RESUMO DO DIRETÓRIO NACIONAL DE CATEQUESE
Aproximando-se o Dia Nacional dos Catequistas, pensei em ajudá-los no aprofundamento de nosso ministério da Catequese com uma síntese do DNC (faremos um caminho gradual, estudando parte por parte). Hoje serão postados a introdução e o capítulo 1. O SABER do catequista é fundamental para uma vocação bem desenvolvida. Boa leitura, boa reflexão, bom estudo! Abraços...
CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Publicações da CNBB.
Brasília: Edições CNBB, 2006.
INTRODUÇÃO
O Diretório Nacional de Catequese é um esforço de adaptação
à realidade do Brasil do Diretório Geral para a Catequese. É um documento em
que a Igreja do Brasil, por meio da Comissão de Animação Bíblico-Catequética,
propõe as grandes orientações para a catequese. Não é um manual para se estudar
com os catequizandos, mas considerações sobre o trabalho da catequese, por
sinal, elaborado com a ajuda dos catequistas de todo o Brasil e catequétas de
muitas regiões.
O Diretório
é importante por ser uma proposta de sintonia para o trabalho da Igreja, um
direcionamento que visa progresso na ação catequética. O objetivo geral do
Diretório Nacional de Catequese é apresentar a natureza e finalidade da
catequese, traçar os critérios de ação catequética, orientar, coordenar e
estimular a atividade catequética nas diversas regiões. Ele pretende delinear
uma catequese litúrgica, bíblica, vivencial, profundamente ligada à mística
evangélico-missionária, mais participativa e comunitária.
O
documento divide-se em duas partes e oito capítulos, que serão preservados
neste resumo para melhor compreensão e mais clareza dos objetivos que este
documento quer alcançar. Na primeira parte, são tratados os fundamentos
teológico-pastorais da catequese, a partir da renovação pós-conciliar.
Inicia-se apresentando as conquistas do recente movimento catequético
brasileiro (Capítulo 1: Movimento catequético pós-conciliar: conquistas e
desafios). A seguir é aprofundado o tema da revelação e catequese; a catequese
dentro da missão evangelizadora da Igreja, como atividade de iniciação à fé
(Capítulo 2: A catequese na missão evangelizadora da Igreja). Após ter sido
esclarecida a verdadeira tarefa da catequese, propõe-se uma leitura da
realidade brasileira e da história como lugares teológicos da manifestação de
Deus (Capítulo 3: Catequese contextualizada: história e realidade). A mensagem
e conteúdo da catequese são considerados no quarto capítulo, destacando-se a
Bíblia, a liturgia e os catecismos (Capítulo 4: Catequese: mensagem e
conteúdo).
A segunda
parte, de caráter mais prático, primeiramente se analisa a pedagogia
catequética tendo como fundamento a pedagogia divina, modelo da educação da fé
pretendida pela catequese (Capítulo 5: Catequese como educação da fé), em
seguida enumeram-se os interlocutores no processo catequético (Capítulo 6:
Destinatários como interlocutores no processo catequético); o próximo capítulo
destaca o ministério da catequese e seus responsáveis - catequistas, padres,
bispos, catequétas (Capítulo 7: O ministério catequético e seus protagonistas),
e, por fim, no último capítulo, discute-se o onde e o como devemos organizar
nossa catequese (Capítulo 8: Lugares da catequese e sua organização na Igreja
particular).
Essa
proposta da Igreja do Brasil, o Diretório, é mais uma oportunidade para que os
envolvidos na dimensão bíblico-catequética amadureçam seu ministério e façam
ecoar com mais segurança e diretividade sua ação evangelizadora, por meio de um
discipulado mais autêntico e uma missão mais consciente.
PARTE 1: FUNDAMENTOS
TEOLÓGICO-PASTORAIS DA CATEQUESE E SEU CONTEXTO
Capítulo 1 - Movimento Catequético Pós-Conciliar: Conquistas
e Desafios
O
Concílio Vaticano II aconteceu de 1962 a 1965 e trouxe grandes mudanças para a
Igreja, marcando uma abertura grande para o mundo moderno e para uma
participação maior dos leigos na ação pastoral. Depois dos textos do Concílio,
vieram muitos outros, desdobrando as idéias que lá estavam e refletindo sobre
as exigências da fidelidade ao Evangelho na realidade de cada época e lugar.
Sob o influxo da Semana Internacional de Catequese e da Conferência Episcopal
Latino-americana, ambas em Medellín (1968), a catequese tomou novos rumos à luz
de uma eclesiologia e cristologia mais voltadas para a situação difícil vivida
pelo povo. Nascia ali um novo modelo de catequese que, para melhor encarnar a
doutrina, acentuava também a dimensão situacional, transformadora ou
libertadora.
As
conquistas catequéticas pós-conciliares, estimuladas pelo Diretório Catequético
Geral (DCG, 1971), pelo Sínodo sobre Evangelização (1974) e pela Carta
Apostólica de Paulo VI Evangelii Nuntiandi (EN, 1975), concretizaram-se no
Sínodo sobre a Catequese (1977) e na Exortação Apostólica que se lhe seguiu
Catechesi Tradendae (CT, 1979). No Brasil foi de especial importância o texto
da CNBB, Catequese Renovada de 1983. Surgido inicialmente como resposta à
necessidade de renovar o conteúdo da catequese, sua elaboração saiu em busca
dos princípios e diretrizes básicas da ação catequética, sendo fruto de ampla
movimentação nacional, com participação de comunidades, catequistas, estudiosos
e pastores.
A
catequese, a partir de 1983, em geral assume eixos centrais que vão sendo
aprofundados e amadurecidos a partir do Documento Catequese Renovada e os
desafios que vão surgindo na caminhada. Dentre as principais características do
documento, pode-se destacar: Interação Fé e Vida (a fé ligada ao modo de viver);
a Comunidade como lugar da Catequese (Deus se revela no dia-a-dia de pessoas
que vivem em comunidade. A catequese é concebida como uma iniciação à fé em sua
dimensão pessoal e comunitária); Processo permanente de educação da fé (a
formação cristã se prolonga pela vida inteira, não é formatura); Catequese
cristocêntrica (conduz ao centro do Evangelho (querigma), à conversão, à opção
por Jesus Cristo que nos revela o Pai, no Espírito Santo (dimensão trinitária)
e ao seu seguimento); Ministério da Palavra (a catequese é considerada anúncio
da Palavra de Deus, a Bíblia é considerada o livro da fé e, por isso mesmo, o
texto principal da catequese); Catequese transformadora e libertadora (a
mensagem da fé, iluminando a existência humana, forma a consciência crítica
diante das estruturas injustas e leva a uma ação transformadora da realidade
social); Catequese inculturada (a catequese quer valorizar e assumir os valores
da cultura a quem se dirige, a linguagem, os símbolos, a maneira de ser e de
viver do povo nas suas diversas expressões culturais); Catequese integrada com
as outras pastorais (pastoral de conjunto -
a catequese educa as diferentes dimensões da vida da Igreja: liturgia,
missão, serviço social, ministérios) Caminho de espiritualidade (espiritualidade
bíblica, litúrgica, cristológica, trinitária, eclesial, mariana e encarnada na
realidade do povo); Opção preferencial pelos pobres (uma catequese atenta aos
sofrimentos do pobre e marginalizado, educando para sensibilidade).
O
Documento Catequese Renovada comemora mais de 25 anos e alguns desafios
significativos devem receber atenção especial na tarefa catequética. O
Diretório nacional apresenta esses desafios que serão elencados abaixo:
**criar maior unidade na pastoral catequética, organizando melhor
a catequese nos diversos níveis (regional, diocesano, paroquial) e pondo em
prática as orientações que já existem;
**formar catequistas como comunicadores de experiências de fé,
comprometidos com o Senhor e sua Igreja, com uma linguagem inculturada que seja
fiel à mensagem do Evangelho e compreensível, mobilizadora e relevante para as
pessoas do mundo de hoje;
**fazer da Bíblia realmente o texto principal da catequese;
**fazer com que o princípio de interação fé e vida seja
assumido na atividade catequética de modo que o conteúdo responda aos desafios
do mundo atual;
**suscitar nos catequistas e catequizandos o sentido do valor
da celebração litúrgica, da dimensão orante na catequese e o amor pela
comunidade;
**assumir o processo catecumenal como modelo de toda a
catequese e, conseqüentemente, intensificar o **uso do Ritual de Iniciação Cristã
de Adultos;
**passar de uma catequese só orientada para os sacramentos,
para uma catequese que introduza ao mistério de Cristo e à vida eclesial;
**fazer com que a catequese se realize num contexto
comunitário, seja um processo de inserção na comunidade eclesial e que essa
seja catequizadora;
**tornar efetiva a prioridade da catequese com adultos como
resposta às novas exigências da evangelização e como pedem Catequese Renovada
130 e a Segunda Semana Brasileira de Catequese;
**motivar e estimular os catequistas e catequizandos para o
compromisso missionário e social da fé, assumido no Sacramento da Confirmação;
Diácono Roberto Bocalete
Uma forma perfeita para estudar o iretorio Nascional de Catequese...
ResponderExcluirIvone Spadacio