quinta-feira, 25 de outubro de 2012


Ola catequistas! Pensando numa forma de colaborar com o estudo e o aprofundamento da Bíblia, vou postar em partes um estudo dirigido do Livro do Gênesis. Valeria a pena acompanhar e estudar! Abraços

O LIVRO DO GÊNESIS (I)

INTRODUÇÃO
 Gênesis é uma palavra grega que significa nascimento, origem, baseada no bereshit hebraico, que quer dizer geração. O primeiro livro da Bíblia foi assim chamado porque nele encontram-se as narrativas sobre a origem do mundo, da humanidade e do Povo de Deus. O livro do Gênesis, um dos cinco “rolos” do Pentateuco, tem sua estrutura fundamentada, portanto, nas gerações, na descendência, no nascimento, na história de um povo. 

 O sentido de história do livro concentra-se nas reflexões do povo sobre suas origens e a origem das coisas: o povo que mantém um olho na realidade presente e outro no passado. Mesmo não sendo história propriamente dita, de acordo com Balancin e Storniolo (1990) devemos dizer que “seu conteúdo é muito mais profundo, pois busca analisar o que acontece no mais profundo da história e da vida”. O texto procura apontar os alicerces e estruturas fundamentais dos acontecimentos e realidades que se desenrolam em todo o tempo e lugar.

Estrutura do livro, conforme Balancin (2009) pode ser dividida em duas grandes partes: a primeira, formada pelos capítulos 1 a 11, relata a história da humanidade e do universo, da vida e do processo da ambiguidade humana; a segunda, formada pelos capítulos de 12-50, narra a história dos patriarcas, a saga de José, as raízes distantes e obscuras da história do povo de Deus.

Não se pode deixar de constatar que o livro do Gênesis tem o aspecto de uma verdadeira “colcha de retalhos”, formado por lendas, mitos, historinhas pouco desenvolvidas, genealogias – materiais diferentes que foram alinhavados, sofreram ainda influências das histórias de outros povos, adaptadas, algumas vezes duplicadas, com contestações e incoerências. Com acréscimos e recortes, o primeiro livro da Bíblia levou quase mil anos para chegar à forma que hoje é conhecida.

Em sua composição, pode-se apontar três momentos importantes: o tempo do rei Salomão (971-931 a.C.), o período entre 800-700 a.C., e o período do Exílio da Babilônia e do pós-exílio (586-400 a,C.). Nesses três períodos as tradições antigas foram recolhidas e costuradas segundo um determinado fio condutor que, em cada um desses momentos, visava salientar uma determinada compreensão religiosa e política vigentes nessas épocas.

“Conhecer as raízes da humanidade e as raízes do povo de Deus é tarefa importante, pois também nós somos seres humanos e também pertencemos ao povo de Deus. Isso nos possibilitará continuar construindo essa história” (STORNIOLO e BALANCIN, Como ler o livro do Gênises 1990, p. 9)

** Roberto Bocalete

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