terça-feira, 13 de agosto de 2013

RESUMO DO DIRETÓRIO NACIONAL DE CATEQUESE

Aproximando-se o Dia Nacional dos Catequistas, pensei em ajudá-los no aprofundamento de nosso ministério da Catequese com uma síntese do DNC (faremos um caminho gradual, estudando parte por parte). Hoje serão postados a introdução e o capítulo 1. O SABER  do catequista é fundamental para uma vocação bem desenvolvida. Boa leitura, boa reflexão, bom estudo! Abraços...

CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Publicações da CNBB. Brasília: Edições CNBB, 2006.

INTRODUÇÃO
          O Diretório Nacional de Catequese é um esforço de adaptação à realidade do Brasil do Diretório Geral para a Catequese. É um documento em que a Igreja do Brasil, por meio da Comissão de Animação Bíblico-Catequética, propõe as grandes orientações para a catequese. Não é um manual para se estudar com os catequizandos, mas considerações sobre o trabalho da catequese, por sinal, elaborado com a ajuda dos catequistas de todo o Brasil e catequétas de muitas regiões.          
          O Diretório é importante por ser uma proposta de sintonia para o trabalho da Igreja, um direcionamento que visa progresso na ação catequética. O objetivo geral do Diretório Nacional de Catequese é apresentar a natureza e finalidade da catequese, traçar os critérios de ação catequética, orientar, coordenar e estimular a atividade catequética nas diversas regiões. Ele pretende delinear uma catequese litúrgica, bíblica, vivencial, profundamente ligada à mística evangélico-missionária, mais participativa e comunitária.
        O documento divide-se em duas partes e oito capítulos, que serão preservados neste resumo para melhor compreensão e mais clareza dos objetivos que este documento quer alcançar. Na primeira parte, são tratados os fundamentos teológico-pastorais da catequese, a partir da renovação pós-conciliar. Inicia-se apresentando as conquistas do recente movimento catequético brasileiro (Capítulo 1: Movimento catequético pós-conciliar: conquistas e desafios). A seguir é aprofundado o tema da revelação e catequese; a catequese dentro da missão evangelizadora da Igreja, como atividade de iniciação à fé (Capítulo 2: A catequese na missão evangelizadora da Igreja). Após ter sido esclarecida a verdadeira tarefa da catequese, propõe-se uma leitura da realidade brasileira e da história como lugares teológicos da manifestação de Deus (Capítulo 3: Catequese contextualizada: história e realidade). A mensagem e conteúdo da catequese são considerados no quarto capítulo, destacando-se a Bíblia, a liturgia e os catecismos (Capítulo 4: Catequese: mensagem e conteúdo).
          A segunda parte, de caráter mais prático, primeiramente se analisa a pedagogia catequética tendo como fundamento a pedagogia divina, modelo da educação da fé pretendida pela catequese (Capítulo 5: Catequese como educação da fé), em seguida enumeram-se os interlocutores no processo catequético (Capítulo 6: Destinatários como interlocutores no processo catequético); o próximo capítulo destaca o ministério da catequese e seus responsáveis - catequistas, padres, bispos, catequétas (Capítulo 7: O ministério catequético e seus protagonistas), e, por fim, no último capítulo, discute-se o onde e o como devemos organizar nossa catequese (Capítulo 8: Lugares da catequese e sua organização na Igreja particular).
          Essa proposta da Igreja do Brasil, o Diretório, é mais uma oportunidade para que os envolvidos na dimensão bíblico-catequética amadureçam seu ministério e façam ecoar com mais segurança e diretividade sua ação evangelizadora, por meio de um discipulado mais autêntico e uma missão mais consciente.

PARTE 1: FUNDAMENTOS TEOLÓGICO-PASTORAIS DA CATEQUESE E SEU CONTEXTO
 Capítulo 1 - Movimento Catequético Pós-Conciliar: Conquistas e Desafios

         O Concílio Vaticano II aconteceu de 1962 a 1965 e trouxe grandes mudanças para a Igreja, marcando uma abertura grande para o mundo moderno e para uma participação maior dos leigos na ação pastoral. Depois dos textos do Concílio, vieram muitos outros, desdobrando as idéias que lá estavam e refletindo sobre as exigências da fidelidade ao Evangelho na realidade de cada época e lugar. Sob o influxo da Semana Internacional de Catequese e da Conferência Episcopal Latino-americana, ambas em Medellín (1968), a catequese tomou novos rumos à luz de uma eclesiologia e cristologia mais voltadas para a situação difícil vivida pelo povo. Nascia ali um novo modelo de catequese que, para melhor encarnar a doutrina, acentuava também a dimensão situacional, transformadora ou libertadora.
            As conquistas catequéticas pós-conciliares, estimuladas pelo Diretório Catequético Geral (DCG, 1971), pelo Sínodo sobre Evangelização (1974) e pela Carta Apostólica de Paulo VI Evangelii Nuntiandi (EN, 1975), concretizaram-se no Sínodo sobre a Catequese (1977) e na Exortação Apostólica que se lhe seguiu Catechesi Tradendae (CT, 1979). No Brasil foi de especial importância o texto da CNBB, Catequese Renovada de 1983. Surgido inicialmente como resposta à necessidade de renovar o conteúdo da catequese, sua elaboração saiu em busca dos princípios e diretrizes básicas da ação catequética, sendo fruto de ampla movimentação nacional, com participação de comunidades, catequistas, estudiosos e pastores.
          A catequese, a partir de 1983, em geral assume eixos centrais que vão sendo aprofundados e amadurecidos a partir do Documento Catequese Renovada e os desafios que vão surgindo na caminhada. Dentre as principais características do documento, pode-se destacar: Interação Fé e Vida (a fé ligada ao modo de viver); a Comunidade como lugar da Catequese (Deus se revela no dia-a-dia de pessoas que vivem em comunidade. A catequese é concebida como uma iniciação à fé em sua dimensão pessoal e comunitária); Processo permanente de educação da fé (a formação cristã se prolonga pela vida inteira, não é formatura); Catequese cristocêntrica (conduz ao centro do Evangelho (querigma), à conversão, à opção por Jesus Cristo que nos revela o Pai, no Espírito Santo (dimensão trinitária) e ao seu seguimento); Ministério da Palavra (a catequese é considerada anúncio da Palavra de Deus, a Bíblia é considerada o livro da fé e, por isso mesmo, o texto principal da catequese); Catequese transformadora e libertadora (a mensagem da fé, iluminando a existência humana, forma a consciência crítica diante das estruturas injustas e leva a uma ação transformadora da realidade social); Catequese inculturada (a catequese quer valorizar e assumir os valores da cultura a quem se dirige, a linguagem, os símbolos, a maneira de ser e de viver do povo nas suas diversas expressões culturais); Catequese integrada com as outras pastorais (pastoral de conjunto -  a catequese educa as diferentes dimensões da vida da Igreja: liturgia, missão, serviço social, ministérios) Caminho de espiritualidade (espiritualidade bíblica, litúrgica, cristológica, trinitária, eclesial, mariana e encarnada na realidade do povo); Opção preferencial pelos pobres (uma catequese atenta aos sofrimentos do pobre e marginalizado, educando para sensibilidade).
          O Documento Catequese Renovada comemora mais de 25 anos e alguns desafios significativos devem receber atenção especial na tarefa catequética. O Diretório nacional apresenta esses desafios que serão elencados abaixo:
**criar maior unidade na pastoral catequética, organizando melhor a catequese nos diversos níveis (regional, diocesano, paroquial) e pondo em prática as orientações que já existem;
**formar catequistas como comunicadores de experiências de fé, comprometidos com o Senhor e sua Igreja, com uma linguagem inculturada que seja fiel à mensagem do Evangelho e compreensível, mobilizadora e relevante para as pessoas do mundo de hoje;
**fazer da Bíblia realmente o texto principal da catequese;
**fazer com que o princípio de interação fé e vida seja assumido na atividade catequética de modo que o conteúdo responda aos desafios do mundo atual;
**suscitar nos catequistas e catequizandos o sentido do valor da celebração litúrgica, da dimensão orante na catequese e o amor pela comunidade;
**assumir o processo catecumenal como modelo de toda a catequese e, conseqüentemente, intensificar o **uso do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos;
**passar de uma catequese só orientada para os sacramentos, para uma catequese que introduza ao mistério de Cristo e à vida eclesial;
**fazer com que a catequese se realize num contexto comunitário, seja um processo de inserção na comunidade eclesial e que essa seja catequizadora;
**tornar efetiva a prioridade da catequese com adultos como resposta às novas exigências da evangelização e como pedem Catequese Renovada 130 e a Segunda Semana Brasileira de Catequese;
**motivar e estimular os catequistas e catequizandos para o compromisso missionário e social da fé, assumido no Sacramento da Confirmação;

Diácono Roberto Bocalete

Um comentário:

  1. Uma forma perfeita para estudar o iretorio Nascional de Catequese...
    Ivone Spadacio

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