ENCONTRO IV:
“Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”
PREPARANDO O AMBIENTE
Colocar em destaque sobre uma mesa um crucifixo, a Bíblia
aberta, com flores e uma vela acesa. Escrever em uma cartolina: “Alegrai-vos
comigo, encontrei o que tinha perdido”
Caminhamos nos
caminhos do evangelista Lucas, com sua proposta de seguimento a Jesus e vamos
concluir nossa caminhada refletindo o lema proposto para o estudo do Evangelho:
“Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”. O capítulo 15 do Evangelho
de Lucas apresenta três parábolas que tratam sobre o tema da alegria por encontrar
o que havia perdido. As três parábolas estão intimamente vinculadas pelo mesmo
objetivo, que é responder as murmurações dos que se colocam contra Jesus e
contestam a sua convivência com os pecadores. No coração do Evangelho de Lucas,
Jesus nos esclarece sua atitude: “o Filho do homem veio buscar o que estava
perdido”, e quando encontra, é preciso celebrar com júbilo.
I - ORAÇÃO INICIAL
Vamos nos preparar para refletirmos com profundidade e
saborearmos a Palavra de Deus, neste mês em que nos dedicamos a aprofundar a
Bíblia, pedindo as luzes do Espírito Santo para nos ajudar a compreendermos
nossa missão, trilhando os caminhos do evangelho de Lucas:
Canto: A nós descei divina luz, a nós descei divina luz, em
nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus, o amor, o amor de Jesus!(2x)
Em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo!
Que graça de Deus nosso Pai, o amor de Jesus, o Filho Senhor
que nos chama a partilhar a vida, a unção e o poder do Espírito Santo estejam
sempre conosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Leitor 1: Deus é bondade e misericórdia; luta para resgatar
uma ovelha perdida. As noventa e nove permanecem no deserto, por onde Deus
conduziu o povo em segurança até que encontrasse repouso na terra prometida, e
quando encontra sua ovelha, leva sobre os ombros e sente uma imensa alegria,
porque lhe tem afeto!
Todos: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que
estava perdida!” (Lc 15,6)
Leitor 2: A mulher procura sua moeda perdida: ela acende a
lâmpada, varre a casa, procura cuidadosamente a décima parte de seu dinheiro.
Busca com dedicação e no fim, chama as amigas para celebrar o fato de ter
encontrado a moeda.
Todos: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha
perdido!” (Lc 15,9)
II – DEUS NOS FALA - LEITURA ORANTE DA PALAVRA
O texto que vamos
ouvir apresenta-nos a figura do pai misericordioso, símbolo do amor de Deus
para conosco. A leitura orante vai nos ajudar a ler, meditar, rezar, contemplar
e a agir a partir das palavras de Jesus. Vamos mergulhar no evangelho, deixando
que a Palavra ecoe em nossos corações:
Canto: Deixa-me ficar em paz, Senhor para ouvir tua
Palavra! No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!
Leitura do texto: Lc 15, 11-32
LEITURA: O que diz o texto? Perguntas para ajudar na leitura
1)Quem são os personagens principais da narrativa?
2)O que o filho mais novo pediu ao pai?
3)Qual a reação do pai ao pedido do filho?
4)Como foi a experiência do filho mais novo fora de sua
casa?
5)Como ele se sentiu quando não tinha nem o que comer? O que
decidiu?
6)Como foi seu retorno à casa paterna?
7)Como o Pai o acolheu? Como foi o reencontro do pai com o
filho que estava perdido?
8)Qual o sentimento do filho mais velho? Por que agia
daquela forma?
9)Qual a resposta do pai ao filho mais velho?
PISTAS PARA LEITURA
Na parábola do Pai bondoso percebemos que sua figura é
dominante do começo ao fim: está presente na decisão do filho mais novo e na
conduta do filho mais velho. É amoroso: o filho mais novo lembra que o pai
trata bem seus empregados, o filho mais velho critica o fato do pai matar o
melhor novilho para festejar! E no meio disso tudo há uma ordem do Pai:
“Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha perdido”, “meu filho que estava
morto reviveu”.
O filho mais novo quer levar a sua própria vida e por isto
pede ao pai que lhe dê a parte de sua herança. Em Israel o filho mais novo
tinha direito a um terço da herança, e o filho mais velho por ter o direito da
primogenitura recebia o dobro (Dt 21,17). O Pai reparte a herança e o jovem
parte para um lugar distante. No novo estilo de vida aquele jovem não soube bem
usar sua liberdade e acabou perdendo tudo, até chegar a fazer a experiência da
penúria e da fome. Conseguiu um emprego para tratar de porcos, e nem podia
comer o alimento daqueles animais. O filho mais novo conheceu o sofrimento, mas
também se lembrou de que na casa de seu pai havia partilha.
O arrependimento penetrou então em seu coração, e teve a
coragem de empreender o caminho de volta. Diz o texto que o jovem partiu e
voltou para seu pai, “voltar para o Pai” é o mesmo que se converter ao amor
profundo de seu pai. Ele redescobriu a misericórdia do pai, que era maior do
que ele imaginava!
Quando o filho mais novo volta arrependido, encontramos o
sinal grandioso do amor paterno que o acolhe sem lhe perguntar absolutamente
nada. O pai quando viu de longe o filho sentiu compaixão, e correu ao seu
encontro. Sabemos que “compaixão” é sentir com, e aí encontramos o pai que se
colocou no lugar do filho, procurando sentir o que ele estava sentindo para
ajudá-lo. Ele redescobriu a misericórdia
do pai, que era maior do que ele imaginava!
Segue-se então uma série de gestos concretos de amor: o
filho foi abraçado e coberto de beijos! Ao receber o sincero pedido de perdão o
pai manda que seja dada ao filho a melhor veste, símbolo da igualdade. O pai
também lhe dá um anel, sinal de ser herdeiro do pai, manda que ele receba um
calçado, o que distinguia o escravo do livre, e manda que se faça uma grande
festa, sinal de amor e fraternidade. “Alegrai-vos comigo, encontrei o que tinha
perdido”, “meu filho que estava morto reviveu”.
O filho mais velho, não realizado por aquilo que fazia, age
com amargura, exclui o irmão. Ele espera recompensa do pai em vista dos
próprios méritos; pratica a observância da lei, mas desconhece a gratuidade e a
misericórdia! Com carinho o pai argumenta que tudo o que possui é também do
filho mais velho, e o convida a aceitar novamente o filho mais novo que volta
arrependido: “ seu irmão estava perdido e foi encontrado”. Certamente o filho
que se perdera foi encontrado pelo amor do pai, que nunca o deixou de amar! “Alegrai-vos
comigo, encontrei o que tinha perdido”
Canto: É uma luz, tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor!
Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor!!
MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos
nos perguntar:
Vamos agora ouvir essas perguntas e meditá-las com
tranquilidade e sinceridade. Para isso, entre uma pergunta e outra, vamos fazer
um instante de silêncio e responder para nós mesmos, para nosso coração:
1) Temos nos comportado como filho mais novo, mais velho ou
como pai?
2)Como estamos agindo diante de nossos erros e limitações?
3)Nosso arrependimento tem sido sincero quando erramos?
4)Como tem sido nossa experiência com a misericórdia do Pai?
5)Temos agido com amargura diante do processo de conversão
dos outros? Como temos acolhido aqueles que voltam as nossas comunidades?
6)Temos nos alegrado por aqueles que estavam perdidos e
foram encontrados?
Canto: A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus passos e
luz para o meu caminho
ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a
Deus que se nos manifesta por primeiro.
Em um instante de
silêncio, vamos fazer nossa oração! Qual a resposta que damos a Deus diante da
Palavra lida e meditada?
Rezemos juntos: Senhor, desejo fazer a experiência do
encontro pessoal contigo para saborear de sua infinita misericórdia, da
gratuidade que tanto ensinaste em sua missão e abrir o coração para olhar o
outro com ternura e com amor sincero. Senhor, o amor do Pai se tornou claro em
ti, que entregou sua vida para reconciliar-nos. O Pai continua a amar e por
meio de seu amor, conhecemos a nova vida. És tu que vem ao nosso encontro em
sua misericórdia: nunca desiste de nos amar, e com seu amor divino nos conduz
para o caminho da felicidade. Que nosso amor, Senhor, seja inspirado na lógica
de tua bondade e nunca deixemos de celebrar a conversão de nossos irmãos. Que
sua bondade nos alcance para sermos sinal de bondade aos outros. Que nos
alegremos por aqueles que estavam perdidos e foram encontrados! Amém!
Canto: Muito alegre eu te pedi o que era meu, partir, um
sonho tão normal. Dissipei meus bens e o coração também, no fim meu mundo era
irreal.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar, eu
gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.
Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar, eu
gastei teus bens ó pai e te dou este pranto em minhas mãos.
Canto: Guarda a Palavra, guarda no coração. Que ela entre em
tua alma e penetre os sentimentos. Busca noite e dia, a luz do amor de Deus, se
guardares a Palavra, ela te guardará!
Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar
as palavras de Jesus em nosso interior. Busquemos fazer um exercício concreto
de misericórdia para com nossos irmãos, sendo para eles, por meio de nossas atitudes,
um sinal de que Deus sempre os acolhe e os ama muitíssimo. Interiorizemos a mensagem de hoje. Digamos no
silêncio de nosso coração:
Senhor, desejo fazer a experiência do encontro pessoal
contigo.
Senhor, que eu posso ser acolhido com seu abraço.
Que sua ternura me acompanhe, Senhor.
Que eu celebre o retorno dos que estavam perdidos.
Canto: Que a Palavra esteja em minha boca, a tua Palavra.
Para anunciar ousadamente o Evangelho: o mistério do Evangelho!
AGIR: renovar nosso compromisso de seguir Jesus
Nosso agir, que brota da oração, tem duas dimensões:
primeiro precisamos experimentar a misericórdia do Pai, sentindo seu amor e sua
ternura sempre que for necessário; e também precisamos nos alegrar com o
retorno da ovelha perdida ou do filho pródigo, sem amargura ou ciúmes, mas
celebrando a bondade de Deus para conosco, que não quer que nenhum de nós se
perca no caminho! Que eu tenha parte no retorno dessas ovelhas, que eu
contribua para que seja encontradas por Deus, que seu seja um discípulo
preocupado em formar discípulos!
III – PRECES E ORAÇÃO
FINAL
Aninados pela
Palavra, que deve ser assumida por nós como alimento em nossas pequenas
comunidades, elevemos nossas preces e oração a Deus, dizendo a cada prece: Deus
de misericórdia e de ternura, escutai nossa oração!
Leitor 1: Iluminai nossos caminhos, Senhor, para não nos
perdermos no caminho, nos desviando de seus projetos ou nos esquecendo de sua
misericórdia, nós vos pedimos:
Leitor 2: Dai-nos um coração purificado, capaz de viver a
graça da misericórdia com aqueles que dela necessitam, nós vos pedimos:
Leitor 1: Orientai nossas escolhas, Senhor, para que nossos
caminhos não terminem em decepções e tristezas, nós vos pedimos:
Leitor 2: Em vossa misericórdia, sustentai aqueles que
decidiram voltar para a casa do Pai com alegria, com a paz e com a coragem
necessária para retomar o caminho, nós vos pedimos:
Leitor 1: Para que nosso projeto de evangelização seja um
instrumento de resgate daqueles que estão afastados, nós vos pedimos:
Leitor 2: Para que nos alegremos e façamos uma festa quando
alguém que estava perdido foi encontrado e retornou para nossas comunidades,
nós vos pedimos:
No Ano da fé, nosso coração se alegra por podermos professar
nossa fé com consciência cristã! Que a porta da fé nos conduza ao Pai e que por
meio do creio, vivamos como discípulos missionários comprometidos com o Reino.
Rezemos...
Todos: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do
céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só
Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os
séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado
não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por
nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito
Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E
de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu
reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do
Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos
profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só
batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida
do mundo que há de vir. Amém.
Que o caminho de
Lucas tenha nos conduzido a uma fé mais amadurecida e favorecido a experiência
com Jesus Cristo! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Vamos nos saudar com
a paz que vem de Deus! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
*Diácono Roberto Bocalete
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