domingo, 22 de setembro de 2013

ENCONTRO II:
Tema: “Encontrando o ‘outro’ no caminho”

PREPARANDO O AMBIENTE
Colocar em destaque sobre uma mesa um crucifixo, a Bíblia aberta, com flores e uma vela acesa. Trazer um recipiente de vidro com óleo e escrever numa folha de papel as palavras: ENCONTRO, GRATUIDADE e CUIDADO.

O Evangelho de Lucas foi escrito entre os anos 80-85 e sua intenção está no prólogo: “para que conheças a solidez dos ensinamentos que recebestes” (Lc 1,4). Jesus é o cumprimento da promessa; por meio dele, Deus visita seu povo e os convida a caminhar em suas estradas. A imagem do caminho aparece na anunciação; na atuação pública de Jesus, que caminha rumo a Jerusalém; na morte; ressuscitado com os discípulos de Emaús. Jesus derrama seu Espírito sobre a Igreja para ela caminhar, anunciando a Palavra com coragem desde Jerusalém até os confins do mundo. O tempo da Igreja está vinculado ao tempo de Jesus e ao seu caminhar visando à salvação dos homens. Assim, por meio de nossa ação, a igreja realiza a vocação de discípula missionaria à luz das palavras de Jesus.


I - ORAÇÃO INICIAL
 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Vamos nos preparar para refletirmos com profundidade e saborearmos a Palavra de Deus, pedindo as luzes do Espírito Santo para nos ajudar a compreendermos nossa missão neste caminho que estamos vivenciando do Evangelho de Lucas:

Oração: Ó Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho! Inspirai-nos sempre aquilo que devemos pensar, aquilo que devemos dizer, como devemos dizê-lo, aquilo que devemos calar, aquilo que devemos escrever, como devemos agir, aquilo que devemos fazer, para procurar a Vossa glória, o bem das almas e nossa santificação. Ó Jesus, toda a nossa confiança está em Vós. Ó Maria, Templo do Espírito Santo, ensinai-nos a sermos fiéis àquele que habita em nosso coração. Amém

Leitor 1: “Tua palavra, Senhor, é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho”
Leitor 2: “A Palavra de Deus é como a semente. Aquela que caiu em terra boa representa aqueles que, ouvindo de coração bom e generoso, conservam a Palavra e dão frutos na perseverança”.
Canto: É como a chuva que lava, é como o fogo que arrasa. Tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal.
Leitor 1: O sal tempera e conserva os alimentos. Assim também, a Palavra de Deus, se ouvida e aprofundada com ardor, ela tempera a vida e dá sabor à missão.
Leitor 2: A Palavra de Deus pode ser comparada a uma rocha. Quem a ouve e a põe em prática é como um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha.
Canto: É como a chuva que lava, é como o fogo que arrasa. Tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal.

II – DEUS NOS FALA - LEITURA ORANTE DA PALAVRA
O texto que vamos ouvir descreve a história do homem semimorto que retornou a vida quando o samaritano, no caminho, o vê e ao vê-lo se aproxima, cuidando de suas feridas. Neste encontro o amor acontece, Deus se revela e a vida surge. A leitura orante vai nos ajudar a ler, meditar, rezar, contemplar e a agir a partir das palavras de Jesus. Vamos mergulhar no evangelho, deixando que a Palavra ecoe em nossos corações:

Canto: Deixa-me ficar em paz, Senhor para ouvir tua Palavra!  No coração do meu silêncio, deixa-me ficar em paz
Leitura do texto: Lc 10, 25-37

LEITURA: O que diz o texto? Perguntas para ajudar na leitura
1) O que a cena nos narra? O que aconteceu?
2)Quem é o meu próximo... Como Jesus explica essa questão?
3)Como foi o encontro do homem com os assaltantes?
4)Como ficou o homem que foi roubado? O que ele sentia?
5)Como foi a atitude do levita? Como o sacerdote tratou o homem assaltado?
6)Como poderíamos classificar o encontro desses personagens com o homem semimorto?
7)O que o samaritano fez em favor do homem ferido?
8)Quais ações concretas fez o samaritano em favor do homem? O que elas significam? (derramar óleo, colocar no próprio animal, conduzir a hospedaria, tirar dois denários)

PISTAS PARA LEITURA
O agir cristão é um caminhar com Jesus, a cada dia, até a realização do propósito de Deus. Isso exige uma decisão firme, pois os discípulos estão vinculados ao caminho de Jesus e devem agir em conformidade com seus ensinamentos e com a vida do Mestre. As implicações da mensagem de Jesus na prática cotidiana é narrada na parábola do Bom Samaritano.

O doutor da Lei se dirige a Jesus com o objetivo de testar a sua interpretação da Torah; demonstra estar informado sobre as tarefas de forma teórica, mas não sabe como praticar o mandamento e nem reconhecer seu próximo. Por isso Jesus conta a Parábola do bom samaritano, para ajudar o doutor da lei a descobrir as respostas dentro de si mesmo.

Será que ele vai conseguir entender que o amor é condição para salvação? O texto começa dizendo de um homem que foi assaltado no caminho para Jericó e deixado semimorto à margem da estrada. Foi despojado de tudo e estava sem identidade, sem nome.

Passaram por ali um sacerdote e um levita, que seguem adiante, somente com a pureza externa! Mau exemplo dado por pessoas de quem deveria se esperar um bom exemplo. Será que cumprir o mandamento do amor ao próximo é tão difícil assim?

Um menosprezado samaritano para no caminho! A primeira atitude do samaritano é aproximar-se. Não se apressa em falar nada, quer ajudar o ferido, pois os seus problemas são o ponto de partida. Age com ternura e mansidão, com desejo amoroso de aproximar-me... O samaritano mostra que amar não é só questão de sentimentos: sua compaixão se traduz em atos que tendem a fazer viver aquele que fora deixado semimorto – ele cura as feridas, leva a um abrigo e instrui o hospedeiro a não economizar dinheiro durante o tratamento. O primeiro passo é aproximar-se, olhar a realidade do outro e acolher. O próximo não é alguém a quem se deve ajudar, mas é alguém que se aproximou para ajudar!

O samaritano encontrou o seu próximo no caminho. Para o ferido, portanto, o samaritano é sinal de que a vida não vai terminar naquele episódio dolorido.  O sentimento do amor que o samaritano manifestou testemunha o valor maior e defenitivo da existência humana. É um sentimento marcado e expresso com atitude e gestos concretos de total doação, que não apenas definem quem ele é, mas possibilita o encontro com Deus na pessoa do outro, neste caso o homem caído na estrada. Neste encontro o amor acontece, Deus se revela e a vida surge.

Canto: É uma luz, tua Palavra, é uma luz pra mim Senhor! Brilha esta luz, tua Palavra, brilha esta luz, em mim Senhor!!
MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:
Vamos agora ouvir essas perguntas e meditá-las com tranquilidade e sinceridade. Para isso, entre uma pergunta e outra, vamos fazer um instante de silêncio e responder para nós mesmos, para nosso coração:

1)  Como tem sido meu diálogo com Jesus? Quais minhas frequentes perguntas? O que está atrás das perguntas que faço a Jesus?
2) Quem é o meu próximo? Tenho reconhecido o meu próximo com clareza?
3) Os assaltantes roubaram tudo o que o homem tinha. Nossa atitude diante dos outros é dar vida ou tirar os bons sentimentos que as pessoas têm?
4) Tenho desviado de caminho diante dos marginalizados? Eu “enxergo” as necessidades dos outros ou já me acostumei com a falta de caridade?
5) Qual o limite para ajudar alguém? Como cuido das pessoas?
6) Quem é o meu próximo? Já identifiquei?
7) Aquele que mais usa de misericórdia, torna-se o próximo: tenho agido com misericórdia?

Canto: A Palavra do Senhor é lâmpada para os meus passos e luz para o meu caminho
ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Em um instante de silêncio, vamos fazer nossa oração! Qual a resposta que damos a Deus diante da Palavra lida e meditada?

Rezemos juntos: Senhor Jesus, muitas vezes temos medo diante do outro, assaltado e caído por terra e ainda preferimos a distância; sem nos fazermos próximos, sem intimidade misericordiosa. Nem mesmo sabemos o porquê passamos longe, porque não nos fazemos “Bons Samaritanos” muitas das vezes em que é preciso ser. Conhecemos o mandamento do amor, sabemos que está em nossas mãos realizá-lo, mas como o levita ou o sacerdote, passamos longe... não nos fazemos próximos. Pedimos perdão e um coração aberto à misericórdia para nos fazermos próximos, encontrarmos o outro no caminho, cuidar de suas feridas, curar suas dores.

Canto: Guarda a Palavra, guarda no coração. Que ela entre em tua alma e penetre os sentimentos. Busca noite e dia, a luz do amor de Deus, se guardares a Palavra, ela te guardará!
CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?
 Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar as palavras de Jesus em nosso interior. Interiorizemos a mensagem de hoje. Imaginando Jesus diante de nós, vamos repetir as duas orações destacados no silêncio de nosso coração. Deixe que a Palavra tome sua vida por inteiro.

Que eu aprenda a aproximar-me de todos, pois todos são irmãos e irmãs!
Que com o óleo da misericórdia eu cure as feridas do corpo e as feridas da alma.

Canto: Que a Palavra esteja em minha boca, a tua Palavra. Para anunciar ousadamente o Evangelho: o mistério do Evangelho!
AGIR: renovar nosso compromisso de seguir Jesus
Quem vive só para si é sempre opressor e, ao dominar, conquista, rouba e mata. Quem vive segundo seus critérios olha seu bolso e suas riquezas... não olha outro no rosto, o outro não tem importância. O Evangelho descreve o caminho para a libertação que o samaritano vivencia cuidando do semimorto: não se trata de uma caridade cega, inspirada na compaixão; é um amor vigilante, sério, concreto; é um amor que enriquece, porque devolve a vida a quem já não tem mais que um sopro dela; e a dá em virtude e por força do amor. O convite é para sermos a exemplo do samaritano, atentos, cuidadosos, fazendo-nos próximos daqueles que precisam de nossa ação!

Canto: Amar como Jesus amou. Sonhar como Jesus sonhou. Pensar o que Jesus pensou. Viver como Jesus viveu. Sentir o que Jesus sentia. Sorrir como Jesus sorria e ao chegar ao fim do dia eu sei que eu dormiria muito mais feliz.

III –ORAÇÃO FINAL
Ajudados pela Palavra que nos compromete a nos fazermos próximos daqueles que passarem por nós, professemos nossa fé em comunhão!

Todos: Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. Amém.

Pai Nosso... Ave Maria
Que o Senhor, Bondade e Amor, que é Pai, Filho e Espírito Santo, nos guarde agora e sempre!
Todos: Amem!


Diácono Roberto Bocalete

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