Ola catequistas! Refletindo as crônicas enviadas pelo padre Lima, por sinal muito bem elaboradas e objetivas, selecionei alguns pontos importantes para pensarmos como catequistas, evangelizadores, transmissores da fé. Vale considerar que os pontos aqui destacados são até a 11 crônica. Depois que for concluída a Mensagem do Sínodo, postarei também em meu blog! Abraços, gratidão ao pe Lima pelas crônicas e ótimo trabalho a todos!
SÍNODO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO
(destaques a partir dos textos de
Pe Lima)
A XIII Assembleia Geral Ordinária
do Sínodo dos Bispos tem como tema: A Nova Evangelização para a transmissão da
fé cristã. Esta temática responde a uma orientação programática para a vida da
Igreja, de todos os seus membros, das famílias, comunidades, e das suas
instituições.
"O Sínodo que se abre hoje é
dedicado a essa nova evangelização, para ajudar as pessoas a terem um novo
encontro com o Senhor, o único que dá sentido profundo e paz para a nossa
existência".
A Igreja não começou com uma
reunião, concílio ou sínodo... mas com Pentecostes, com a ação do Espírito
Santo, e não haverá Nova Evangelização sem um novo Pentecostes. Deus continua
falando aos homens hoje, e nós somos apenas colaboradores: é uma ação teândrica
(de Deus e dos homens).
Questionamentos centrais da
mídia: "como a Igreja reage diante de uma sociedade cada vez mais
secularizada e o que fará para reverter esse quadro, o que a Igreja irá fazer
para responder à sede de valores que muitos hoje demonstram, o que fará para
dar resposta aos problemas humanos, aos jovens desorientados; quais são as
soluções para reconciliar populações inimigas para evitar a guerra, quais são
os grandes projetos em favor da paz...".
Card. Rino Fisichella, presidente
da Congregação para a Nova Evangelização, recentemente fundada pelo Papa Bento
XVI. Ele denunciou o modo de viver de muitos católicos que não expressam a
novidade do Evangelho, às vezes um modo burocratizado de viver a fé e os
sacramentos; "muitas comunidades parecem cansadas, repetindo fórmulas sem
sentido que não comunicam a alegria do encontro com Cristo e estão em dúvida a
respeito do caminho cristão a ser percorrido... Devemos redescobrir a força do
anúncio de Cristo Ressuscitado do qual somos testemunhas, sem deixar-nos
sufocar pelas estruturas".
Assuntos importantes tratados: a
centralidade da Pessoa de Jesus Cristo na Evangelização e o encontro pessoal
com Ele, a força evangelizadora da devoção a Nossa Senhora, e, em geral, da
religiosidade popular, as necessidades antropológicas às quais a Evangelização
deve responder, a necessidade de dinamizar a vida das Paróquias, a urgência de
renovar a formação presbiteral para termos bons evangelizadores na Igreja.
Acentuou-se também a necessidade, para aqueles que anunciam a Palavra de Deus,
de fazerem ressoar na própria vida a Palavra que pregam aos outros,
particularmente os religiosos e sacerdotes: primeiro viver a Palavra, para
depois pregá-la.
A nova evangelização tem como
primeiro instrumento a Palavra de Deus vivida pelos cristãos que devem dar
testemunho dela na própria vida e também a própria Palavra de Deus nas
Escrituras. O tema da nova evangelização é uma consequência lógica do tema da
Palavra de Deus.
Para enfrentar os desafios da
evangelização do mundo moderno técnico-científico, é necessário muita
formação... sem tal preparação intelectual acurada dos evangelizadores, eles
não nos ouvirão... Dom Geraldo Lyrio acentuou a dimensão comunitário-eclesial,
para se evitar individualismos, ou compreensões de Jesus e de seu Evangelho,
muito conforme a imagem e semelhança de cada um... ou de cada igreja...
Muitos chamaram a atenção para a
coerência de vida, para o testemunho, para o aprofundamento da fé pessoal de
cada cristão; isso mesmo já se torna o primeiro passo para uma Nova
Evangelização. A maioria dos que se afastam da Igreja não é por motivo
dogmático ou de rigidez de disciplina... mas por questões de relações humanas,
falta de acolhimento, de atualização de certas coisas que seriam tão fácil
mudar...
O Instrumento de Trabalho não
tocou o problema da Comunicação! Não se trata de ter grandes recursos
midiáticos, potentes meios de comunicação... trata-se da linguagem, da cultura
(cultura midiática!)... Estamos tratando com pessoas que já possuem outra linguagem,
outra cultura... ao passo que nossa linguagem e cultura continuam as mesmas...
infelizmente.
Dom Sérgio Rocha, Arcebispo de
Brasília, falou do ministério do catequista, dando importância ao maior
reconhecimento do trabalho de nossos abnegados catequistas, inclusive
proporcionando, em toda a Igreja, aquilo que no Brasil já se faz: que seja um
ministério reconhecido, sem muita burocratização, nem querendo transformar os
catequistas em clérigos ou dependentes de uma missio canonica por demais jurídica,
o que se transformaria, por parte da hierarquia, em controle e domesticação de
um carisma que, por ser de natureza prevalentemente leiga, goza de suficiente
autonomia para seu exercício.
"Sujeitos da transmissão da
fé: os catequistas". Dom Sérgio concluiu: "o conferimento de tal
ministério não deverá comportar uma clericalização ou elitização dos fieis
leigos, conservando sempre o seu caráter de serviço eclesial. Como também não
deverá ser entendido como um ministério em substituição ou contraposição ao
ministério ordenado, pois, sendo um autêntico serviço eclesial, ele deverá ser
concebido e vivido em comunhão. Enfim, o reconhecimento e a configuração do
"ministério de catequista" poderá representar um grande sustento e
estímulo para aqueles que assumem com generosa dedicação o serviço da
catequese. Ajudará os fieis a reconhecerem melhor o seu serviço e exigirá um
renovado empenho na formação integral dos catequistas.
Missa de abertura do ano da fé:
"O Concílio Vaticano II não quis colocar a fé como tema de um documento
específico. No entanto, o Concílio esteve inteiramente animado pela consciência
e pelo desejo de ter que, por assim dizer, imergir mais uma vez no mistério
cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente para o homem contemporâneo"
(Bento XVI).
A Nova Evangelização deve começar
pela conversão dos Bispos, dos Sacerdotes, dos Religiosos... e nessa linha se
coloca a revalorização do Sacramento da Penitência e a renovação da vida
espiritual.
"Não devemos ter medo de
penetrar o mundo da ciência e da técnica, com o olhar sempre em Jesus que
contemplava o mundo vegetal e animal e recorria até às previsões meteorológicas
(cf Mt 16, 2-3) para anunciar o Reino de Deus" Dom Gianfranco Ravasi.
Pascual Chávez: "Vinde e
vede: a urgência de encaminhar e favorecer uma cultura vocacional na
Igreja". Chamou a atenção para a centralidade das vocações no projeto da
Nova Evangelização, pois são dois elementos inseparáveis. Mais do que
"vocação", devemos cultivar uma cultura vocacional, isto é, "um
modo de afrontar e conceber a vida como dom recebido gratuitamente de Deus para
um projeto ou uma missão conforme o seu desígnio".
Dom Odilo: A Igreja, mais do que
estrategistas pastorais, precisa hoje de novos e santos evangelizadores que
anunciem o Evangelho com a própria vida e testemunho.
Muitos falaram também da
necessidade de evangelizar através da religiosidade popular, dando conteúdo
evangélico e substancial àquelas práticas que o povo aprecia e através das
quais exprime sua adesão a Jesus Cristo e a seu Evangelho. Muitas vezes ela
precisa ser re-orientada, educada para que cresça na expressão da autêntica fé.
A partir de uma sugestão do
Instrumento de Trabalho (no. 108), alguns pediram que a Igreja reconheça e
institua o ministério do catequista, para que esse trabalho tão dedicado de
muitos cristãs e cristãos, seja mais reconhecido de valorizado na comunidade
eclesial. Isso não significa "domesticá-los" e muito menos
"clericalizá-los".
Finalmente dois problemas que
polarizaram as discussões livres foram:
a) a sequência dos sacramentos de
iniciação: manter a sequência atual, de caráter pastoral (batismo, eucaristia,
crisma) ou retornar à sequência da antiga tradição, de caráter mais teológico
(batismo, crisma e eucaristia)?
b) a questão da islamização do
ocidente cristão: causou grande impacto na assembleia um pequeno filme de cinco
ou sete minutos (cujo conteúdo eu já havia visto na internet, há tempo) que
mostra um problema quase que irreversível: estatisticamente, em base a dados
demográficos e migratórios, dentro de 50 anos a Europa cristã terá desaparecido
transformando-se um continente mulçumano. Se as famílias cristãs não gerarem
mais filhos e se não houver um trabalho de intensa evangelização, esse será o
destino de nossa História...
O Bispo de Phom Penh (Cambodja)
afirma que os fundamentos da NE são: 1) o verdadeiro encontro com Jesus Cristo
que abre o coração ao amor e ao perdão e, 2) os leigos que devem atuar no
mundo. Como a Igreja será verdadeiro Sacramento de Cristo no mundo para ser uma
NE em ato? Responde: uma igreja que toque os corações, simples, hospitaleira,
orante e alegre.
Se a Igreja falhou no passado é
porque transmitiu apenas conteúdo, doutrina fria, moralismos... hoje precisa
centrar-se no Ato de Fé, no encontro e resposta pessoal a Jesus Cristo. É
preciso evangelizar primeiramente os evangelizadores: bispos, presbíteros, vida
consagrada, e uma séria conversão pastoral.
Por falar em Aparecida tenho a
sensação de que esse grande acontecimento da nossa Igreja Latino-Americana dos
inícios do milênio, de certa forma já abordou e tomou decisões pastorais, em
escala continental, a respeito dos mesmos temas que o Sínodo de Roma agora está
abordando em escala mundial e, portanto, mais complexos. Nesse sentido, nossa
Igreja Continental já deu passos significativos em direção dessa Nova
Evangelização desde 2007; o Sínodo virá certamente reforçar algumas opções já
feitas por nós e indicará novas perspectivas de ação, também pela autoridade
maior que tem, com relação à Aparecida.
Sr. José Prado Flores (México):
Partindo do texto evangélico que fala da perda de Jesus no Templo, ele afirmou
que muitas vezes, na nossa pastoral, "perdemos Jesus", ou seja:
ficamos preocupados com tantas coisas, como doutrina, moral, teologia, direito,
devoções...e esquecemos o centro e o início de tudo, que é o encontro pessoal
com Jesus Cristo, ponto de partida e fundamento de tudo o resto. Daí a
importância do primeiro anúncio, do querigma. Essas "escolas de
evangelização" são um movimento leigo dedicado justamente ao primeiro
anúncio e ao querigma.
Dom Geraldo Lyrio Rocha,
Arcebispo de Mariana (MG) sobre a dimensão evangelizadora da Liturgia. Falou da
"arte de celebrar", da importância da homilia, dos ritos que
comunicam o mistério e sobre o papel mistagógico da Liturgia, ou seja, os
ritos, bem celebrados, por si só são uma catequese através dos sinais que
favorecem à educação da fé.
Não há NE sem liturgia. É
necessário novamente desencadear um grande movimento litúrgico, resgatar o
sentido do Domingo, revalorizar o Sacramento da Penitência, como sacramento
típico da NE (acentuar mais o encontro com a graça do perdão do que a confissão
formal dos pecados...) e dar maior impulso ao processo da Iniciação Cristã não
só na catequese dos sacramentos da iniciação, mas também para aqueles que
necessitam ser reiniciados na fé.
Destaques até a 11ª Cronica de
padre Lima
Um Texto que nos faz refletir e repensar nos caminhos que trilhamos e o que temos pela frente. Penso que só o despertar para os acontecimentos no mundo em geral já é um passo para melhorar, pois mostra que não estamos paralisados e sim impulsionados em nossa vida para que cada vez mais, nos perguntemos o que vamos semear? enquanto nesta terra estamos? Um Grande abraço
ResponderExcluirAbraços e obrigado pelo comentário! Temos muito a trilhar nesse caminho de evangelização... unamos nossas forças!
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