Queridos(as) catequistas:
Estamos
diante de diversos desafios para a uma catequese realmente eficaz (iniciática) e ao mesmo
tempo num momento de fecunda produção de caminhos refletidos para um processo
evangelizador que, conforme o Documento de Aparecida, faça nascer o discípulo e
missionário, alguém iniciado na fé, que celebra com convicção o mistério da
salvação dado em Jesus.
As
propostas são diversas, os caminhos emergem das diversas realidades e seus apelos, no entanto, nenhuma proposta pode deixar de apontar a relação profunda
entre a Catequese e a Liturgia: uma para educar na fé a outra para celebrar a
fé; a catequese cultivando o saber e a liturgia vivenciando o sabor, sobretudo
da experiência do mistério pascal de Jesus Cristo, celebrado aos domingos e por excelência na
Vigília Pascal, que no processo iniciático é ponto de chegada e modelo
inspirador para toda a ação catequética.
A estreita relação entre Catequese e Liturgia está na
revelação da plenitude da ação do Cristo ressuscitado, presente na educação
para fé e no “hoje” litúrgico, ambas visando à transformação dos homens, que
não acontece por meio de uma ação mágica, mas de uma pedagogia em que a graça
deve vir ao encontro da realidade concreta e objetiva do ser humano, e de uma
mistagogia, que aponta para o mistério celebrado, que o transforma a realidade
em nova.
A catequese é compreendida como
conjunto de esforços empreendidos na igreja para formação do discípulo, para
ajudar os homens e mulheres amadurecerem na fé e conduzi-los a uma atitude de
seguimento autêntico, de comunhão e serviço. Para isso, conforme o DNC 49, a
Vigília Pascal, que é centro da liturgia cristã, e a espiritualidade batismal
são inspiração para qualquer itinerário catequético.
Na Vigília, contemplamos a ressurreição, a glorificação do
Filho no Pai pelo Espírito, celebramos a libertação das trevas e da escravidão,
somos configurados na luz e na liberdade. A Vigília Pascal é a festa da luz, em
que saímos da escuridão e vemos a aurora da vida no “novo dia”.
É também a
festa batismal, que nos incorpora no Corpo de Cristo, nos faz participantes do
mistério pascal, nos faz ressurgir para a vida renovada. A Vigília Pascal é
ainda a festa da recordação da vida e das ações divinas em favor da humanidade,
bem expressa na liturgia da Palavra e também festa da Eucaristia, ação de
graças ao Pai que ressuscitou Jesus e nos fez participantes da vitória sobre a
morte, convidando-nos a comer do pão da vida e beber do vinho da festa do
reino.
A vigília pascal é ponto de referência para o processo
catequético porque nela celebramos todo o mistério e fundamento da fé, motivo
de esperança e transformação da realidade. Ao celebrarmos tal momento,
compreendemos na ritualidade, na simbologia e na sacramentalidade, a passagem
para uma vida nova, o compromisso em ser fermento na massa, a incorporação em
uma comunidade, a revelação divina que quer vida em abundância a todos; experimentamos
a prefiguração do Reino na dinâmica fecunda do “fazer memória”, antecipando as
“faíscas” da comunhão perene com o Deus amor.
A vigília pascal é ponto de chegada da ação catequética
porque nela vivenciamos o acontecimento fundamental do cristianismo, o mistério
autêntico da pessoa de Jesus, o testemunho das primeiras testemunhas, a força
da renovação dos compromissos de seguimento e missionariedade, a transformação
da mentalidade de forma radical e permanente. É o encontro com o Senhor que aquece
os corações, como dos discípulos de Emaús, que comunica a boa-notícia a
humanidade, que promete assistência frequente e que inaugura o tempo novo, o
mundo novo de Deus.
A catequese diante de tão rica e
delicada vigília da ressurreição, prepara para o celebrar assimilando propostas
metodológicas da própria vigília, que culminam numa adesão mais consciente à
fé. Na catequese, sugere-se a experiência frequente da teologia iluminação, que
dissipa as trevas e inaugura a esperança da realidade nova; é fundamental a
centralidade da Palavra de Deus, que favorece a compreensão da experiência de
fé do povo; sugere-se a experiência com a água como fonte de vida, o nascimento
para fé, a liberdade, sempre destacando
a teologia do batismo como fonte da vocação cristã e caminho para o
discipulado.
Que a Vigília Pascal possa inspirar-nos pedagogicamente, que
seu conteúdo possa ajudar-nos a educar na fé e sua celebração possa
transformar-nos em mistagogos, que desbloqueiem o mistério e favoreça o
encontro dos catequizandos com Jesus e o Reino de justiça e paz.
ROBERTO BOCALETE
Obrigada Roberto,
ResponderExcluirUma Santa Semana Santa e que Jesus renasça em todos os lares, cantinhos e corações desesperançados.
Beijão
Monica
Abraços Mônica querida! Uma Santa Páscoa aos catequistas dessa linda diocese de Catanduva, a você e sua família! Saudades e beijosss... até breve!
ResponderExcluirBelíssimo artigo e bastante esclarecedor. Obrigado.
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