terça-feira, 31 de julho de 2012


AS PERSPECTIVAS SÓCIO-TRANSFORMADORA, INCULTURADA, 
ECUMÊNICA E COMUNITÁRIO- PARTICIPATIVA DA CATEQUESE

     A catequese, mediante seu objetivo e consciência pedagógica que determinam sua prática, precisa trabalhar perspectivas fundamentais que contribuam para a formação global do discípulo, dimensões que não podem ser deixadas de lado se a proposta é de uma catequese que responda aos desafios da realidade. O objetivo agora é favorecer um cuidado adequado ao estudo das perspectivas sócio-transformadora, inculturada, comunitário-participativa e ecumênica na catequese.
     A catequese não pode ficar fora da realidade. Ou ela transforma as pessoas e a sociedade, ou não é fiel a mensagem e ao projeto de Jesus Cristo. Quando ela não atinge as raízes do ser humano, não o direciona para uma consciência de si e da realidade, se torna um verniz superficial. Como fazer para que a catequese não seja puramente doutrinal, mas atinja os sentimentos e as atitudes das pessoas? Desafio que progressivamente pode ser sanado a partir de uma ação catequética sócio-transformadora e inculturada.
     Alicerçada na Palavra, a catequese precisa educar, iluminar e orientar o comportamento humano, humanizar a vida e os relacionamentos, voltar-se para as necessidades da realidade. A interação fé-vida ajuda muitos cristãos na formação da consciência crítica diante da realidade, porém, existem ainda muitos que se dizem cristãos cuja prática socio-política não é influenciada pelos valores do Evangelho. “Uma catequese mal feita ou insuficiente levou a uma dicotomia entre fé professada e a prática do dia-a-dia. Por isso ela não pode ser reduzida simplesmente a um conjunto de conhecimentos, mas precisa atingir o ser profundo” (Catequese sócio-transformadora. RIXEN,).  Afirma o DNC que “Essa confrontação entre a formulação da fé e as experiências de vida possibilita uma formação cristã mais consciente, coerente e generosa” (DNC, p. 104).
     A catequese, como sinal de caridade e serviço, deve abrir-se ao horizonte da promoção integral do ser humano e da transformação da sociedade nos diversos níveis. Além de fazer parte da missão da Igreja, da evangelização, é compromisso fundamental da catequese e do agir eclesial a transformação da realidade social, tendo em vista a construção do Reino e a salvação dos homens (ALBERICH, 2004, p. 243-4). O agir na justiça e na verdade, a acolhida das propostas quaresmais da Campanha da Fraternidade, a consciência política (combate a corrupção, cidadania e prudência eleitoral), a quebra de preconceitos (idoso, mulher, raças, portadores de deficiências) a opção preferencial pelos pobres e marginalizados, a luta pela libertação da escravidão dos vícios do século XXI (drogas, bebidas, egoísmo, hedonismo, mentira), são práticas que devem estar presentes na catequese.
    Como processo de formação, a catequese deve desenvolver no educando sentimentos intrínsecos à escolha por Jesus. Assim, a catequese deve educar para o exercício do serviço sociocaritativo: deve assumir as angústias e as esperanças do homem e da mulher de hoje para dar-lhes a possibilidade de uma libertação mais plena, deve realizar obras de libertação e promoção humana, deve promover a vida em meio a cultura de morte e chamar atenção ao grito dos agonizantes. A catequese profundamente renovada constitui um verdadeiro celeiro de defesa da dignidade da pessoa humana (Catequese Evangelizadora, ALBERICH, p. 248-9).
     A práxis catequética concreta orienta para ação, promove solidariedade, compromisso e participação, testemunha o Evangelho por meio de ações como a fraternidade, a paz, a responsabilidade, a denúncia, a caridade. A mensagem final do Documento de Aparecida é um chamado muito forte para a catequese: As agudas diferenças entre ricos e pobres convidam a trabalhar com maior empenho para ser discípulos que sabem partilhar a mesa da vida, mesa de todos os filhos e filhas do Pai, mesa aberta, inclusiva, na qual não falta ninguém. Por isso reafirmamos nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres. Comprometendo-nos a defender os mais fracos [...].
    A catequese também necessita inculturar-se sempre, tornar a mensagem clara às diversas culturas, encarnar-se. O DGC ressalta a seriedade dessa tarefa: “A Inculturação da fé [...] é um processo profundo e global e um caminho lento. Não é uma simples adequação externa que, para tornar mais atraente a mensagem cristã” (DGC, p.111), mas trata-se da penetração do Evangelho no mais profundo das pessoas e dos povos, tocando-os profundamente chegando às suas raízes por meio da cultura.
      É na realidade cultural que acontece a obra evangelizadora. O entrelaçamento entre Palavra de Deus e cultura pode ser assumido por meio de uma eclesiologia de comunhão, da fé vivida e encarnada na cultura e de um diálogo sincero com as diversas manifestações, acolhendo os aspectos positivos, corrigindo e purificando os contra valores por meio da denúncia daquilo que fere a dignidade.
    A catequese é lugar e instrumento de inculturação e deve desenvolver, portanto, características importantes na sua prática, educando o futuro discípulo para promissora atitude de respeito e diálogo com a realidade. Dentre essas características pode-se destacar: a busca de uma linguagem adequada à comunicação da fé (esforço de encarnação e de sintonia cultural); valorização dos leigos locais, que pertencendo ao povo, conhecem formas eficazes de inculturação; elaboração de materiais locais, em sintonia com a sensibilidade e o modo de pensar do povo; atenção às culturas indígenas, aos migrantes e aos afro-descendentes; atenção aos riscos de reducionismo e de sincretismo, que comprometem a autenticidade da evangelização (Catequese Evangelizadora, ALBERICH, 2004, p.131-3).
      A terceira exigência está em promover a fé cristã acompanhando a razão crítica e a cultura científica: o universo dos interlocutores é de reflexão técnica e crítica e nessa cultura científica a catequese deverá respeitar a inteligência dos interlocutores, por meio da seriedade, de um projeto refletido e bem estruturado. A fé precisa apoiar-se na razão para amadurecer e, desse modo, a catequese deve formar para a reflexão crítica, confrontando os valores da fé com valores da própria ciência, deixando evidente que a fé contribui para uma interpretação da realidade com sabedoria e um enriquecimento para sentido da vida, sem ser dicotômica.
     Por fim, o quarto desafio está no diálogo inter-religioso, desafio que já introduz a perspectiva ecumênica na catequese, situação que não pode ser ignorada no Brasil. A catequese precisa proporcionar um método apropriado para se compreender e viver a fé, favorecendo o diálogo com outras religiões. Sem perder a convicção própria, a catequese deverá encontrar pontos comuns entre as comunidades de fé, formando assim cristãos seguros, abertos ao diálogo que permitam ser enriquecidos com a experiência do outro, visando uma humanidade mais fraterna (DICIONÁRIO DE CATEQUÉTICA, 2004, p.159-60).
     É fundamental para a catequese a sensibilidade ecumênica e dialogal, mesmo diante das dificuldades de aproximação ou da complexidade que a grande ação envolve. É certo que estamos situados num mundo plural, estamos relacionados com pessoas diferentes. A nossa catequese há de levar em conta as diferenças que existem e os intercâmbios que se possam propor. A abertura da catequese, em vista do diálogo ecumênico e do diálogo inter-religioso, torna-se uma exigência e merece ser motivo de nossa indagação e reflexão conjunta (Catequese e diálogo ecumênico e inter- religioso, CARDOSO, 2009, p.1).
     Dialogar implica em dialogantes, postura em que não é um só que fala, mas que há um outro, que precisa ser ouvido. Diálogo implica em alteridade e diferença: o diálogo é um modo de se relacionar, de enriquecimento interior das pessoas ou de consolidação dos laços interpessoais. Implica em relação de abertura, acolhimento, respeito, estima, comunicação, contribuição mútua. Dados os limites de um e outro, e dadas as diferenças, pode o diálogo implicar também algo de tenso, ou pode significar uma experiência de aprendizado e crescimento, claro, dependendo dos interlocutores. “A Igreja está aprendendo novos caminhos: o do ecumenismo, do diálogo religioso, do diálogo com a cultura e da promoção da liberdade” (DNC, p.67).
     Na catequese, há um chamado a desenvolver atitude de respeito, de estima com o outro. O Objetivo é mostrar o desejo de chegar não a um maior antagonismo, mas a uma maior concórdia e unidade. A catequese não é um curso de ecumenismo, mas aproveita de uma sensibilidade ecumênica. Uma catequese com sensibilidade ecumênica desenvolvida seria, sobretudo, uma catequese que atuasse com espírito de fraternidade, valorizando o mandamento do amor a todos. Não há lugar, pois, para uma catequese que mantenha palavras, juízos ou atos contra a dignidade dos irmãos de outras Igrejas, que não promova o diálogo, ou que não valorize em sua justa medida os tesouros cristãos e a obra do Espírito Santo que se encerra nas comunidades separadas de Roma (DICIONÁRIO DE CATEQUÉTICA, 2004, p.371).
     É interessante valorizar algumas práticas essenciais para uma catequese ecumênica: usar uma linguagem adequada ao referir-se aos não-católicos, sem que seja depreciativa; não julgar a pessoa do outro por ter convicções e práticas diferentes; procurar corrigir-se e pedir desculpas quando demonstrar preconceitos com as outras comunidades de fé; reconhecer os limites também dos católicos na história da Igreja e os limites de cada pessoa, que são imperfeitas; reconhecer os valores cristãos presentes nos cristãos não católicos, ou os valores religiosos e humanos presentes também nos não cristãos; respeitar a oração do outro e a ação caritativa do outro; valorizar o espírito de aproximação, de concórdia e de colaboração entre as pessoas. É importante, ainda, valorizar os momentos de oração comum, como a ocasião da Semana de Oração pela Unidade, as Campanhas da Fraternidade com temáticas ecumênicas, evitar o indiferentismo religioso e o proselitismo: dialogar não é impor nem receber imposição (CARDOSO, 2009, p. 6-9).
     A catequese é educação na fé para a pessoa que vive no pluralismo e necessita aprender a lidar com a diversidade. Que ela venha em auxílio de formar discípulos para viverem uma identidade na liberdade, também mostrando uma atitude de respeito, de diálogo e de colaboração.
   A catequese em todas as formas que é concebida ou sonhada, está ligada por laços estreitos à comunidade cristã. Por isso, outra perspectiva importante é a comunitário-participativa, entendendo a comunidade como lugar (onde se transmite a vida, alimento e os meios necessários para a vida cristã), origem da catequese (comunidade iniciadora por excelência) e também meta (objetivo), pois a catequese capacita o cristão a viver em comunidade e a participar ativamente da missão da Igreja (DGC p.83).  “É tarefa própria da catequese animar os catequizandos a se integrarem à comunidade, o que implica uma vinculação a ela, no duplo sentido de identificação e pertença” (Manual de Catequética, CELAM, 2007, p.182).
     A comunidade é condição necessária para catequese. A pedagogia catequética é eficaz na medida em que a comunidade cristã se torna referência concreta para a caminhada dos indivíduos (DGC p.164). Por essa razão, a catequese corre o risco de esterilizar-se se uma comunidade não acolhe o catequizando ou ainda não dá testemunho de fé para uma maturidade daquele que está em processo.
     A catequese se destina a comunidade e seu crescimento na fé, assim, catequizando é educado para dimensão participativa, para comprometer-se, sendo presença atuante na ação evangelizadora: “a ação catequética tem em mira a comunidade e seu amadurecimento na fé, e no interior dessa ação comunitária também faz crescer a vida religiosa dos indivíduos” (ALBERICH, 2004, p. 276).
     Os aspectos da opção comunitária convidam a uma revisão profunda da identidade da catequese em uma comunidade. Para tanto, é preciso educar a comunidade para encarar a catequese como âmbito eclesial, portanto, prioridade em qualquer plano pastoral, educar para o seu papel de lugar e meta da catequese; é necessário favorecer abertura e acolhida ao catequizando nas atividades pastorais, pois se exige participação, a comunidade precisa ser acolhedora, e também, desenvolver no interior de pequenos grupos (pequenas comunidades, círculos bíblicos, grupo de catequistas) a dinâmica do valor e da importância do outro como fundamental para o desenvolvimento e integração grupal. Não basta que a catequese seja feita em comunidade, ela precisa ser feita de comunidade, com fisionomia grupal e processo interativo.


**Roberto Bocalete - Especialista em Pedagogia Catequética

SETE UNIDADES DO PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO NA LEITURA DA  BÍBLIA

UM OBJETIVO:
Revelar Deus hoje  na caminhada do povo

DOIS MOVIMENTOS
 Da situação de hoje para interrogar o texto da Bíblia.
 Do texto da Bíblia para clarear a situação do povo hoje.

TRÊS ÂNGULOS
A partir dos problemas e perguntas da realidade do povo hoje.
A partir da fé da comunidade que hoje celebra a sua caminhada e luta.
A partir do texto bíblico que informa sobre a situação da comunidade daquele tempo.

QUATRO CONTEXTOS
Do texto dentro do livro: aquilo que vem antes (contexto literário)
Do fato narrado pelo texto: a situação do povo quando aconteceu aquele fato (contexto histórico)
Do tempo em que o texto foi escrito, muito depois do fato: por que foi escrito (contexto da redação)
Do leitor que hoje lê o texto (contexto do Espírito)

CINCO MANDAMENTOS
1. Ler muito a Bíblia para poder conhecer e se familiarizar com o que está lá dentro.
2. Escutar o texto, para não jogar nele as nossas idéias.
3. Servir ao povo a que se explica e explicar de acordo com o que ele necessita.
4. Ser fiel ao objetivo da Bíblia que é o objetivo da Palavra de Deus.
5. Estudar em Equipe e não sozinho, pois é o livro da comunidade.

SEIS PERIGOS
Da prisão da letra (fundamentalismo)
Da dependência do outro (informativa)
Da visão da ideologia dominante (ideológica)
Leitura sem fé, de quem não se envolve nem com Deus nem com o povo (alienada, atéia)
Leitura desligada da comunidade e do povo, da fé e da realidade (individualista)
Não respeitar o povo nem acreditar no fraco, só acreditar nas próprias idéias.

SETE PASSOS
1. Colocar e explicitar a pergunta de hoje.         
2. Conhecer o texto, fazer levantamento do seu conteúdo.
3. Amolecer e atravessar o texto até o fato narrado.
4. Analisar a situação narrada e descobrir seus conflitos.
5. Descobrir como o povo daquele tempo leu a situação e descobriu nela o apelo de Deus.
6. Descobrir como o apelo foi narrado, transmitido fixado por escrito na Bíblia.
7. Descobrir o que o texto tem a dizer para a nossa situação hoje.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

LEITURA ORANTE DA BÍBLIA
Experiência pessoal com Jesus

1° Passo: ACALMAR-SE: escolha o ambiente e coloque-se de modo confortável para oração.
2° Passo: INVOCAR O ESPÍRITO SANTO: acalme-se, respire em paz. Pode-se cantar nesse momento: 
A nós descei divina luz, a nós descei divina luz, em nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus.
Vinde, Santo Espírito e do céu mandai luminoso raio! (bis)
Vinde, Pai dos pobres, doador dos dons, luz dos corações! (bis)
Grande defensor,  em nós habitai e nos confortai! (bis)
Na fadiga pouco, no ardor brandura e na dor ternura! (bis)

3° Passo: LEITURA: Que diz o texto?
Deixa-me ficar em paz Senhor, para ouvir tua Palavra. No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!

TEXTO BÍBLICO: Jo 1, 35-51

PEGUNTAS PARA LEITURA:
1)O que se narra no relato de hoje?
2) Quais os personagens envolvidos?
3) Como João Batista apresenta Jesus?
4) O que fazem os discípulos quando escutam as palavras de João?
5) Como acontece o diálogo dos discípulos e de Jesus?
6) O que fazem, então, os discípulos?
7) Quem era André e o que faz imediatamente depois de fazer esta experiência de encontro com Jesus?
8) Quem é trazido por André até Jesus? O que Jesus diz a Simão?
9) Como acontece o encontro de Jesus e Natanael?
10) Qual o diferença do encontro com Natanael e os demais discípulos?
11) Em que esse texto se relaciona com nossa vocação? Com o tema da santidade?

      É interessante a pergunta de Jesus aos discípulos de João que o seguem: “O que é que vocês estão procurando?” Eles responderão, por sua vez, com outra pergunta: “Rabi, onde é que o senhor mora?” A resposta de Jesus não se deixa esperar: “Venham ver”. Estes discípulos querem saber algo sobre Jesus, e recebem como resposta um convite para fazer a experiência de encontro: precisam segui-lo e, então, verão. Talvez os discípulos buscassem um conhecimento mais superficial, quiçá quisessem conhecer “dados” sobre Jesus. O Senhor vai mais além e convida-os a ter um encontro vivo e vital com ele. Diz-nos o evangelista que ficaram todo o dia com Jesus.

4° Passo: MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:
(perguntas feitas com pausas, porém respondidas de forma pessoal, em silêncio):
Deixa-me ficar em paz Senhor, para meditar com tua Palavra. No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!
1) O que significa para mim, hoje, que Jesus seja o Cordeiro de Deus? Que impacto tem em minha vida?
2) Na busca dos discípulos está a sede de conhecer Jesus: E nós? Buscamos nos aproximar cada vez mais de Jesus?
3) O que eu responderia hoje a Jesus, se ele me perguntasse o procuro, o que desejo?
4) Animo-me a perguntar a Jesus onde ele vive, onde mora, em definitivo: onde ele está, de maneira particular, para encontrar-se comigo?
5) Sou capaz de aceitar a proposta de Jesus: segue-me e verás?
6)Disponho-me a fazer a experiência de encontro com o Mestre? Tenho vontade de passar “todo um dia” com ele?
7)Priorizo o encontro vital com o Senhor, ou prefiro somente encher minha cabeça com dados e doutrinas? Busco equilibrar todas as formas de “conhecimento” do Mistério de Cristo em minha vida?
8) A experiência de encontro com Jesus me transforma em um comunicador de sua presença aos demais irmãos?
9)A quem, de modo particular, deverei contar, hoje, que encontrei o Messias, o Cristo?
10) Acreditamos em Jesus, porque vemos coisas grandes ou porque sua proposta nos convence?

5° Passo: ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Deixa-me ficar em paz Senhor, para rezar com tua Palavra. No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!

      Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo…
     “Fala, Senhor, que teu servo escuta!” Passa, Senhor, no caminho onde estou, para seguir-te, caminhando na tua estrada, até chegar em tua casa e contigo passar um dia. Quero conhecer onde moras. Ficar ali contigo, sentar-me à mesa; contigo fazer refeição.  Diante de tua presença ficarei em silêncio, ouvindo o que falas, sem perder sequer uma Palavra tua. Experiência de amor divino, mergulho existencial em alegria transcendente que resultará em testemunho sincero: encontrei-te, Jesus, meu Mestre! Amém!

6° Passo: CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?
Deixa-me ficar em paz Senhor, para contemplar tua Palavra. No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!

O que procuro? Mestre, onde moras? Preciso encontrar-me contigo!
Mestre, onde moras? Contigo quero morar!

7° Passo: AÇÃO: A que nos comprometemos?
Deixa-me ficar em paz Senhor, para agir com tua Palavra. No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!

Aqueles dois discípulos poderiam ter visto Jesus e permanecido com o antigo mestre, João Batista, mas preferiram algo mais. Você prefere continuar com Jesus ou permanecer com seus antigos mestres? 
Agir em nível pessoal: Buscar, cada dia, um conhecimento mais profundo de Jesus na oração, fazendo experiência de encontro com ele.
Agir em nível comunitário: Ter uma atitude missionária como grupo, dando a conhecer onde mora o Messias, o Cristo.

8° Passo: ENCERRE COM UMA ORAÇÃO (intimidade da despedida)

**Roberto Bocalete

segunda-feira, 23 de julho de 2012


PEDAGOGIA CATEQUÉTICA

A catequese é fundamentalmente uma pedagogia para a educação da fé, pedagogia essa que fundamenta-se na doutrina da Igreja e suas fontes (Bíblia, liturgia, Tradição viva, Magistério e testemunho) e sobre as bases das ciências humanas antropológicas, sem esquecer-se que as metas educativas deverão ser projetadas em função de sua finalidade, a maturidade cristã e humana autêntica. Neste contexto, a catequese é pedagogia necessária para que a mensagem da Revelação seja transmitida de modo dinâmico e adaptado a realidade, visando a salvação humana (DICIONÁRIO DE CATEQUÉTICA, p. 855-7).
A pedagogia catequética tem como modelo, a pedagogia divina (Deus libertador que se encontra com a humanidade), sobretudo o proceder de Jesus Cristo, que, a partir da convivência com as pessoas, deu continuidade ao processo pedagógico do Pai. “Deus mesmo, ao longo da história sagrada e principalmente no evangelho, serviu-se de uma pedagogia que deve continuar como modelo da pedagogia da fé” (JOÃO PAULO II, 1983, p. 68).
Jesus, a plenitude da revelação do Pai, apresenta rica e variada pedagogia nos evangelhos, apontamentos para a pedagogia catequética, cujos traços fundamentais são: o acolhimento às pessoas, preferencialmente os pobres, pequenos, excluídos e pecadores; o anúncio do Reino de Deus, como a Boa Notícia da verdade, da liberdade, do amor, da justiça, que dá sentido à vida; o convite amoroso para viver a fé, a esperança e a caridade por meio da conversão no seu seguimento; o envio aos discípulos para semearem a Palavra em vista da transformação libertadora da sociedade; o convite para assumirem o crescimento contínuo da fé, através do mandamento novo do amor; a conversa simples, acessível, utilizando parábolas e gestos, adaptando-os aos interlocutores; a firmeza nas dificuldades, buscando a força na oração (DNC, p.97-9).
Pode-se destacar ainda, na pedagogia de Jesus a denúncia profética, a fidelidade e docilidade ao Pai e a formação de uma comunidade, a dos apóstolos, que anunciaram o Reino a partir da pedagogia do dinamismo do Espírito Santo, uma pedagogia sob o sinal da criatividade e da animação pastoral (Manual de Catequética, CELAM, p.220).
A catequese olha também para a prática pedagógica da Igreja, que, como mãe e educadora da fé, procura imitar a pedagogia divina. A dedicação de tantos missionários, por si só, é uma pregação dos valores em que a Igreja crê, uma catequese movida pela força do exemplo. A vida de cada comunidade eclesial precisa ser coerente com o Evangelho, mobilizadora pela própria maneira de ser, de agir. Sem isso, a melhor catequese estaria exposta a uma crise se o educando na fé não encontrasse na face concreta da Igreja um sinal de que é possível viver com autenticidade o seguimento de Jesus (DNC, p. 100).
A pedagogia catequética tem uma originalidade específica (comunicação de Deus, comunhão e mediação do Espírito), e seu objetivo é conduzir as pessoas no caminho rumo à maturidade na fé, no amor e na esperança, na confiança em Deus e no discernimento vocacional. A Pedagogia catequética tem alguns traços fundamentais para que seja pedagogia de fé: é pedagogia personalizante, centrada nas pessoas para desenvolver nelas suas capacidades e habilidades; é pedagogia do dom e do encontro, por seu caráter de gratuidade, diálogo e relacionamento interpessoal; é pedagogia da encarnação e da experiência, pela ação de Deus que age e salva e a abertura humana em busca de sentido para a vida; é pedagogia dos sinais, que se dá por maio de uma linguagem simbólica, ajudando na leitura dos sinais dos tempos; é uma pedagogia integradora, educando na fé a pessoa toda e em todas as dimensões; é pedagogia libertadora, porque anuncia uma mensagem crítica, conscientizadora que implica libertação (Manual de Catequética, CELAM, p.221-6).
A catequese é pedagogia em ato, é uma ação pedagógica que tem intenção educativa, desenvolve-se como processo educativo e recorre a técnicas provenientes das ciências pedagógicas. A catequese é uma pedagogia de fé em ato (DGC, p.153), que ilumina e guia para uma prática cristã.
Poderia se destacar três funções pedagógicas essenciais para a catequese: o ensinar, o animar e o aprender. O ensinar se dá por meio da transmissão e do diálogo com os diversos interlocutores, é a transmissão sistemática, profunda, orgânica da mensagem cristã e a relação de reciprocidade e não de domínio que deve permear a ação catequética. A animação se dará principalmente no campo da expressão e da linguagem, em que o grupo assume papel preponderante e o processo se dá na motivação de intercâmbios, valorizando-se a autonomia e a iniciativa. Enfim, a aprendizagem situa o educando diante de um saber apreendido para que, apropriando-se dele, coloque em prática de maneira criativa, influenciando-o nas ações e motivando-o a responsabilidade mediante o conhecimento adquirido. A ação didática consiste em organizar a interação entre as verdades de fé e os interlocutores (catequistas e catequizandos) em vista de cumprir a tarefa evangelizadora da formação do seguidor (DICIONÁRIO DE CATEQUÉTICA, 2004, p.860-1).

** Roberto Bocalete - Especialista em Pedagogia catequética (PUC -GOIAS)

domingo, 22 de julho de 2012


ESCOLA BÍBLICO-CATEQUÉTICA DO SUL 1
 ASSEMBLEIA DO REGIONAL SUL1 

Estivemos reunidos no Centro Pastoral Santa Fé, em São Paulo, para a Escola Bíblico-Catequética do Sul 1, de 17 a 20 de julho e em seguida para a Assembleia da Animação Bíblica-Catequética do Regional, de 20 a 22 de julho. 
 Refletimos acerca das Escolas Bíblico-Catequéticas diocesanas e paroquiais, suas estruturas, metodologia, além de partilharmos nossas experiências. Também meditamos o Ano da Fé, com propostas para nosso Sub-Regional RPII e para diocese. Na alegria da partilha, retornamos para nossa diocese para darmos continuidade aos nossos trabalhos. 




Beth, Vanilda, Roberto e Giselle - Diocese de São José do Rio Preto

SUGESTÃO DE UM MOMENTO DE ESPIRITUALIDADE



LEITURA ORANTE EXPERIÊNCIA COM JESUS

Momento de oração pessoal 1 – Jo 1,35-51: Retirar-se para o encontro pessoal com Jesus

1° Passo: Escolha o ambiente e coloque-se de modo confortável para oração
2° Passo: Invoque o Espírito Santo (acalme-se, respire paz. Pode-se cantar interiormente nesse momento: A nós descei divina luz, a nós descei divina luz, em nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus)
3° Passo: Ler: conhecer, situar e respeitar: leia algumas vezes, observe palavras e notas de rodapé, quem são os personagens e o que fazem, qual o problema presente no texto e a solução, qual o sentido de cada frase.

REFLEXÃO:
      Os apostolos “viram" Jesus e isso, na linguagem bíblica, sobretudo de S. João", significa que conheceram profundamente, para além das aparências. Viram fundo e conheceram a verdade lumi¬nosa que está por trás das aparências.
   Os apóstolos estavam plenamente convencidos dessa verdade e, por isso, puderam tornar-se as testemunhas qualificadas de Jesus e do Evangelho.
    Quem não tem uma profunda experiência com Jesus Cristo dificilmente dará testemunho de alegria, de motivação vocacional, de caminhada na comunidade.
     Os apóstolos dão testemunho de Jesus não apenas por que têm ideias bonitas ou grandiosas sobre Ele, mas porque "viram o Senhor", estiveram com ele e conheceram coisas maravilhosas.
    "Verás a glória de Deus": como isto é possível, hoje? "Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi". Todo surpreso e admirado, Natanael pergunta: "Como me conheces"? Jesus vê e conhece cada um, como o Pai, que vê o coração e conhece cada um pelo nome e fica à espera de encontrar cada pessoa.

4° Passo: Meditação: dialogar, atualizar :O que esse texto tem a me dizer hoje? Tenho apontado Jesus como cordeiro de Deus em minha vida? Como me identifico com o anúncio de Jesus? Estou disposto a seguir Jesus? De que forma? O que me impede de fazer experiência profunda com Jesus? Considero Jesus como Mestre? Tenho procurado permanecer com Jesus? Tenho dificuldades de me encontrar com Jesus? De que forma manifesto minha fé em Jesus?
5° Passo: Oração: suplicar, louvar, recitar (momento de dialogar com Deus) A pergunta chave é: O que a leitura e meditação me fazem dizer a Deus? Pode-se rezar, de forma amorosa o salmo 23.
6°Passo: Contemplação: ver, saborear, agir (sentir a presença silenciosa de Deus, neste momento não se diz mais nenhuma palavra, falamos apenas com os olhos e o coração).
A que conversão Deus me convida com esse texto? Qual o novo olhar que tenho a partir de agora?
7° Passo: Assuma um compromisso de vida (O que esse texto sugere para minha vida diária? Anotar no espaço abaixo)
8° Passo: Encerre com uma oração (intimidade da despedida)

sábado, 21 de julho de 2012


O PARADIGMA DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ: MOTIVAÇÕES, IMPORTÂNCIA E NATUREZA DO PROCESSO.

Já diziam os antigos padres: os cristãos não nascem, se fazem e para “tornar-se algo” é preciso seguir um caminho, passar por processos iniciáticos que se desenvolvem além de ideias ou conceitos, visando a resposta e acolhida de um projeto.
Iniciação provém do verbo latino in-ire que significa “ir bem para dentro”. O termo equivale ao processo progressivo, ou série de processos de maturação que uma pessoa vivencia para chegar à identificação com um grupo concreto ou uma determinada comunidade. A iniciação não transmite apenas normas, valores, símbolos e comportamentos, mas situa a pessoa num papel social inteiramente novo (Iniciação à vida cristã, CNBB, 2009, p.35).
          Iniciação não é invenção cristã; está na raiz de muitas religiões na antiguidade e, mais ainda, na raiz de quase todas as culturas: antes de ser uma realidade religiosa, é uma realidade antropológica (Semana Brasileira de Catequese, CNBB, 2010, p.104). Nas sociedades primitivas predominava a transmissão por meio da iniciação e as sociedades tribais mantêm, ainda hoje, esse processo com os diversos ritos de passagem. Para os cristãos, no entanto, iniciação significa um processo de formação, amadurecimento e adesão em que a pessoa vai, aos poucos, por um itinerário mistagógico-catequético-sacramental, identificando-se com Cristo e com seu mistério pascal, aderindo à fé, experimentando a graça divina por meio dos sacramentos em uma comunidade.
          O caminho da iniciação ficou evidente com a estruturação do catecumenato na Igreja dos primórdios, no século II, cujo objetivo era promover a introdução na fé dos novos convertidos (Iniciação à vida cristã, CNBB, 2009, p.23).
      Como síntese, pode-se afirmar que o catecumenato é um processo educativo cristão, dividido em tempos com características performativas (querigma, catequese, iluminação e mistagogia), demarcado por etapas celebrativas (acolhida no catecumenato, eleição e celebração dos sacramentos de iniciação cristã), dirigido a quem se propõe traçar um itinerário pedagógico iniciático, para ser discípulo em uma comunidade eclesial.
A iniciação cristã é, por um lado, iniciativa, graça e dom divino, pois é o próprio Deus quem age; por outro, resposta pessoal e comunitária. A originalidade essencial da iniciação cristã consiste no fato de que Deus tem a iniciativa e a primazia na transformação interior da pessoa e em sua integração na Igreja, fazendo-a partícipe da morte e ressurreição de Cristo.
           Por iniciação cristã, pois, deve-se entender a incorporação do candidato, mediante os três sacramentos de iniciação, no mistério de Cristo, morto e ressuscitado, e na comunidade da Igreja, sacramento de salvação; de tal modo que o iniciado, profundamente transformado e introduzido na nova condição de vida, morre ao pecado e começa nova existência para sua plena realização (DICIONÁRIO DE CATEQUÉTICA, 2004, p.605).
        A publicação do RICA , em 1973, foi ,sem dúvida, um marco no redescobrimento do catecumenato, mais exatamente da inspiração catecumenal como o caminho para a catequese hoje, que dentro do contexto de mudança de época, precisa tomar rumos menos conceituais ou somente doutrinal, para assumir uma dimensão celebrativa, comprometedora, que tenha como consequência o seguimento a Jesus. Esse redescobrimento não está centrado num retorno forçado à época áurea desta instituição, mas sim assumindo-a como referencial, ocupando-se da metodologia, que fazia do processo um caminho de identidade cristã, discipulado e missionariedade, modelo para estar a serviço da iniciação cristã hoje.
        Os documentos mais recentes produzidos para catequese têm acenado para a importância de resgatar o valor iniciático: “daí a necessidade das formas de catequese que estejam verdadeiramente a serviço da iniciação cristã” (A caminho de um novo paradigma para a catequese, CELAM, 2008, p.37).
           No DGC (1998, p.63-4), a catequese é colocada como elemento fundamental de serviço a iniciação cristã e da evangelização, pois a mesma corresponde ao período em que se estrutura a conversão a Jesus, e se oferecem as bases para a primeira adesão; os convertidos são iniciados no mistério da salvação e na vida testemunhada pela experiência do Evangelho. O DNC (CNBB, 2006, p.39) destaca que a catequese está a serviço da iniciação à vida cristã, é um processo exigente e um itinerário de compreensão vital, que deve articular-se como processo que visa introduzir os não iniciados nos diversos aspectos essenciais da fé cristã, não sendo uma supérflua introdução na fé, algo artificial, um verniz ou cursinho de admissão na Igreja.
          O Documento de Aparecida aponta a iniciação à vida cristã como urgência a ser desenvolvida nas comunidades, iniciando pelo querigma, guiado pela Palavra, conduzindo a um encontro pessoal com Cristo, que tem como resposta a conversão e a comunhão para o seguimento e a missão de evangelizar: “Impõe-se a tarefa irrenunciável de oferecer modalidade de iniciação cristã, que além de marcar o quê, também dê elementos para o quem, o como e o onde se realiza” (Documento de Aparecida, CELAM, 2008, p.135).
         O Estudo 97 da CNBB (fruto da 3ª Semana Brasileira de Catequese) é um instrumento de estudo importantíssimo porque esquematiza o processo de iniciação à vida cristã, refletindo tal processo por meio de questões fundamentais: por quê? O que é? Como se faz? Para quem se destina? Com quem contamos e onde realizaremos?
           Tal Estudo é um dos mais desafiadores para Igreja, no âmbito pastoral, pelo fato de não ser simples conduzir as pessoas a um contato vivo e pessoal com Cristo: isso implica o envolvimento de todos os organismos paroquiais, unindo forças em vistas de objetivos comuns, além da conversão pastoral e de uma animação bíblica eficaz; necessita de itinerários bem elaborados e de catequistas iniciados; precisa de tempo para vivência do processo e encontros de catequese para que o catecúmeno ou catequizando seja realmente iniciado na vida cristã.
         A instituição catecumenal é uma das mais acabadas realizações da Igreja nos séculos II e III; é o desenvolvimento estruturado do que estava, em germe, presente no Novo Testamento. O processo básico do tornar-se cristão, cujo livro dos Atos nos indica (evangelização-fé-metanóia-batismo) é garantido por um sólido quadro institucional. Várias são as causas que devem ter influído em sua criação: em primeiro lugar, a importante ação evangelizadora e a forte vontade de manter a “qualidade” dos novos convertidos e das jovens comunidades cristãs; mas também a ameaça crescente das seitas heréticas [...] (BORÓBIO, A celebração na Igreja 1,   1990, p. 58-9)
         O tema da iniciação cristã é consequência da caminhada da Igreja nesses últimos anos e é tão urgente que foi escolhido como tema prioritário da 47ª Assembleia Geral da CNBB de 2009. Logo ficou claro que não se trata só de iniciação cristã, mas sim de “iniciação à vida cristã”. Tal expressão procura traduzir a comunicação de uma fé que não se reduz à intimidade com Jesus Cristo, mas que tenha reflexos e influências vitais na própria existência, levando à participação da comunidade, que no seu conjunto, deve dar testemunho do Evangelho.
         A iniciação à vida cristã é também apontada como uma das urgências das Diretrizes Gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-15), que acentua a importância de processos permanentes de iniciação para as atividades pastorais das dioceses.
        O processo de iniciação vivenciado nos primórdios da vida da Igreja e sua metodologia como caminho progressivo é ainda hoje o que se tem de mais profundo para a iniciação à vida cristã. Caminho sempre marcado por tempos fortes de aprofundamento e celebrações comunitárias, por uma forma personalizada de evangelizar, que respeita o ritmo do iniciado e suas respostas.
                A iniciação cristã é desafio que deve ser encarado com decisão, coragem e criatividade (Documento de Aparecida, CELAM, 2008, p.134-5). Assim, os processos catequéticos precisam recuperar a metodologia catecumenal e assumir como objetivo essencial a formação de discípulos autênticos. Para isso, elaborar encontros de catequese iniciáticos e formar catequistas para a visão processual se faz urgente.

(Roberto Bocalete: parte do artigo científico - O encontro de catequese para o processo de Iniciação à vida cristã)

sexta-feira, 20 de julho de 2012




A catequese é iniciação no seguimento de Cristo para vinculação à Igreja; tem como meta essencial a confissão da fé e uma educação para mentalidade de fé, capacitando a pessoa a ver, sentir e agir como Cristo, amadurecendo e aprofundando a conversão. O fruto que a catequese deve produzir é o surgimento de homens e mulheres novos, recriados, abertos ao Evangelho, sensíveis a realidade, comprometidos com o estilo de Jesus, adoradores do Pai, colaboradores do Espírito, homens e mulheres de Igreja manifestando a dignidade da pessoa redimida em Cristo



Ola queridos e queridas catequistas: inaugurar o blog com este vídeo é um convite que faço todos para refletir a nossa vocação ao ministério da catequese. Ser catequista é encantar, cuidar, animar e favorecer uma experiência profunda e motivadora! Abraços catequistas, amados e amadas, vocacionados e cheios de alegria! Reflitam o pequeno vídeo e espalhem sobre a terra a Palavra!