma: “é a inspiração catecumenal que deve iluminar qualquer processo catequético” (DNC 45). Assim, é nossa missão construir itinerários de educação na fé de inspiração catecumenal. Deste modo, estaremos favorecendo uma catequese mistagógica

Para alcançar este objetivo, é preciso conhecer a metodologia catecumenal. São características essenciais da metodologia catecumenal: seu caráter cristocêntrico e gradual, a função eclesial, a centralidade do mistério pascal, a inculturação, a formação intensa e integral vinculada a ritos e símbolos (IVC 72-73).

Portanto, um itinerário catequético catecumenal e, consequentemente mistagógico, não é uma repetição do que nos é proposto pelo RICA, mas a aplicação criativa da metodologia catecumenal. Seguem algumas pistas que podem nos ajudar.
 - Realizar encontros celebrativos: os gestos, os ritos, os sinais da liturgia são bem vindos na catequese. Comunicamos mais dos mistérios divinos pelo uso de sinais do que pelo enunciado de teorias.
 - Aproximar os catequizandos da liturgia: é preciso que compreendam e se apaixonem pela liturgia, sobretudo pela participação ativa das celebrações eucarísticas.
 - Realizar celebrações catequéticas. É muito oportuno fazer com os catequizandos algumas celebrações da Palavra, convidando os familiares, reunindo outras turmas. Os próprios catequistas podem conduzir estes momentos, inspirando-se nos conteúdos catequéticos, valorizando e partindo sempre da Proclamação da Palavra – da palavra brota a oração em comunidade.
 - Realizar celebrações de entrega e ritos de passagem. É preciso resgatar o sentido da gradualidade do processo catequético presente no catecumenato. O catequizando deve sentir que ele avança a cada dia no caminho. A realização de algumas celebrações de passagem pode ajudar neste sentido. Aqui merecem destaque as entregas, tão valorizadas no catecumenato: pode haver uma celebração festiva, com toda a comunidade, com a entrega de um símbolo para cada etapa do itinerário: a Bíblia, o Pai Nosso, o Credo, a Cruz, as Bem Aventuranças… Outras celebrações também são carregadas de significado: celebração de acolhida (no início das atividades catequéticas, com as famílias), celebração de envio… Convém que as celebrações de entrega aconteçam na celebração eucarística, com a assembleia reunida. Deste modo, intensifica-se a consciência da participação comunitária.
 - Valorizar o tempo litúrgico.
É preciso retomar toda a riqueza do Ano litúrgico e a centralidade do Mistério Pascal. O tempo da Quaresma, com sua riqueza, é um forte momento para se vivenciar a fé por gestos concretos, principalmente aproveitando-se a Campanha da Fraternidade. Não esqueçamos também do apelo à oração, das celebrações penitenciais, via sacras… O Tempo Pascal é o centro do Ano Litúrgico. Convém que a iniciação eucarística e a Confirmação sejam celebradas neste tempo, vinculando-os ao sentido da vida nova que brota da Ressurreição do Senhor.
 - Conduzir os catequizandos para a participação em atividades evangélico-transformadoras.
Não podemos nos esquecer de que a mistagogia é uma educação para o viver cristão. Não basta a Palavra, a liturgia e a oração se não nos convertemos. Assim, é muito oportuno que os catequizandos realizem atividades que os eduquem para a caridade e o compromisso social, como atividades em prol da ecologia, visitas em instituições sociais, campanhas, etc.

Uma catequese mistagógica necessita de agentes mistagogos. Que pela graça do Espírito, sejam suscitados pessoas que deixem transbordar do seu interior o encontro decisivo com o Cristo, Senhor, na adesão ao seu Reino. Só assim, teremos uma catequese viva, mais querigmática, bíblica, celebrativa, orante e mistagógica!

** FONTE: http://imaculadacintra.blogspot.com.br/ (BLOG DA IMACULADA)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CONVITE DE ORDENAÇÃO PRESBITERAL


Amigos e amigas catequistas que me acompanham no blog CATEQUESE EM REFLEXÃO: é com alegria que faço o convite para que celebrem comigo a Ordenação Presbiteral. Será dia 06  DE DEZEMBRO, às 20h, na CATEDRAL DE SÃO JOSÉ, em São José do Rio Preto!

Abraços fraternos!

Diácono Roberto Bocalete

terça-feira, 22 de outubro de 2013

SINAL DA CRUZ NO MOMENTO DO ANÚNCIO DA PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO

O que significa o sinal da cruz feito sobre a testa, os lábios e o coração na Santa Missa?
Aprendemos este gesto desde crianças, mas realmente conhecemos seu verdadeiro significado?

Nas normas expostas no Missal Romano, quando se explica o comportamento indicado para o momento da proclamação do Evangelho, estabelece-se que o diácono ou o sacerdote que anuncia a Palavra, depois de ter feito o sinal da cruz sobre a página do Lecionário/ Evangeliário, deve fazê-lo também sobre a testa, sobre os lábios e sobre o coração.

O sinal da cruz triplo também é feito pela assembleia. E tudo isso não pode ser considerado como mero ritual, mas um forte convite que a Igreja faz, sublinhando a grande importância dada ao Evangelho.

A Palavra de Deus, que é sempre a luz que ilumina o caminho dos fiéis, precisa ser acolhida na mente, anunciada com a voz e conservada no coração. Tudo isso nos recorda que é necessário nos empenharmos em compreender a Palavra de Deus com atenção e inteligência iluminada.

Esta Palavra deve ser anunciada e proclamada por todo cristão, porque a evangelização é um dever de todos os batizados. Precisa ser amada e guardada no coração, para tornar-se depois norma de vida.

Todos nós somos convidados a examinar-nos sobre como acolhemos o Evangelho, como nos comprometemos no anúncio desta mensagem, como conformamos nossa vida segundo suas indicações. Somos convidados a ser um "Evangelho ilustrado", o "quinto Evangelho", não escrito com tinta, mas com a nossa própria vida.

Acolhamos com a mente, anunciemos com os lábios, conservemos no coração o tesouro da Palavra de Deus e, ao longo deste caminho, confiemos nossas vidas ao Senhor, para sermos reflexo da verdadeira luz em meio às trevas do mundo de hoje.


**Artigo do Pe. Antonio, monge no Mosteiro de São Bento, de Monte Subiaco, Itália

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ENCONTRO IV:
“Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”

PREPARANDO O AMBIENTE
Colocar em destaque sobre uma mesa um crucifixo, a Bíblia aberta, com flores e uma vela acesa. Escrever em uma cartolina: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”

Caminhamos nos caminhos do evangelista Lucas, com sua proposta de seguimento a Jesus e vamos concluir nossa caminhada refletindo o lema proposto para o estudo do Evangelho: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”. O capítulo 15 do Evangelho de Lucas apresenta três parábolas que tratam sobre o tema da alegria por encontrar o que havia perdido. As três parábolas estão intimamente vinculadas pelo mesmo objetivo, que é responder as murmurações dos que se colocam contra Jesus e contestam a sua convivência com os pecadores. No coração do Evangelho de Lucas, Jesus nos esclarece sua atitude: “o Filho do homem veio buscar o que estava perdido”, e quando encontra, é preciso celebrar com júbilo.


I - ORAÇÃO INICIAL
Vamos nos preparar para refletirmos com profundidade e saborearmos a Palavra de Deus, neste mês em que nos dedicamos a aprofundar a Bíblia, pedindo as luzes do Espírito Santo para nos ajudar a compreendermos nossa missão, trilhando os caminhos do evangelho de Lucas:
Canto: A nós descei divina luz, a nós descei divina luz, em nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus, o amor, o amor de Jesus!(2x)

 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Que graça de Deus nosso Pai, o amor de Jesus, o Filho Senhor que nos chama a partilhar a vida, a unção e o poder do Espírito Santo estejam sempre conosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Leitor 1: Deus é bondade e misericórdia; luta para resgatar uma ovelha perdida. As noventa e nove permanecem no deserto, por onde Deus conduziu o povo em segurança até que encontrasse repouso na terra prometida, e quando encontra sua ovelha, leva sobre os ombros e sente uma imensa alegria, porque lhe tem afeto!
Todos: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!” (Lc 15,6)
Leitor 2: A mulher procura sua moeda perdida: ela acende a lâmpada, varre a casa, procura cuidadosamente a décima parte de seu dinheiro. Busca com dedicação e no fim, chama as amigas para celebrar o fato de ter encontrado a moeda.
Todos: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!” (Lc 15,9) 

II – DEUS NOS FALA - LEITURA ORANTE DA PALAVRA
 O texto que vamos ouvir apresenta-nos a figura do pai misericordioso, símbolo do amor de Deus para conosco. A leitura orante vai nos ajudar a ler, meditar, rezar, contemplar e a agir a partir das palavras de Jesus. Vamos mergulhar no evangelho, deixando que a Palavra ecoe em nossos corações:

Canto: Deixa-me ficar em paz, Senhor para ouvir tua Palavra! No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!

Leitura do texto: Lc 15, 11-32

LEITURA: O que diz o texto? Perguntas para ajudar na leitura
1)Quem são os personagens principais da narrativa?
2)O que o filho mais novo pediu ao pai?
3)Qual a reação do pai ao pedido do filho?
4)Como foi a experiência do filho mais novo fora de sua casa?
5)Como ele se sentiu quando não tinha nem o que comer? O que decidiu?
6)Como foi seu retorno à casa paterna?
7)Como o Pai o acolheu? Como foi o reencontro do pai com o filho que estava perdido?
8)Qual o sentimento do filho mais velho? Por que agia daquela forma?
9)Qual a resposta do pai ao filho mais velho?

PISTAS PARA LEITURA
Na parábola do Pai bondoso percebemos que sua figura é dominante do começo ao fim: está presente na decisão do filho mais novo e na conduta do filho mais velho. É amoroso: o filho mais novo lembra que o pai trata bem seus empregados, o filho mais velho critica o fato do pai matar o melhor novilho para festejar! E no meio disso tudo há uma ordem do Pai: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”, “meu filho que estava morto reviveu”.

O filho mais novo quer levar a sua própria vida e por isto pede ao pai que lhe dê a parte de sua herança. Em Israel o filho mais novo tinha direito a um terço da herança, e o filho mais velho por ter o direito da primogenitura recebia o dobro (Dt 21,17). O Pai reparte a herança e o jovem parte para um lugar distante. No novo estilo de vida aquele jovem não soube bem usar sua liberdade e acabou perdendo tudo, até chegar a fazer a experiência da penúria e da fome. Conseguiu um emprego para tratar de porcos, e nem podia comer o alimento daqueles animais. O filho mais novo conheceu o sofrimento, mas também se lembrou de que na casa de seu pai havia partilha.

O arrependimento penetrou então em seu coração, e teve a coragem de empreender o caminho de volta. Diz o texto que o jovem partiu e voltou para seu pai, “voltar para o Pai” é o mesmo que se converter ao amor profundo de seu pai. Ele redescobriu a misericórdia do pai, que era maior do que ele imaginava!

Quando o filho mais novo volta arrependido, encontramos o sinal grandioso do amor paterno que o acolhe sem lhe perguntar absolutamente nada. O pai quando viu de longe o filho sentiu compaixão, e correu ao seu encontro. Sabemos que “compaixão” é sentir com, e aí encontramos o pai que se colocou no lugar do filho, procurando sentir o que ele estava sentindo para ajudá-lo.  Ele redescobriu a misericórdia do pai, que era maior do que ele imaginava!

Segue-se então uma série de gestos concretos de amor: o filho foi abraçado e coberto de beijos! Ao receber o sincero pedido de perdão o pai manda que seja dada ao filho a melhor veste, símbolo da igualdade. O pai também lhe dá um anel, sinal de ser herdeiro do pai, manda que ele receba um calçado, o que distinguia o escravo do livre, e manda que se faça uma grande festa, sinal de amor e fraternidade. “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”, “meu filho que estava morto reviveu”.

O filho mais velho, não realizado por aquilo que fazia, age com amargura, exclui o irmão. Ele espera recompensa do pai em vista dos próprios méritos; pratica a observância da lei, mas desconhece a gratuidade e a misericórdia! Com carinho o pai argumenta que tudo o que possui é também do filho mais velho, e o convida a aceitar novamente o filho mais novo que volta arrependido: “ seu irmão estava perdido e foi encontrado”. Certamente o filho que se perdera foi encontrado pelo amor do pai, que nunca o deixou de amar! “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”

Canto: É uma luz, tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor! Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor!!
MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:

Vamos agora ouvir essas perguntas e meditá-las com tranquilidade e sinceridade. Para isso, entre uma pergunta e outra, vamos fazer um instante de silêncio e responder para nós mesmos, para nosso coração:
1) Temos nos comportado como filho mais novo, mais velho ou como pai?
2)Como estamos agindo diante de nossos erros e limitações?
3)Nosso arrependimento tem sido sincero quando erramos?
4)Como tem sido nossa experiência com a misericórdia do Pai?
5)Temos agido com amargura diante do processo de conversão dos outros? Como temos acolhido aqueles que voltam as nossas comunidades?
6)Temos nos alegrado por aqueles que estavam perdidos e foram encontrados?

Canto: A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus passos e luz para o meu caminho
ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.

Em um instante de silêncio, vamos fazer nossa oração! Qual a resposta que damos a Deus diante da Palavra lida e meditada?
Rezemos juntos: Senhor, desejo fazer a experiência do encontro pessoal contigo para saborear de sua infinita misericórdia, da gratuidade que tanto ensinaste em sua missão e abrir o coração para olhar o outro com ternura e com amor sincero. Senhor, o amor do Pai se tornou claro em ti, que entregou sua vida para reconciliar-nos. O Pai continua a amar e por meio de seu amor, conhecemos a nova vida. És tu que vem ao nosso encontro em sua misericórdia: nunca desiste de nos amar, e com seu amor divino nos conduz para o caminho da felicidade. Que nosso amor, Senhor, seja inspirado na lógica de tua bondade e nunca deixemos de celebrar a conversão de nossos irmãos. Que sua bondade nos alcance para sermos sinal de bondade aos outros. Que nos alegremos por aqueles que estavam perdidos e foram encontrados! Amém!

Canto: Muito alegre eu te pedi o que era meu, partir, um sonho tão normal. Dissipei meus bens e o coração também, no fim meu mundo era irreal.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar, eu gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.
 Nem deixaste-me falar da ingratidão, morreu no abraço o mal que eu fiz. Festa, roupa nova, anel, sandália aos pés. Voltei a vida, sou feliz.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar, eu gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.

Canto: Guarda a Palavra, guarda no coração. Que ela entre em tua alma e penetre os sentimentos. Busca noite e dia, a luz do amor de Deus, se guardares a Palavra, ela te guardará!
 CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?

Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar as palavras de Jesus em nosso interior. Busquemos fazer um exercício concreto de misericórdia para com nossos irmãos, sendo para eles, por meio de nossas atitudes, um sinal de que Deus sempre os acolhe e os ama muitíssimo.  Interiorizemos a mensagem de hoje. Digamos no silêncio de nosso coração:

Senhor, desejo fazer a experiência do encontro pessoal contigo.
Senhor, que eu posso ser acolhido com seu abraço.
Que sua ternura me acompanhe, Senhor.
Que eu celebre o retorno dos que estavam perdidos.

Canto: Que a Palavra esteja em minha boca, a tua Palavra. Para anunciar ousadamente o Evangelho: o mistério do Evangelho!
AGIR: renovar nosso compromisso de seguir Jesus

Nosso agir, que brota da oração, tem duas dimensões: primeiro precisamos experimentar a misericórdia do Pai, sentindo seu amor e sua ternura sempre que for necessário; e também precisamos nos alegrar com o retorno da ovelha perdida ou do filho pródigo, sem amargura ou ciúmes, mas celebrando a bondade de Deus para conosco, que não quer que nenhum de nós se perca no caminho! Que eu tenha parte no retorno dessas ovelhas, que eu contribua para que seja encontradas por Deus, que seu seja um discípulo preocupado em formar discípulos!

III –  PRECES E ORAÇÃO FINAL
 Aninados pela Palavra, que deve ser assumida por nós como alimento em nossas pequenas comunidades, elevemos nossas preces e oração a Deus, dizendo a cada prece: Deus de misericórdia e de ternura, escutai nossa oração!

Leitor 1: Iluminai nossos caminhos, Senhor, para não nos perdermos no caminho, nos desviando de seus projetos ou nos esquecendo de sua misericórdia, nós vos pedimos:
Leitor 2: Dai-nos um coração purificado, capaz de viver a graça da misericórdia com aqueles que dela necessitam, nós vos pedimos:
Leitor 1: Orientai nossas escolhas, Senhor, para que nossos caminhos não terminem em decepções e tristezas, nós vos pedimos: 
Leitor 2: Em vossa misericórdia, sustentai aqueles que decidiram voltar para a casa do Pai com alegria, com a paz e com a coragem necessária para retomar o caminho, nós vos pedimos:
Leitor 1: Para que nosso projeto de evangelização seja um instrumento de resgate daqueles que estão afastados, nós vos pedimos:
Leitor 2: Para que nos alegremos e façamos uma festa quando alguém que estava perdido foi encontrado e retornou para nossas comunidades, nós vos pedimos:

No Ano da fé, nosso coração se alegra por podermos professar nossa fé com consciência cristã! Que a porta da fé nos conduza ao Pai e que por meio do creio, vivamos como discípulos missionários comprometidos com o Reino. Rezemos...

Todos: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. Amém.

Que o caminho de Lucas tenha nos conduzido a uma fé mais amadurecida e favorecido a experiência com Jesus Cristo! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Vamos nos saudar com a paz que vem de Deus! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

*Diácono Roberto Bocalete