sexta-feira, 8 de março de 2013

LEITURA ORANTE DO TEXTO DO FILHO PRÓDIGO (4 DOMINGO DA QUARESMA)

REFRÃO MEDITATIVO: Confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar! Eu gastei teus bens ó pai e te dou, este pranto em minhas mãos.

INVOCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

TEXTO BÍBLICO: Lc 15,11-32

1. LEITURA: Que diz o texto?
PISTAS PARA LEITURA
O filho mais novo quer sair de casa, levar a sua própria vida e por isto pede ao pai que lhe dê a parte de sua herança. Em Israel o filho mais novo tinha direito a um terço da herança, e o filho mais velho por ter o direito da primogenitura recebia o dobro (Dt 21,17). O Pai reparte a herança e o jovem parte para um lugar distante. No novo estilo de vida aquele jovem não soube bem usar sua liberdade e acabou perdendo tudo, até chegar a fazer a experiência da penúria e da fome. Conseguiu um emprego para tratar de porcos, e nem podia comer o alimento daqueles animais.

Estamos agora diante da degradação profunda a que ele chegou. Diante de tanto sofrimento o rapaz caiu em si, percebeu a bondade de seu pai até para com os empregados, notou que tinha com sua conduta ofendido a Deus, e a seu próprio Pai. O arrependimento penetrou então em seu coração, e teve a coragem de empreender o caminho de volta. Tinha a consciência que não merecia ser mais “filho”, deste modo dispunha-se a ser um simples empregado! Diz o texto que ele partiu e voltou para seu pai, “voltar para o Pai” é o mesmo que se converter ao amor profundo de seu pai. Chegando foi acolhido e plenamente perdoado!

 O pai aparece como amor incondicional e misericórdia. Quando o filho mais novo pede para ir embora de casa, o pai o deixa livre para seguir os caminhos próprios de sua vida, para fazer sua experiência de vida.  Quando o jovem volta arrependido, encontramos o sinal grandioso do amor paterno que o acolhe sem lhe perguntar absolutamente nada. É lindo o texto ao afirmar que o pai quando viu de longe o filho sentiu compaixão, e correu ao seu encontro. Sabemos que “compaixão” é sentir com, e aí encontramos o pai que se colocou no lugar do filho, procurando sentir o que ele estava sentindo para o ajudar.

Segue-se então uma série de gestos concretos de amor: o filho foi abraçado e coberto de beijos! Ao receber o sincero pedido de perdão o pai manda que seja dada ao filho a melhor veste, símbolo da igualdade, lhe dá um anel, sinal de ser herdeiro do pai, manda que ele receba um calçado, o que distinguia o escravo do livre, e manda que se faça uma grande festa, sinal de amor e fraternidade.

Com relação ao filho mais velho que com ódio não quer entrar na festa, vemos ainda o amor profundo do pai que tenta convencê-lo a perdoar o seu irmão, e acolhê-lo. Com carinho o pai argumenta que tudo o que possui é também do filho mais velho, e o convida a aceitar novamente o filho mais novo que volta arrependido. É interessante notar que enquanto o filho mais velho chama seu irmão de “teu filho” se dirigindo ao pai, a resposta do pai é muito clara: “este teu irmão estava morto e voltou a viver”. Tudo isto indicava ao irmão mais velho que ele deveria também perdoar, e acolher com alegria o seu irmão que regressou ao seio da família.

A narrativa termina com uma precisão belíssima: “estava perdido e foi encontrado”. Certamente o filho que se perdera foi encontrado pelo amor do pai, que nunca o deixou de amar! Quantas vezes este pai não procurava no horizonte o retorno do filho que amava? É por isto mesmo que quando o filho estava ainda “ao longe”, o pai o viu e correu ao seu encontro. Este filho foi encontrado pelo amor do Pai, quando estava no meio do sofrimento mais profundo e percebeu quanto o pai o amava, o que lhe deu coragem de empreender a viagem de volta. Podemos dizer que o amor do pai encontrou o seu filho e o libertou da escravidão que havia se transformado sua vida.

PEGUNTAS PARA LEITURA
1) Quem são os personagens principais da narrativa?
2) O que o filho mais novo pediu ao pai?
3) Qual a reação do pai ao pedido do filho?
4) Como foi a experiência do filho mais novo fora de sua casa?
5) Como ele se sentiu quando não tinha nem o que comer? O que decidiu?
6) O pai o esperava. Como ele se sentia?
7) Como foi seu retorno à casa paterna?
8) Como o Pai o acolheu? Como foi o encontro do pai com o filho que tinha ido embora?
9) Qual o sentimento do filho mais velho? Por que agia daquela forma?
10) Qual a resposta do pai ao filho mais velho?

2 – MEDITAÇÃO: O que nos diz o texto? Diante do texto devemos nos perguntar:
1) Temos nos comportado como filho mais novo, mais velho ou como pai?
2) Como estamos agindo diante de nossos erros e limitações?
3) Nosso arrependimento tem sido sincero quando erramos?
4) Buscamos de fato a misericórdia de Deus? Confiamos no amor misericordioso do Pai?
5) Em que precisamos mudar nosso modo de conceber Deus?
6) Temos permitido que Deus nos encontre da maneira que somos?
7) Queremos entrar na festa do amor gratuito de Deus?
  
3 – ORAÇÃO: O que lhe dizemos? A oração é a resposta que damos a Deus que se nos manifesta por primeiro.
Senhor, desejo fazer a experiência do encontro pessoal contigo para saborear de sua infinita bondade, da gratuidade que tanto ensinaste em sua missão e abrir o coração para olhar o outro com ternura, com vigor, com amor sincero. Senhor, o amor do Pai se tornou claro em ti, que entregou sua vida para reconciliar-nos, na gratuidade e na doce alteridade. O Pai continua a amar e por meio de seu amor, conhecemos a nova vida. És tu que vem ao nosso encontro em sua misericórdia: nunca desiste de nos amar, e com seu amor divino nos conduz para o caminho da felicidade. Que nosso amor, Senhor, seja inspirado na lógica de tua bondade e nunca deixemos de investir na transformação da realidade e na possibilidade de conversão de nossos irmãos. Que sua bondade nos alcance para sermos sinal de bondade aos outros.

4 – CONTEMPLAÇÃO: Como interiorizamos a mensagem?
Chegamos no momento da contemplação onde procuramos colocar as palavras de Jesus em nosso interior. Busquemos fazer um exercício concreto de misericórdia para com nossos irmãos, sendo para eles, por meio de nossas atitudes, um sinal de que Deus sempre os acolhe e os ama muitíssimo.  Interiorizemos a mensagem de hoje. Digamos no silêncio de nosso coração:

Voltarei sempre à casa de meu pai.
Senhor, desejo fazer a experiência do encontro pessoal contigo.
Senhor, que eu posso ser acolhido com seu abraço.
Que sua misericórdia me ampare, Senhor.
Que sua ternura me acompanhe, Senhor.
Que sua bondade me alcance.

5 – AÇÃO: A que nos comprometemos?
Somos convidados a sermos bondosos e fraternos com alguém, mesmo que tenha pecado ou se afastado do nosso modo de pensar e de agir. O convite é feito cada vez que somos desafiados a perdoar e nos tornar acolhedores com quem partiu ou nos deixou. Como você reage quando é convidado a perdoar e acolher alguém que partiu? Refletir a parábola como um convite para não procurar desculpas e nem fazer julgamentos a quem partiu ou errou, mas agir com a mesma bondade acolhedora do Pai. É um grande convite, um grande desafio, uma grande proposta para viver como filhos e filhas do Pai e não como empregados da religião, com julgamentos e condenações aos irmãos e ao próprio Pai.

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