QUERIGMA E CATEQUESE: ANÚNCIO DA PESSOA DE JESUS
O nome bíblico revela a missão e a identidade:
JESUS: “Yeshuá” (aramaico): Deus (identidade) salva (missão)
CRISTO: “cristós” (grego)/ “meshiah” (hebraico): messias
(enviado), ungido (pelo Espirito para missão de rei, sacerdote e profeta),
escolhido
ENCARNAÇÃO
(AUTO-COMUNICAÇÃO DE DEUS)
O Verbo se fez
carne: a) para salvar a humanidade; b) para reconciliar o homem e Deus; c) para
que o homem tivesse acesso ao dom de Deus; d) para ser o novo modelo de
santidade; e) para tornar-nos participantes da natureza divina; f) para trazer
a vida em abundância, sendo o caminho, a verdade e a vida.
Jesus Cristo
“rosto humano de Deus e rosto divino do homem”. “Na realidade, tão só o
mistério do Verbo encarnado explica verdadeiramente o mistério do homem.
Cristo, na própria revelação do mistério do Pai e de seu amor, manifesta
plenamente o homem ao próprio homem e descobre sua altíssima vocação”
Diante das
estruturas de morte, Jesus faz presente a vida plena. “Eu vim para dar vida aos
homens e para que a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso, cura os
enfermos, expulsa os demônios e compromete os discípulos na promoção da
dignidade humana e de relacionamentos sociais fundados na justiça.
Sua paixão,
morte e ressurreição possibilita a superação do pecado e a vida nova para toda
a humanidade. N’Ele, o Pai se faz presente, porque quem conhece o Filho conhece
o Pai (cf. Jo 14,7).
Diante de uma
vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima de Deus em seu mistério mais
elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de Deus, que faz do homem,
peregrino neste mundo, sua morada: “Viremos a ele e viveremos nele” (Jo 14,23).
Diante do
desespero de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da
existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna na qual deus será
tudo em todos (cf. 1 Cor 15,28). Diante da
idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como valor supremo:
“de que vale alguém ganhar o mundo e perder a sua vida?” (Mc 8,36).
Jesus convida o discípulo a gastar sua vida
como sal da terra e luz do mundo. Diante do individualismo, Jesus convoca a
viver e caminhar juntos. A vida cristã só se aprofunda e se desenvolve na
comunhão fraterna. Jesus nos disse “um é seu mestre e todos vocês são irmãos”
(Mt 23,8). Diante da despersonalização,
Jesus ajuda a construir identidades integradas. A própria
vocação, a própria liberdade e a própria originalidade são dons de Deus para a
plenitude e a serviço do mundo.
Diante da exclusão, Jesus defende os direitos
dos fracos e a vida digna de todo ser humano. De seu Mestre, o discípulo tem
aprendido a lutar contra toda forma de desprezo da vida e de exploração da
pessoa humana. Diante da natureza ameaçada, Jesus que conhecia
o cuidado do Pai pelas criaturas que Ele alimenta e embeleza (cf Lc 12,28),
convoca-nos a cuidar da terra para que ela ofereça abrigo e sustento a todos os
homens (cf. Gn 1,29; 2,15)
A
EXPERIÊNCIA DO ENCONTRO PESSOAL
A experiência
não se transmite normalmente de modo nocional, mas pela convivência, ou
propicia-se a pessoa fazer ela mesma a experiência em questão. Quando uma
experiência é importante, fundamental, afeta a totalidade e a profundidade da
existência, permitindo uma interpretação da totalidade da realidade.
A experiência
do encontro será esclarecida por meio de passos que clareiam o caminho, mas
respeita o existencial, estando aberto à criatividade.
A admiração
pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta
consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de
toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um
“sim” que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a
Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o
amou primeiro “até o extremo” (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece
neste amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que vás” (Lc 9,57).
PESSOA DE JESUS
CHAMA A PESSOA HUMANA PARA A EXPERIÊNCIA DE ENCONTRO
Discípulos de Emaús: Lc 24, 13-34 (caminhar, ouvir, celebrar e o agir: discipulado)
Discípulos de Emaús: Lc 24, 13-34 (caminhar, ouvir, celebrar e o agir: discipulado)
Cura da
hemorroíssa: Mc 5, 25-34 (o toque que liberta)
Samaritana: Jo
4, 1-25 (encontro com a fonte da vida)
Os cegos de
Jericó: Mt 20, 29-34 (encontro que ilumina)
Lava-pés : Jo
13, 1-15 (humildade e o serviço)
QUE FAZ NASCER
A VOCAÇÃO AO DISCIPULADO
O discípulo
experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação
da Vida saída das entranhas do Pai, é se formar para assumir seu estilo de vida
e suas motivações (cf. Lc 6,40b), viver seu destino e assumir sua missão de
fazer novas todas as coisas.
Jesus faz dos discípulos seus familiares,
porque compartilha com eles a mesma vida que procede do Pai e lhes pede, como
discípulos, uma união íntima com Ele, obediência à Palavra do Pai, para
produzir frutos de amor em abundância.
Para ficar
parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do
Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: “Amem-se uns aos outros,
como eu os amei” (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de
si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a
característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho
de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, “todos reconhecerão
que sois meus discípulos” (Jo 13,35).
Bento XVI nos recorda que: “o discípulo,
fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, sente-se motivado a levar a Boa
Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de
uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar
de anunciar ao mundo que só Ele salva (cf. At 4,12).
**Roberto Bocalete, palestra ministrada para jovens crismandos!
**Roberto Bocalete, palestra ministrada para jovens crismandos!
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