QUEM É JESUS?
Refrão: Cada manhã, o Senhor desperta o meu ouvido, para eu
ouvir como discípulo. Ouvir, prestar atenção, como discípulo, cada manhã.
EVANGELHO DE MARCOS 8,27-29
Durante sua vida, Jesus foi chamado de diversas formas.
Encontramos nos textos bíblicos vários nomes dados a Jesus, que foram
importantes para a construção teológica da ressurreição. A vida sem ressurreição
é uma vida sem graça, sem esperança, sem saída. A recuperação dos textos
bíblicos é importante para compreensão dos títulos messiânicos e identificação
destes títulos com Jesus: Filho de Deus, Senhor, Messias, Cristo, Filho de
Davi, Filho do homem, Servidor e Profeta, títulos da literatura de Israel que
apontam para identidade de Jesus.
O nome
JESUS, “Yeshuá” em aramaico, quer dizer Deus salva. Deus é a identidade e o
fato de salvar refere-se a sua missão. CRISTO quer dizer Aquele que foi ungido. “Cristós” (grego)/
“meshiah” (hebraico): Messias (enviado), ungido (pelo Espirito para missão de
rei, sacerdote e profeta), escolhido.
O termo “Messias/ Cristo” é título de origem palestina,
presente nos profetas que esperavam o Messias: da descendência de Davi virá o
ungido para governar o povo de Deus e esse messias reinará. O título messias
(ungido) Jesus nunca atribui a si mesmo. Sempre são os outros que dizem que
Jesus é o Messias, até mesmo de maneira confusa (Mc 8,27). Jesus não se reduz a
concepção judaica de messias, mas com Jesus há um salto para uma concepção
cristã, o messias passa pela cruz. É na cruz que coexiste a exaltação.
“Senhor”, ou Kyrios, era título dado somente a Deus
(Adonai), transferido para Jesus, entendido como vivente, exaltado. O que
estava morto venceu a morte e vive. Tal título foi dado pela ressurreição:
Jesus Cristo é o Senhor! O título de Senhor
evidencia que o louvor, o poder, a honra, o domínio e a glória são dele:
o senhorio sobre o mundo e a história, do princípio ao fim, pelos séculos dos
séculos, são de Jesus (Ap 5,11-14).
O termo Filho aparece com vários complementos: de Davi, de
Abraão, de Deus, do homem. Jesus é chamado de FILHO, por haver um Pai (categoria de filiação/ paternidade).
Jesus é o Filho único de Deus: no Batismo entendemos “este é meu Filho amado”
(Mt 3,17), na Transfiguração: “este é meu Filho amado”, o Centurião no momento
da morte: “este é o Filho de Deus” (Mc 15,39), Pedro faz sua profissão de fé:
“tu és o Filho do Deus vivo” (Mt 16,13).
“Filho
de Deus” é o título de significado ontológico, que quer dizer sobre o ser de
Jesus. Ele não é simplesmente o filho de José, mas de Deus e chama Deus de Pai,
tem clara sua fidelidade ao projeto. Este título aparece no início Marcos e
volta a aparecer na boca do centurião, diante da cruz. Só é possível confessar
Jesus como Filho de Deus se paralelamente o confessamos a partir da cruz. Nos
evangelhos Jesus faz uso do termo Abba! Esse título também é falado por Deus
mesmo no batismo e na transfiguração. Na releitura pós–pascal é o título da
compreensão divina.
“Filho de Davi” está presente em 2 Sm 7,12 -
“estabelecerei seu trono real”- o anunciado por Natã é Jesus; 2 Sm 7,16 –
“Bendito o reino que vem do nosso pai Davi”, depois confirmado em Lc 1,32 “Deus
lhe dará o trono de Davi”.
"Filho
do homem” está presente em Dn 7,13, é título apocalíptico e escatológico
identificado a Jesus: ser humano, homem que ultrapassou a condição humana.
Jesus se explicava como Filho do homem (Mt 8,20), e João 3,13 deixa claro que ele virá para
inaugurar um novo tempo. A particularidade deste titulo é que faz referência a
humanidade de Jesus, isso mostra que tem consciência sobre a sua humanidade. Em
primeiro lugar ele se confessa como filho do homem, e o filho do homem vai morrer.
Ele tem consciência de sua humanidade, e sobre a divindade a consciência é
progressiva. Reconhecer a humanidade – filho do homem – é condição de
possibilidade para ser Filho de Deus.
“O
servidor” é resgate da figura do servo sofredor de Isaias (42,1-17; 49,1-6;
50,4-9.10-11; 52,13-53,12), servo animado pelo Espírito na missão profética;
servo das humilhações; servo sábio e discípulo; servo do sofrimento, do
escândalo, das expiações dos pecados.
“O
Profeta” é resgatado por encontrarmos a morte de Jesus na esteira dos profetas,
há uma identificação com a consequência do profetismo: a sorte da morte.
O termo Mestre é contraditório. Jesus não era um Rabi, no
entanto ensinava com autoridade e devia ser escutado. Se na boca dos
seguidores, era um título de admiração, se na boca dos doutores da lei e
fariseus, era uma forma de deboche, colocando Jesus em seu devido lugar.
O “Emmanuel”- Deus-conosco é título dado na encarnação (nome
dado pelo anjo): O Verbo feito carne agora habitará entre os homens e com ele
irá caminhar.
O Sumo-Sacerdote é encontrado na carta Hebreus, destacando
Jesus como o novo e grande liturgo, aquele que nos liga a Deus de forma
definitiva, sem termos que renovar a aliança a cada ano, ele selou a nova e
eterna aliança.
A pergunta agora é pra você: Diz Jesus - quem sou eu para
você?
Nenhum comentário:
Postar um comentário