segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ENCONTRO III: 
“O final do caminho: a casa do pecador”

PREPARANDO O AMBIENTE
Colocar em destaque sobre uma mesa um crucifixo, a Bíblia aberta, com flores e uma vela acesa. Pode-se trazer um “bonsai”, para lembrar a subida na árvore para ver Jesus.

Depois de esclarecer o significado do que seja o centro da lei e de como o mandamento central do amor é praticado por quem menos se espera, Jesus ensina sobre a oração e a ação. A passagem das irmãs Marta e Maria (Lc 10,38-42) mostra que a bem-aventurança está em ouvir a Palavra e colocá-la em prática. Ter um relacionamento pessoal e profundo com Jesus é o que se deve conservar sempre, partindo daí nossa ação. A passagem do Pai-nosso (Lc 11,1-4) nos ensina, assim como Jesus, a rezar antes de tomar qualquer decisão. Assim, uma ação que é fruto da oração transforma este mundo em Reino de Deus. Jesus ainda ensina a manter-se em vigilância, a produzir frutos; realiza curas e conta parábolas que apontam as exigências para o seguimento. O último episódio da viagem de Jesus para Jerusalém acontece na casa de Zaqueu, o chefe dos cobradores de impostos. Vamos entender hoje um pouco desse encontro, que faz com que Zaqueu escolha Jesus.


I - ORAÇÃO INICIAL
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Vamos nos preparar para refletirmos com profundidade e saborearmos a Palavra de Deus, neste mês em que nos dedicamos a aprofundar a Bíblia, pedindo as luzes do Espírito Santo para nos ajudar a compreendermos nossa missão, trilhando os caminhos do evangelho de Lucas:
Todos: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis...

Leitor 1: A oração, ensinada por Jesus, nos coloca em sintonia e comunhão com seu projeto de vida e liberdade. No Evangelho de Lucas, Jesus se apresenta como aquele que reza ao Pai, sobretudo nos momentos decisivos de sua vida.
Leitor 2: Os discípulos sentem necessidade de uma oração que os caracterize: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Jesus ensina: “Quando rezarem, digam: Pai!”; os discípulos entram em diálogo com Deus e descobrem a profundidade da Oração do Pai-nosso!
Todos: Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome...
Leitor 1: Que o Senhor nos acompanhe no caminho de aprofundamento deste evangelho de Lucas.
Leitor 2: Como a primeira discípula, Maria, desejamos “guardar todos os fatos no coração”.
Todos: Que sejamos seguidores de Jesus, caminhando em suas estradas, alegres porque o ressuscitado caminha ao nosso lado!

II – DEUS NOS FALA - LEITURA ORANTE DA PALAVRA
 O texto que vamos ouvir descreve o encontro de Jesus com Zaqueu. A leitura orante vai nos ajudar a ler, meditar, rezar, contemplar e a agir a partir das palavras de Jesus. Vamos mergulhar no evangelho, deixando que a Palavra ecoe em nossos corações:

Canto: Deixa-me ficar em paz, Senhor para ouvir tua Palavra!  No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!
Leitura do texto: Lc 19,1-10

LEITURA: O que diz o texto? Perguntas para ajudar na leitura
1) Vamos reconstruir a narrativa? O que ouvimos?
2)Quem era Zaqueu? O que ele fez para ver Jesus?
3) O que Jesus disse a Zaqueu quando olhou para cima? Como foi a reação de Zaqueu?
4)O que quer dizer hospedar-se em sua casa?
5)Como foi a reação das pessoas?
6)Qual foi a atitude consequente da visita de Jesus na casa de Zaqueu? O que aconteceu com ele?
7)O que significa a fala de Jesus “vim procurar o que estava perdido”?

PISTAS PARA LEITURA
De tanto ouvir falar de Jesus, Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos, ficou curioso e queria vê-lo. Mas para isso tinha diante de si três obstáculos: era impedido pela sua condição física, porque era de baixa estatura; era impedido pela multidão, que se aglomerava ao redor de Jesus em busca de realizações; e era odiado pelo povo devido sua profissão que o enriquecia, por isso sabia que não dariam lugar a ele.

Zaqueu, que ironicamente significa “puro”, no entanto considerado impuro pela religião da época, correu para ver Jesus; subiu numa árvore para assistir a passagem do profeta famoso. A impureza de Zaqueu se devia ao fato da dominação estrangeira sobre os judeus: O Império cobrava altos tributos para evitar revoluções.

Jesus toma iniciativa, vê Zaqueu, o chama e ousadamente se auto convida para hospedar-se na casa dele. Jesus viu Zaqueu com um olhar diferente, não como o odiado chefe dos coletores de impostos, mas com olhar de acolhimento e confiança, próprio de quem vê no outro uma possibilidade de renovar-se, de viver diferente.  Zaqueu responde prontamente a palavra de Jesus e a multidão murmura!

A multidão reclama pois o importante era o cumprimento das regras de pureza ritual em vez do cumprimento da vontade de Deus como faz Jesus.  Zaqueu conheceu Jesus quando o encontrou em sua vida, quando fez a experiência de estar com Ele. Foi o encontro com Jesus que colocou Zaqueu de pé, sinal de prontidão para caminhar em outros caminhos; de pé como quem assume compromisso com outra proposta de vida, fazendo da partilha de sua riqueza a marca de sua conversão.

Em vez de explorar o outro para ganhar dinheiro, passa a usar o dinheiro na promoção da fraternidade. Jesus chama Zaqueu pelo nome, visitando-o em seu profundo modo de viver. Até então, Zaqueu vivia camuflado em árvores; escondido de si mesmo. Esconde-se dos outros, esconde-se de Deus, esconde-se de si mesmo, esconde-se em justificativas.

Quando Jesus entra na casa de Zaqueu, entra na vida dele, o zelo pelas riquezas torna-se fonte de partilha. Aquele que se perdera pela ganância fora salvo pelo olhar de Jesus que o tirou de seu esconderijo para que se tornasse fraterno.  Zaqueu consegue sair de si mesmo e fazer a vontade de Deus.

Jesus ainda se dirige a multidão dizendo que a salvação havia entrado naquela casa. O salvador veio buscar o que estava perdido, assim como Deus havia prometido que buscaria suas ovelhas.  O processo de iniciação a fé realizado por Zaqueu foi além de uma simples admiração:  a atitude de Jesus, contrária a da multidão, levou Zaqueu a uma fé madura com consequências práticas em sua vida!

Zaqueu não ficou somente no fascínio por Jesus, mas fez experiência de encontro e adesão ao seu projeto.

Canto: É uma luz, tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor! Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor!!
MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:
Vamos agora ouvir essas perguntas e meditá-las com tranquilidade e sinceridade. Para isso, entre uma pergunta e outra, vamos fazer um instante de silêncio e responder para nós mesmos, para nosso coração:

1)Como avalio minha vida neste momento? Minhas atitudes são de crescimento ou me apequenam diante do projeto de Deus?
2)Tenho me utilizado de árvores ou outros esconderijos para não me comprometer?
3)Como tenho visto e buscado Jesus? Como tem sido minha experiência pessoal com Jesus?
4)Tenho ouvido Jesus me chamar pelo nome? Qual minha resposta?
5)Jesus sabe como esta minha casa interior? Tenho permitido sua visita?
6)Tenho murmurado ou julgado as pessoas que considero impuras? Como é minha murmuração?
7)Quais os caminhos de conversão e compromisso que tenho para oferecer e partilhar?
8)A salvação entrou em minha casa?

Canto: A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus passos e luz para o meu caminho
ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Em um instante de silêncio, vamos fazer nossa oração! Qual a resposta que damos a Deus diante da Palavra lida e meditada? Como dialogar com Deus diante da meditação realizada?

Rezemos juntos: Senhor te vejo passar todos os dias, mas teimo em esconder-me em árvores. Ali estou mais protegido. As pessoas não ficam olhando para cima, procurando alguém sentado em árvores. As folhas me escondem de olhares reprovadores e, tranquilamente, ninguém me incomoda, assim, não preciso me comprometer. Tirai-me dessas árvores, Senhor, e colocai-me novamente no teu caminho. Nesse desejo de assumir o caminho do discipulado, resgatai-me das ilusões e das falsas seguranças. Tirai-me dessas árvores, Senhor, para mostrar-te onde moro. Tocai meu coração, tocai minha vida, tocai meu modo de ser, de pensar e de agir. Convertei-me.
Canto: “A tua ternura vem me abraçar! A tua bondade infinita me perdoar! Vou ser o teu seguidor e te dar o meu coração. Eu quero sentir o calor de tuas mãos!”

Canto: Guarda a Palavra, guarda no coração. Que ela entre em tua alma e penetre os sentimentos. Busca noite e dia, a luz do amor de Deus, se guardares a Palavra, ela te guardará!
CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?

Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar as palavras de Jesus em nosso interior. Interiorizemos a mensagem de hoje. Imaginando Jesus diante de nós, vamos repetir, no silêncio de nosso coração, as orações abaixo. Torne-se templo de Deus, nesse momento:

Tira-me das árvores, Senhor, para que eu mostre onde moro.
Tocai meu modo de ser, de pensar e de agir, Senhor.
Mesmo que eu não queira, converte-me, Senhor.

Canto: Que a Palavra esteja em minha boca, a tua Palavra. Para anunciar ousadamente o Evangelho: o mistério do Evangelho!
 AGIR: renovar nosso compromisso de seguir Jesus

O primeiro compromisso deste encontro é com a própria conversão. Sempre somos convidados a nos converter, a nos deixar encontrar por Jesus e acolhê-lo em nossas casas. Outro compromisso é decorrente deste: a conversão não se resume em pensar diferente, mas em assumir atitudes, como fez Zaqueu com o compromisso da partilha. Que a Palavra nos ilumine para agirmos a partir da experiência com Jesus Cristo!

Canto: Que a Palavra de Deus tome conta de mim, mude o meu coração, seja pra mim um caminho de luz. Que a Palavra de Deus seja o meu ideal, toque a minha razão, faça de mim um irmão de Jesus.
Feliz é quem ouve a Palavra, e mais feliz quem a faz. Filho da paz ele então será.
Feliz é quem ouve a palavra e anuncia Jesus. Com Jesus Cristo ele um dia, reinará. (2x)

III - PRECES E ORAÇÃO FINAL
 Como seguidores de Jesus compreendemos a função da Palavra de iluminadora de nossos passos, a chama de luz a romper as trevas e iluminar o caminho a seguir. Ao clarear a caminhada, a palavra orienta toda a conduta humana, passo a passo. O próprio Senhor é a lâmpada que ilumina a treva da nossa vida.
Todos: “É uma luz tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor. Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor”
Leitor 1: Ilumina-nos, Senhor, para que a tua Palavra nos ensine como ser e agir, nos ensine a caminhar conforme teu projeto e nos ensine a construir a vida em ti.
Todos: “É uma luz tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor. Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor”
Leitor 2: Ilumina-nos Senhor, para que sejamos corrigidos no caminho da vida e consigamos compreender os teus projetos. Que nós abramos o coração para a Palavra que exorta e corrige e sejamos seguidores de teus passos.
Todos: “É uma luz tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor. Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor”
Leitor 1: Ilumina nosso papa Francisco, nossos bispos, nossos presbíteros, diáconos, religiosas e religiosos, seminaristas, todos nós povo de Deus, para que atentos a tua Palavra, sejamos discípulos-missionários. Que nosso agir seja de acordo com a Palavra.
Todos: “É uma luz tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor. Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor”

No contexto do Ano da fé, rezemos com consciência e profunda atenção nossa profissão de fé! Rezar o Creio é assumir nossas verdades de fé na vida, deixando que no caminho do discipulado Jesus nos encontre convictos e atentos!
Todos: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. Amém.

BENÇÃO
 Que o caminho seja brando a teus pés, o vento sopre leve em teus ombros; o sol brilhe em tua face, as chuvas caiam serenas em teus campos, e até que de novo eu te veja, Deus te guarde na palma de sua mão!

Todos: Amém, assim seja, amém, amém!

domingo, 22 de setembro de 2013

ENCONTRO II:
Tema: “Encontrando o ‘outro’ no caminho”

PREPARANDO O AMBIENTE
Colocar em destaque sobre uma mesa um crucifixo, a Bíblia aberta, com flores e uma vela acesa. Trazer um recipiente de vidro com óleo e escrever numa folha de papel as palavras: ENCONTRO, GRATUIDADE e CUIDADO.

O Evangelho de Lucas foi escrito entre os anos 80-85 e sua intenção está no prólogo: “para que conheças a solidez dos ensinamentos que recebestes” (Lc 1,4). Jesus é o cumprimento da promessa; por meio dele, Deus visita seu povo e os convida a caminhar em suas estradas. A imagem do caminho aparece na anunciação; na atuação pública de Jesus, que caminha rumo a Jerusalém; na morte; ressuscitado com os discípulos de Emaús. Jesus derrama seu Espírito sobre a Igreja para ela caminhar, anunciando a Palavra com coragem desde Jerusalém até os confins do mundo. O tempo da Igreja está vinculado ao tempo de Jesus e ao seu caminhar visando à salvação dos homens. Assim, por meio de nossa ação, a igreja realiza a vocação de discípula missionaria à luz das palavras de Jesus.


I - ORAÇÃO INICIAL
 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Vamos nos preparar para refletirmos com profundidade e saborearmos a Palavra de Deus, pedindo as luzes do Espírito Santo para nos ajudar a compreendermos nossa missão neste caminho que estamos vivenciando do Evangelho de Lucas:

Oração: Ó Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho! Inspirai-nos sempre aquilo que devemos pensar, aquilo que devemos dizer, como devemos dizê-lo, aquilo que devemos calar, aquilo que devemos escrever, como devemos agir, aquilo que devemos fazer, para procurar a Vossa glória, o bem das almas e nossa santificação. Ó Jesus, toda a nossa confiança está em Vós. Ó Maria, Templo do Espírito Santo, ensinai-nos a sermos fiéis àquele que habita em nosso coração. Amém

Leitor 1: “Tua palavra, Senhor, é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho”
Leitor 2: “A Palavra de Deus é como a semente. Aquela que caiu em terra boa representa aqueles que, ouvindo de coração bom e generoso, conservam a Palavra e dão frutos na perseverança”.
Canto: É como a chuva que lava, é como o fogo que arrasa. Tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal.
Leitor 1: O sal tempera e conserva os alimentos. Assim também, a Palavra de Deus, se ouvida e aprofundada com ardor, ela tempera a vida e dá sabor à missão.
Leitor 2: A Palavra de Deus pode ser comparada a uma rocha. Quem a ouve e a põe em prática é como um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha.
Canto: É como a chuva que lava, é como o fogo que arrasa. Tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal.

II – DEUS NOS FALA - LEITURA ORANTE DA PALAVRA
O texto que vamos ouvir descreve a história do homem semimorto que retornou a vida quando o samaritano, no caminho, o vê e ao vê-lo se aproxima, cuidando de suas feridas. Neste encontro o amor acontece, Deus se revela e a vida surge. A leitura orante vai nos ajudar a ler, meditar, rezar, contemplar e a agir a partir das palavras de Jesus. Vamos mergulhar no evangelho, deixando que a Palavra ecoe em nossos corações:

Canto: Deixa-me ficar em paz, Senhor para ouvir tua Palavra!  No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz
Leitura do texto: Lc 10, 25-37

LEITURA: O que diz o texto? Perguntas para ajudar na leitura
1) O que a cena nos narra? O que aconteceu?
2)Quem é o meu próximo... Como Jesus explica essa questão?
3)Como foi o encontro do homem com os assaltantes?
4)Como ficou o homem que foi roubado? O que ele sentia?
5)Como foi a atitude do levita? Como o sacerdote tratou o homem assaltado?
6)Como poderíamos classificar o encontro desses personagens com o homem semimorto?
7)O que o samaritano fez em favor do homem ferido?
8)Quais ações concretas fez o samaritano em favor do homem? O que elas significam? (derramar óleo, colocar no próprio animal, conduzir a hospedaria, tirar dois denários)

PISTAS PARA LEITURA
O agir cristão é um caminhar com Jesus, a cada dia, até a realização do propósito de Deus. Isso exige uma decisão firme, pois os discípulos estão vinculados ao caminho de Jesus e devem agir em conformidade com seus ensinamentos e com a vida do Mestre. As implicações da mensagem de Jesus na prática cotidiana é narrada na parábola do Bom Samaritano.

O doutor da Lei se dirige a Jesus com o objetivo de testar a sua interpretação da Torah; demonstra estar informado sobre as tarefas de forma teórica, mas não sabe como praticar o mandamento e nem reconhecer seu próximo. Por isso Jesus conta a Parábola do bom samaritano, para ajudar o doutor da lei a descobrir as respostas dentro de si mesmo.

Será que ele vai conseguir entender que o amor é condição para salvação? O texto começa dizendo de um homem que foi assaltado no caminho para Jericó e deixado semimorto à margem da estrada. Foi despojado de tudo e estava sem identidade, sem nome.

Passaram por ali um sacerdote e um levita, que seguem adiante, somente com a pureza externa! Mau exemplo dado por pessoas de quem deveria se esperar um bom exemplo. Será que cumprir o mandamento do amor ao próximo é tão difícil assim?

Um menosprezado samaritano para no caminho! A primeira atitude do samaritano é aproximar-se. Não se apressa em falar nada, quer ajudar o ferido, pois os seus problemas são o ponto de partida. Age com ternura e mansidão, com desejo amoroso de aproximar-me... O samaritano mostra que amar não é só questão de sentimentos: sua compaixão se traduz em atos que tendem a fazer viver aquele que fora deixado semimorto – ele cura as feridas, leva a um abrigo e instrui o hospedeiro a não economizar dinheiro durante o tratamento. O primeiro passo é aproximar-se, olhar a realidade do outro e acolher. O próximo não é alguém a quem se deve ajudar, mas é alguém que se aproximou para ajudar!

O samaritano encontrou o seu próximo no caminho. Para o ferido, portanto, o samaritano é sinal de que a vida não vai terminar naquele episódio dolorido.  O sentimento do amor que o samaritano manifestou testemunha o valor maior e defenitivo da existência humana. É um sentimento marcado e expresso com atitude e gestos concretos de total doação, que não apenas definem quem ele é, mas possibilita o encontro com Deus na pessoa do outro, neste caso o homem caído na estrada. Neste encontro o amor acontece, Deus se revela e a vida surge.

Canto: É uma luz, tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor! Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor!!
MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:
Vamos agora ouvir essas perguntas e meditá-las com tranquilidade e sinceridade. Para isso, entre uma pergunta e outra, vamos fazer um instante de silêncio e responder para nós mesmos, para nosso coração:

1)  Como tem sido meu diálogo com Jesus? Quais minhas frequentes perguntas? O que está atrás das perguntas que faço a Jesus?
2) Quem é o meu próximo? Tenho reconhecido o meu próximo com clareza?
3) Os assaltantes roubaram tudo o que o homem tinha. Nossa atitude diante dos outros é dar vida ou tirar os bons sentimentos que as pessoas têm?
4) Tenho desviado de caminho diante dos marginalizados? Eu “enxergo” as necessidades dos outros ou já me acostumei com a falta de caridade?
5) Qual o limite para ajudar alguém? Como cuido das pessoas?
6) Quem é o meu próximo? Já identifiquei?
7) Aquele que mais usa de misericórdia, torna-se o próximo: tenho agido com misericórdia?

Canto: A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus passos e luz para o meu caminho
ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Em um instante de silêncio, vamos fazer nossa oração! Qual a resposta que damos a Deus diante da Palavra lida e meditada?

Rezemos juntos: Senhor Jesus, muitas vezes temos medo diante do outro, assaltado e caído por terra e ainda preferimos a distância; sem nos fazermos próximos, sem intimidade misericordiosa. Nem mesmo sabemos o porquê passamos longe, porque não nos fazemos “Bons Samaritanos” muitas das vezes em que é preciso ser. Conhecemos o mandamento do amor, sabemos que está em nossas mãos realizá-lo, mas como o levita ou o sacerdote, passamos longe... não nos fazemos próximos. Pedimos perdão e um coração aberto à misericórdia para nos fazermos próximos, encontrarmos o outro no caminho, cuidar de suas feridas, curar suas dores.

Canto: Guarda a Palavra, guarda no coração. Que ela entre em tua alma e penetre os sentimentos. Busca noite e dia, a luz do amor de Deus, se guardares a Palavra, ela te guardará!
CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?
 Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar as palavras de Jesus em nosso interior. Interiorizemos a mensagem de hoje. Imaginando Jesus diante de nós, vamos repetir as duas orações destacados no silêncio de nosso coração. Deixe que a Palavra tome sua vida por inteiro.

Que eu aprenda a aproximar-me de todos, pois todos são irmãos e irmãs!
Que com o óleo da misericórdia eu cure as feridas do corpo e as feridas da alma.

Canto: Que a Palavra esteja em minha boca, a tua Palavra. Para anunciar ousadamente o Evangelho: o mistério do Evangelho!
AGIR: renovar nosso compromisso de seguir Jesus
Quem vive só para si é sempre opressor e, ao dominar, conquista, rouba e mata. Quem vive segundo seus critérios olha seu bolso e suas riquezas... não olha outro no rosto, o outro não tem importância. O Evangelho descreve o caminho para a libertação que o samaritano vivencia cuidando do semimorto: não se trata de uma caridade cega, inspirada na compaixão; é um amor vigilante, sério, concreto; é um amor que enriquece, porque devolve a vida a quem já não tem mais que um sopro dela; e a dá em virtude e por força do amor. O convite é para sermos a exemplo do samaritano, atentos, cuidadosos, fazendo-nos próximos daqueles que precisam de nossa ação!

Canto: Amar como Jesus amou. Sonhar como Jesus sonhou. Pensar o que Jesus pensou. Viver como Jesus viveu. Sentir o que Jesus sentia. Sorrir como Jesus sorria e ao chegar ao fim do dia eu sei que eu dormiria muito mais feliz.

III –ORAÇÃO FINAL
Ajudados pela Palavra que nos compromete a nos fazermos próximos daqueles que passarem por nós, professemos nossa fé em comunhão!

Todos: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. Amém.

Pai Nosso... Ave Maria
Que o Senhor, Bondade e Amor, que é Pai, Filho e Espírito Santo, nos guarde agora e sempre!
Todos: Amem!


Diácono Roberto Bocalete

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

ENCONTRO I:
 "Discípulos missionários a partir do Evangelho de Lucas"

PREPARANDO O AMBIENTE
Colocar em destaque sobre uma mesa um crucifixo, a Bíblia aberta, com flores e uma vela acesa. Escrever em uma cartolina: “Discípulos e missionários a partir do Evangelho de Lucas”

Temos quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, maneiras diferentes de compreender e experimentar Jesus Cristo. O livro que vamos refletir e meditar no mês da Bíblia deste ano é o Evangelho de Lucas, fruto de uma prática evangelizadora que nos ajuda no processo de iniciação e reiniciação na fé, bem como nas exigências para formação cristã permanente. Lucas nos ensina que para sermos discípulos-missionários é preciso a opção radical por Jesus e pela proposta do Reino; carregar a cruz como dom total de si mesmo a Deus (assumindo as consequências da opção por Cristo); servir a Palavra com docilidade; vivenciar a oração pessoal e a celebração litúrgica como espaços de experiência com Cristo ressuscitado.



I - ORAÇÃO INICIAL
 Vamos nos preparar para refletirmos com profundidade e saborearmos a Palavra de Deus, neste mês em que nos dedicamos a aprofundar a Bíblia, pedindo as luzes do Espírito Santo para nos ajudar a compreendermos nossa missão, trilhando os caminhos do evangelho de Lucas:
Canto: A nós descei divina luz, a nós descei divina luz, em nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus, o amor, o amor de Jesus!(2x)
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Que graça de Deus nosso Pai, o amor de Jesus, o Filho Senhor que nos chama a partilhar a vida, a unção e o poder do Espírito Santo estejam sempre conosco.
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Educados pela Palavra, façamos na fronte o sinal-da-cruz, compromisso com uma consciência cristã evangelizadora...
Ouvintes da Palavra, façamos nos ouvidos o sinal-da-cruz, para sermos atentos à Palavra de Deus, a Sua voz que nos chama ao discipulado...
Iluminados pela Palavra, façamos nos olhos o sinal-da-cruz, para aprendermos a ver as maravilhas de Deus na simplicidade, para olharmos a realidade com os olhos de Deus...
Alimentados pela Palavra, façamos na boca o sinal-da-cruz, para que anunciemos a Palavra de Deus e sejamos vozes proféticas na realidade...

II – DEUS NOS FALA - LEITURA ORANTE DA PALAVRA
O texto que vamos ouvir descreve a vocação dos primeiros discípulos. O chamado ao seguimento. A leitura orante vai nos ajudar a ler, meditar, rezar, contemplar e a agir a partir das palavras de Jesus. Vamos mergulhar no evangelho, deixando que a Palavra ecoe em nossos corações:

Canto: Aleluia, Aleluia, como o Pai me amou assim também eu vos amei. Aleluia, Aleluia, como estou no Pai permanecei em mim!
Leitura do texto: Lc 5,1-11

Canto: Deixa-me ficar em paz, Senhor para ouvir tua Palavra! No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz!
LEITURA: O que diz o texto? Perguntas para ajudar na leitura
1) O que a cena nos narra? O que aconteceu?
2) Onde estavam e quem são os personagens principais da narrativa?
3) Por que as barcas estavam paradas e os pescadores lavavam as redes?
4) O que disse Jesus a Pedro ao subir na barca? Como Pedro reagiu?
5) Como foi o resultado da pesca quando Pedro obedeceu a Jesus?
6) Qual a proposta de Jesus a Pedro?

PISTAS PARA LEITURA
 Para ser discípulo é preciso ser plasmado pela Palavra.  No seguimento a Jesus, a mudança do SER tem seu início no acolhimento da Palavra. Assim, Jesus a anuncia no templo do trabalho humano, entre barcos, redes e cheiro de pesca.

Jesus transforma a barca de Pedro em Mesa da Palavra, em local de anúncio, de comunicação do Evangelho. Jesus começa a chamar os apóstolos. Os primeiros são pescadores. Como se trata de pescadores, Jesus os chama em meio a uma pesca para que sejam pescadores de gente. A multidão o aperta de todos os lados, Jesus sobe à barca de Simão e daí instrui o povo.

Pedro faz experiência de Deus acolhendo a Palavra de Jesus, para que jogasse a rede e pescasse de outro modo, em águas mais profundas. Ele acreditou na Palavra e por acreditar teve sua vida mudada. Jesus ordena: “Avancem para as águas mais profundas e lançai vossas redes para a pesca!”. Todos devem pescar. Todos devem lançar as redes da missão evangelizadora! Simão deixa de lado sua experiência de pescador e confia na palavra de Jesus. O resultado é a pesca farta.

Os discípulos deixaram as barcas para assumir a missão de tirar a humanidade da cegueira, assim como nossa missão exige que tiremos as pessoas da indiferença, do relativismo, da ausência de fé... Para isso deixam tudo que eram a sua vida até então. Somos chamados a lançar as redes. É preciso saber se desprender e atirar a rede como se ela fosse eu mesmo. Nas águas mais profundas, ali é preciso atirar as redes para pescar.

É como pescadores que Jesus chama os pescadores. Cada qual deve ser convocado onde está, onde vive, naquilo que faz. É aí, no seu trabalho, no ambiente em que vive, onde pode ter alguma influência, que todos são chamados a pescar, construir, plantar, fermentar, cuidar, para que as multidões sejam livres do poder do mal.Como disse Jesus a Pedro: coragem! Nos diz hoje: não tenham medo de acolher a Palavra, de refleti-la e de acolhe-la em suas vidas, para anunciá-la, testemunhá-la, respondendo nossa vocação de discípulo missionário.

Canto: É uma luz, tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor! Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor!!
MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:
Vamos agora ouvir essas perguntas e meditá-las com tranquilidade e sinceridade. Para isso, entre uma pergunta e outra, vamos fazer um instante de silêncio e responder para nós mesmos, para nosso coração:
1) Temos ouvido a Palavra de Deus? Temos ouvido os ensinamentos de Jesus?
2) Andamos desanimados, lavando as redes ou avançando para as águas mais profundas?
3) O que é avançar para as águas mais profundas para mim hoje?
4)Estamos atentos a Palavra? A palavra tem nos educado em nossa missão?
5) Temos medo ou confiamos em Jesus?
6) Como estamos respondendo nosso chamado de pescadores de homens e mulheres?
7) Temos seguido Jesus e seu projeto? Como?

Canto: A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus passos e luz para o meu caminho
ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Em um instante de silêncio, vamos fazer nossa oração! Qual a resposta que damos a Deus diante da Palavra lida e meditada? Como dialogar com Deus diante de tal chamado para ser pescador de homens e mulheres?

Rezemos juntos: Senhor Jesus, assim como Pedro, que espantado diante da pesca milagrosa, ouviu de vossa boca que tudo seria diferente na sua vida, coloco-me a disposição para vos seguir. Pela graça do vosso Espírito Santo em minha vida, aqui estou, Senhor. Acolhei-me com a vossa Palavra, formai-me em vossa Palavra, enviai-me a pregar a vossa Palavra. Aqui estou, Senhor!

Canto: Guarda a Palavra, guarda no coração. Que ela entre em tua alma e penetre os sentimentos. Busca noite e dia, a luz do amor de Deus, se guardares a Palavra, ela te guardará!
CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?
Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar as palavras de Jesus em nosso interior. Interiorizemos a mensagem de hoje. Imaginando Jesus diante de nós, vamos repetir os dois versículos destacados no silêncio de nosso coração. Deixe que a Palavra tome sua vida por inteiro.

“Em atenção à tua Palavra, vou lanças as redes!”
“Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”

Canto: Que a Palavra esteja em minha boca, a tua Palavra. Para anunciar ousadamente o Evangelho: o mistério do Evangelho!
AGIR: renovar nosso compromisso de seguir Jesus
Iniciando o caminho do Evangelho de Lucas, vamos sentir o entusiasmo dos discípulos, desde a primeira chamada à beira do lago. Vamos nos envolver com eles e com Jesus, crescendo no entusiasmo até recebermos o envio definitivo para a missão. Até o próximo encontro, cada um de nós é chamado e pensar sua vocação de seguidor de Jesus, refletir sobre sua vida de discípulo no dia a dia. Como tenho renovado meu sim ao discipulado? Tenho encontrado momentos para estar com Jesus e ouvir sua Palavra? Quais as ações para que lance as redes para as águas mais profundas?

Canto: Senhor se tu me chamas
Refrão: Senhor se tu me chamas, eu quero te ouvir, se queres que eu te siga, respondo eis-me aqui.(bis)
Nos passos do teu filho toda a Igreja também vai, seguindo teu chamado de ser santa qual Jesus. Apóstolos e mártires se deram sem medir. Apóstolo me chamas, vê, Senhor, estou aqui.

III – PRECES E ORAÇÃO FINAL
Animados pela Palavra, que deve ser assumida por nós como alimento em nossa ação evangelizadora, elevemos nossas preces e oração a Deus, dizendo a cada pedido: “Ajudai-nos Senhor a avançar para as águas mais profundas!”:

Os discípulos acompanhavam Jesus por todo canto, experimentaram profundamente sua presença!
Leitor: Para que nós também, discípulos hoje, conheçamos seus caminhos, experimentemos de seus projetos e nos coloquemos a serviço, rezemos...

 Os discípulos começaram a perceber o que servia para a vida e o que não era compatível com a caminhada de um seguidor.
Leitor: Para que nós, discípulos hoje, tenhamos ações a partir de Jesus Cristo, caminhando num processo de conversão, sempre abertos a dar novos passos na fé, rezemos...

Os discípulos se entusiasmavam com a pessoa de Jesus que os atraia. Eles seguiram Jesus e anunciaram a tão esperada boa-nova do Reino.
Leitor: Para que nós, discípulos hoje, assumamos a missão junto com Jesus, criando a coragem de romper com o projeto que não nos faz seguidores e revelando o entusiasmo de caminhar em comunidade, rezemos...

Os discípulos, na escola de formação de Jesus Cristo, tornaram-se atentos as necessidades do povo e anunciavam com alegria o Reino.
Leitor: Para que nós, discípulos hoje, façamos de nossa diocese sinal e presença do Reino de Deus, testemunhando sem medo as maravilhas de Deus, rezemos...

Que o Senhor, Bondade e Amor, que é Pai, Filho e Espírito Santo, nos guarde agora e sempre! Amem!

Vamos nos saudar com a paz que vem de Deus! Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

**Diácono Roberto Bocalete

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Discípulos e missionários a partir do Evangelho de Lucas
Lema: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15).
O Evangelho segundo Lucas sob o prisma do discipulado-missionário, conforme o enfoque do Projeto de Evangelização: O Brasil na missão Continental, é o tema do mês da Bíblia de 2013. O tema escolhido releva o Evangelho do Ano Litúrgico C, e os cinco aspectos fundamentais do processo do discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão propriamente dita. O lema indicado pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) é: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15).

Quem é o autor?
Desde o século II a obra foi considerada de Lucas. Muitos comentaristas atribuem à profissão de médico (cf. Cl 4,14) e o identificam com o discípulo e colaborador de Paulo (cf. Fm 23ss, 2Tm 4,11). Porém, essa relação entre Paulo e Lucas, vem sendo questionada, visto que há muitas diferenças entre a Teologia de Paulo e de Lucas.  Baseado na falta de consenso dos estudiosos em determinar quem é o autor do terceiro evangelho, deduz-se pelo texto que o autor, provavelmente, é um cristão proveniente do paganismo e de origem grega. O autor é influenciado pelo estilo dos historiadores (Lc 2,1-2) e dos poetas gregos; utiliza a tradução grega da Bíblia e conhece bem o Império Romano.

Quando? Onde foi escrito? Com qual finalidade?
O Evangelho de Lucas provavelmente deve ter sido escrito entre os anos 80 a 90 e não há uma localização exata sobre onde foi escrito, mas a proposta apresentada pelos biblistas, seria entre as regiões da Grécia ou da Síria.  O evangelista dá prioridade aos cristãos provenientes do paganismo de cultura grega e aos judeus que moravam fora da Palestina (na diáspora).  No evangelho percebe-se que o redator final pertencia a uma comunidade mista cultural e economicamente e, passa por um período de crise. Portanto, o evangelho se dirige às comunidades que já receberam a primeira evangelização.  Diante da catástrofe que foi a guerra judaica (70 E.C.) e os conflitos internos e externos que transparecem no texto, provavelmente a finalidade do Evangelho segundo Lucas seria a de fortalecer a fé das comunidades e reforçar o seu papel na história da salvação e, assim, mantê-las corajosamente no seguimento a Jesus Cristo.

Estrutura do Evangelho Segundo Lucas
Existem várias formas de estruturar o Evangelho Segundo Lucas. A nossa proposta é de subdividi-lo em seis partes. A primeira parte é o prólogo, no qual o autor explica os motivos que o levaram a escrever o Evangelho, apresenta o método utilizado e o dedica a Teófilo (1,1-4). Lc 1,5-4,15 corresponde à segunda parte, na qual contém a narração, em paralelo, do nascimento e da infância de João Batista e de Jesus. Bem como, a apresentação, pregação e encarceramento de João Batista, e os acontecimentos que precedem o ministério público de Jesus (batismo, sua genealogia e as tentações – Lc 3,1-4,13).

O autor relata, na terceira parte (Lc 4,14-9,50), o início do Ministério de Jesus na Galileia, marcado pela rejeição em Nazaré, as atividades em Cafarnaum e no lago; controvérsias com os fariseus, ensinamentos, milagres, parábolas e questões referentes à sua identidade. Essa parte conclui-se com a transfiguração.  Na quarta parte, encontra-se o Relato da viagem de Jesus a Jerusalém e a sua pedagogia para com seus discípulos e discípulas, apresentando as exigências no seguimento e os pontos fundamentais do Reino de Deus (9,51-19,27).  Em Lc 19,28-21,38, quinta parte, o autor narra o ministério de Jesus em Jerusalém com a entrada e atividade na área do Templo e o discurso escatológico.  Na sexta parte do Evangelho Segundo Lucas (22,1-24,53) encontram-se os relatos da paixão, morte, sepultamento (22,1-23,56a), das aparições do ressuscitado (23,56b-24,35) junto ao túmulo vazio e no caminho de Emaús (24,13-35); e finaliza com a ascensão ao céu (24, 36-53).

Linhas fundamentais da Teologia Lucana
Os pontos fundamentais da Teologia Lucana são os seguintes: Teologia da História, a Salvação, os títulos de Jesus Cristo, a importância de Jerusalém. Outras colunas fundamentais são: a ênfase na oração, o papel das mulheres no seguimento, a contraposição entre pobreza e riqueza, como uma das características da ética lucana e a presença forte do Espírito Santo.

Teologia da História
A teologia Lucana é marcada por uma ênfase na história da salvação, que é dividida em três períodos: 1) o tempo da preparação, ou período da promessa, que seria a história de Israel (AT), representado pelas personagens Zacarias, Isabel e João Batista; 2) o tempo do cumprimento da promessa que é o tempo da vida de Jesus; e 3) o tempo do anúncio, da Igreja, retratado no Livro dos Atos dos Apóstolos.  Uma peculiaridade na concepção histórico-salvífica de Lucas, é sua abertura universal. Portanto, a salvação atinge todo o tempo e todas as pessoas, a humanidade (cf. Lc 2,30-32; 3,6; 9,52-53; 10,33; 17,16). Com isso, nos aponta para outro ponto fundamental que é o tema da Salvação.

Salvação
Não podemos compreender a salvação como um “ir para o céu” após a nossa morte, mas a salvação acontece na história. Para a Teologia Lucana, salvação e libertação são termos equivalentes. Com isso, podemos dizer que a salvação contempla a totalidade da pessoa, em suas múltiplas relações, ou seja, é o restabelecer a justa relação com Deus, com os outros, consigo mesmo e com todo o Universo. Nesse sentido, Jesus é o nosso “Salvador” (Lc 2,11; cf. At 5,31; 13,23), pois é ele que nos mostra, com a sua encarnação, o sentido profundo da humanização das relações.

Jesus Cristo
Jesus Cristo, na Teologia Lucana, é apresentado como compassivo-misericordioso (cf. Lc 7,13; 10,33; 15,20) e como um profeta eleito por Deus, para levar a Boa Nova aos pobres (Lc 4,16-30; 7,36-50; 13,32-34). Ele também é o lugar por excelência da revelação de Deus (Lc 1,42).  O título de Senhor está vinculado ao seu ministério público e é apresentado como o Messias enviado por Deus, para salvar o seu povo (Lc 1,47; 2,11.30-32).  Jesus, em Lucas, é caracterizado pelo acolhimento dos samaritanos, publicanos (Lc 5,27: Levi e Lc 19,2-10: Zaqueu), dos pecadores (Lc 7,36-50; Lc 15,11-32); da viúva (Lc 7,11-17), enfim dos marginalizados e excluídos da sociedade.

Cidade de Jerusalém
Lucas dá à cidade de “Jerusalém” um grande destaque, pois é o único que começa e termina em Jerusalém (1,5-23; 24,53). Jesus também participa das festas no templo, em Jerusalém (2,22.42), e metade do evangelho narra a sua viagem e estadia nessa cidade (9,50-21,38). Portanto, Jerusalém é o ponto de chegada de Jesus para realizar a obra (Lc 17,11; Lc 19,28-38) e o ponto de partida para as comunidades que, após a ressurreição, continuarão a sua missão (Lc 24,52).

Oração
A dimensão orante, em Lucas, está presente em toda a vida de Jesus, sobretudo, nos momentos mais importantes (Lc 1,10-11.13; 3,21; 5,16.33; 6,12; 9,18.28; 11,1.2-8; 18,9-14; 22,32.41; 23,46).  O autor não somente nos informa que Jesus reza, mas nos apresenta o conteúdo da sua oração (Lc 10,21-24; 22,42; 23,46), frisa o pedido dos discípulos (Lc 11,1) para ensiná-los a rezar e enfatiza a eficácia de ser perseverante na oração (Lc 18,1-8; 19,6-8; 21,36).

A ética Lucana
Outro ponto é a contraposição entre pobreza e riqueza, que é um dos aspectos centrais do seu programa ético. Diante dessa implicação ética da fé, Lucas reforça a dimensão do despojamento, como uma das principais exigências do seguimento a Jesus (Lc 5,11; 6,29-36; 9,58; 12,33-34; 14,33; 18,22.25; 21,1-4) e sinal concreto de conversão. Consequentemente, sublinha a confiança incondicional na providência divina (12,29-30).  Em Lucas o termo “pobre” não é visto somente na perspectiva socioeconômica, mas compreende também os presos, os oprimidos (Lc 4,18), os desolados, os aborrecidos e difamados, os perseguidos (Lc 6,20-22) e inclusive os mortos (Lc 7,22).

O Papel das mulheres
As mulheres têm uma presença e uma participação marcante no Evangelho Segundo Lucas. Desde o início, Lucas apresenta a estéril Isabel, recordando a história das matriarcas e nos aponta para a dimensão teológica, como aquela pessoa que está totalmente disponível ao dom de Deus e reforça a intervenção extraordinária do poder de Deus no útero feminino, lugar privilegiado da ação divina.  No útero dessa história, surge Maria, aquela que se dispõe a participar da história da salvação. É nela que começa a se manifestar o mistério do Deus encarnado.  Ela é o modelo do discípulo/ da discípula, pois acolhe Jesus, está presente no seu ministério (4,16-30), participa da sua dor e da sua rejeição durante a sua missão.  Além disso, Lucas apresenta outras mulheres, que seguem Jesus desde a Galileia (Lc 8,1-3), estão presentes na sua morte e são as primeiras testemunhas da Ressurreição (Lc 22,27 e 23,50-56). Também são narradas várias curas e encontros significativos, nos quais as mulheres são protagonistas.

Espírito Santo e a Alegria
Lucas é o evangelista que dá maior importância à figura do Espírito Santo e a necessidade de uma abertura à sua ação. O Evangelho inicia apresentando a ação do Espírito, no nascimento de João Batista (Lc 1,15) e na encarnação de Jesus (1,41). Está presente em momentos significativos do ministério público de Jesus (3,22; 4,1.14.18; 11,13) e é Ele que revela a presença de Deus na história (2,26).  O último ponto é o tema da alegria. O autor reforça a certeza de que a verdadeira alegria nasce do seguimento de Jesus, do agir misericordioso, do desprendimento constante, do se deixar guiar pelo Espírito, da experiência profunda de que Jesus Cristo morto e ressuscitado é a Boa-Nova para toda a humanidade.

O Subsídio (livreto)
O subsídio será dividido em quatro encontros e uma celebração final, com a finalidade de estudar estes textos em grupos (círculos bíblicos), nas pastorais ou por pessoas interessadas em acompanhar as atividades do mês de setembro, de uma forma especial, escutando e aprofundando a Palavra. O primeiro encontro tratará sobre Lc 4,14-30, com a narrativa do início da missão pública de Jesus na Galileia. O relato é marcado pela presença de Jesus na sinagoga e tem como centro a proclamação do cumprimento do texto do profeta Isaías (Is 61,1-2), que descreve, de modo concreto, a missão do Messias e a salvação que é anunciada a todos.

Os temas da vocação, missão e as exigências do discipulado serão abordados no segundo encontro. Este tema está em ressonância com a perspectiva do tema deste ano, que é o discipulado-missionário em Lucas e objetiva mostrar a radicalidade, na resposta dos chamados ao discipulado (Lc 5,11) e acentua o desprendimento que é uma atitude própria de todo discípulo, no seguimento de Jesus e, sobretudo no Evangelho Segundo Lucas.  No terceiro encontro aprofundaremos sobre o papel das mulheres, no seguimento de Jesus.  O último encontro tratará sobre os desafios e problemas no seguimento, priorizando Lc 15.

Na celebração final percorreremos o caminho realizado durante os encontros e celebraremos com Lc 24,13-35. É um relato exclusivo de Lucas e descreve o caminho catequético-litúrgico, marcado pelo escutar e reler as Escrituras, à luz do Mistério Pascal de Jesus e o reavivar em nós a certeza de que é no partir o pão, que o encontro com o ressuscitado se faz sempre presente. É por meio desse encontro que somos chamados/as a anunciar a Alegre Notícia: Jesus ressuscitou e vive em nosso meio.

BIBLIOGRAFIA
Para aprofundar o tema, ler:
MOREIRA, Gilvander Luís. Lucas e Atos: uma teologia da história. Teologia Lucana. São Paulo, Paulinas, 2004. (Coleção Bíblia em Comunidade. Teologia Bíblica,12).


RETAMALES, Santiago Silva. Discípulos de Jesus e discipulado segundo a obra de São Lucas. São Paulo: Paulinas; Paulus, 2005. (Coleção Quinta Conferência: Bíblia).

FONTE: ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA REGIONAL SUL 1
http://catequeseregsul1.blogspot.com.br/