Atenção queridos(as) catequistas: recomendo um momento para reflexão e diálogo tendo como referência o texto abaixo, fragmento de uma rica reflexão de Ione Buyst na Semana de Liturgia do ano passado: Participação na liturgia - é preciso aprender!
CATEQUESE E LITURGIA
PARTICIPAÇÃO NA LITURGIA: UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO
MISTAGÓGICA
“É desejo ardente na mãe Igreja
que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação nas
celebrações litúrgicas que a própria natureza da Liturgia exige e que é, por
força do Batismo, um direito e um dever do povo cristão, ‘raça escolhida,
sacerdócio real, nação santa, povo adquirido’ (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5). Na
reforma e incremento da sagrada Liturgia, deve dar-se a maior atenção a esta
plena e ativa participação de todo o povo” (SC 14)
Algumas atitudes a serem
adquiridas para participar ritual e espiritualmente de todas as ações
litúrgicas:
Aprender a participar de todas as
ações litúrgicas na inteireza do ser, unindo o fazer, saber e saborear numa
atitude espiritual, comunitária, deixando-o conduzir pelo Espírito do Senhor.
Aprender a entrar no espaço
sagrado e tomar consciência de uma Presença (mesmo que seja numa casa, ou numa
roda debaixo de uma árvore).
Aprender a sentir-se parte da
assembleia litúrgica local, com as janelas abertas para o mundo; aprender a
relacionar a celebração litúrgica com os acontecimentos da vida local,
regional, mundial, cósmica. Momentos mais sensíveis: canto e saudação inicial,
recordação da vida, oração coleta, oração universal, momento da oblação
(oferta) eucarística, abraço da paz, fração do pão, comunhão, benção final,
envio em missão...
Aprender a assumir uma atitude de
silêncio profundo para ouvir, ver, perceber, assimilar, comungar com aquilo que
está sendo realizado, com a comunidade reunida e com Aquele que ser manifestar
a nós.
Aprender a fazer o sinal da cruz
(e todos os outros gestos litúrgicos), atenta e conscientemente, unindo gesto
corporal e atitude espiritual, sabendo-nos marcados/as e penetrados/as com este
sinal da fé.
Aprender a cantar orando, fazendo
com que a mente acompanhe a voz, em comunhão com os demais (cantando a uma só
voz e um só coração) em companhia dos anjos e dos santos, na certeza que o
Cristo e o Espírito cantam em nós e querem nos transformar através do canto.
[Nesse sentido, destaco a importância da música litúrgica e o cuidado com
músicas que não dizem de nossa fé, inseridas em nossas celebrações].
Aprender a rezar com os salmos;
estudar os salmos para poder cantá-los com consciência, saboreando, aguardando
uma palavra do Espírito para iluminar nossa vida, para aprofundar nossa relação
com o Pai.
Aprender a escutar as leituras
bíblicas como Palavra de Deus dirigida a nós, neste momento de nossa história;
relacionar a Palavra de Deus com a ação ritual que estamos realizando e com a
missão na sociedade em favor do Reino de Deus. Quando se lê a Sagrada Escritura
na liturgia, é Cristo mesmo que está falando (SC 7).
Aprender a interpretar a Palavra
que escutamos como uma revelação, uma motivação, um chamado para a missão na
realidade de nossa vida pessoal, comunitária, social.
[Aprender a ouvir com atenção a
eucologia da missa: a coleta resume a finalidade da assembleia estar reunida e
o sentido do mistério celebrado, o prefácio destaca o tempo e o momento
celebrativo, situando-nos na profundidade do tempo da graça]
Aprender o caminho da conversão
permanente, caminho pascal que é passagem, travessia da morte para a vida, do
homem velho para o homem novo, colocando ordem em nossos desejos, e
deixando-nos guiar pelo Espírito de Deus, Espírito de amor (compreensão, respeito,
dedicação, perdão).
Aprender a participar da oração
dos fieis e das preces do ofício divino, juntando-se a prece de Jesus, que
intercede incessantemente por todos junto de Deus; aprender a trazer para
dentro da liturgia os fatos marcantes do dia ou da semana (ver, ouvir ou ler os
noticiários com o coração em prece).
Aprender a juntar-se a ação de
graças proclamada pela presidência, prestando atenção e vibrando com as fibras
do corpo e do coração nesse sacrifício de louvor, oferta de Jesus ao Pai.
Aprender a oferecer-se a si mesmo
juntamente com a oferta de Jesus, no momento do memorial e da oblação, não
somente pelas mãos do presidente da assembleia, mas juntamente com ele; inserir
nesta oferta todos os trabalhos e esforços realizados a favor de um mundo
melhor, a favor da ecologia, da economia solidária, de uma sociedade justa e
uma igreja fraterna.
Aprender a participar do mistério
celebrado pela participação na ação ritual; aprender a relacionar os ritos com
a história da salvação condensada na Sagrada Escritura e reconhece-los no
mistério celebrado; aprender a vivenciar a relação entre Palavra e o gesto
sacramental, entre liturgia-celebração e liturgia-vida.
Aprender a sentir e assimilar por
meio dos sentidos o significado profundo (o mistério) de cada ação ritual.
Aprender a viver intensamente
cada tempo do ano litúrgico com seu próprio mistério, com seus textos bíblicos,
cantos, símbolos e cores.
**Texto de Ione Buyst (25ª Semana
de Liturgia): Formar para participar na Liturgia. Adaptação de Roberto
Bocalete, por ocasião do módulo de Liturgia e Catequese (EBICAT).
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